Infográficos: colaboração de Michele Louvores
A pandemia provocou um movimento de mudança de lares e fez com que cerca de um terço da população brasileira (28%) se mudasse, entre 2020 e 2022. Os dados são de um levantamento do Loft Dados, núcleo de disseminação de estudos da Loft.
A mudança, para a maior parte, aconteceu dentro da mesma cidade: 48% para um bairro diferente e 26% para o mesmo bairro. Os que mudaram de cidade ou país foram 26%.
O que levou o brasileiro a se mudar na pandemia?
Os principais motivos que levaram a esse movimento foram a necessidade de mais espaço (12%), reajuste no valor do aluguel (10%) e o desejo de morar mais perto da família e amigos (9%).
Em busca de mais qualidade de vida, 17% dos brasileiros se mudaram para locais mais próximos do emprego. Por outro lado, para 9% da população, a perda do emprego e uma consequente diminuição da renda forçaram esse movimento. Outros 8% aproveitaram que a ida ao escritório deixou de ser obrigatória para trabalhar de casa e, nessa toada, puderam escolher morar longe do emprego, realizando o sonho de uma casa na praia ou no campo, por exemplo.
A pesquisa também levantou o que as pessoas consideram ter melhorado com a mudança de lar. O conforto foi destaque para a maioria delas (63%), seguido de tamanho (60%) e proximidade com lazer (51%).
Efeito da pandemia nos lares por classe social
A pandemia forçou a convivência nos lares no período do isolamento absoluto. Para 54% dos brasileiros, o relacionamento em casa melhorou. Para 34% deles ficou igual. Já para 11%, piorou.
Em relação à situação financeira: para 42% ela se manteve igual, para 41% piorou e para 17% melhorou.
A pandemia e o lar como ambiente de trabalho
Com a orientação de evitar aglomerações, as empresas se reinventaram e muitas colocaram os funcionários para trabalhar de casa: 23% dos brasileiros passaram a trabalhar remotamente.
Dentro dos lares, a maior parte dos brasileiros, 28%, está em home office, exercendo a função que tinha no escritório. Outras atividades desempenhadas em casa: 12% vendem roupas e acessórios, 12% cozinham para fora e 8% montaram bazares e brechós.
“Por um lado, temos as famílias que passaram a estudar, trabalhar e ter momentos de lazer dentro de casa, e que, por isso, acabaram prestando mais atenção a esse ambiente. Pessoas que decidiram buscar moradias com cômodos maiores e mais bem divididos, para que fosse mais fácil separar os momentos de trabalho e lazer. Por outro lado, temos as famílias que perderam renda e não conseguiram arcar com o reajuste do valor do aluguel. Para essas pessoas, a mudança foi uma necessidade”, explica Fábio Takahashi, gerente de dados e de conteúdo da Loft.
Veja mais: artigo discute o que mudou dentro dos lares brasileiros com a pandemia
Mais sobre a pesquisa "O que mudou nos lares brasileiros em 2 anos de pandemia"
Pesquisa com amostra representativa da população brasileira, com 1.500 entrevistas, com pessoas de 18 anos ou mais de idade, residentes nas cinco regiões do Brasil e das classes A,B,C,D e E. As entrevistas ocorreram entre 28 de fevereiro a 3 de março de 2022 por meio de painel online. O levantamento foi aplicado pela Offerwise (empresa líder no segmento de insights na América Latina). A margem de erro é de 3 pontos percentuais
Deixe seu comentário