A compra e venda de móveis usados e antiguidades está conquistando o público brasileiro. Saiba tudo sobre esta tendência e veja o que rolou no Família vende tudo promovido pela Loft em setembro.
Com certeza você deve se lembrar de cenas de filmes norte-americanos que mostram uma venda de garagem de alguma família de personagens. Muito comum nos Estados Unidos, o família vende tudo vem ganhando força no Brasil nos últimos anos.
De acordo com a Folha de São Paulo, um dos motivos que explicam a tendência é o êxodo de brasileiros para o exterior. Como as famílias estão mudando de país e os custos para levar itens grandes geralmente não compensa, muitas recorrem ao família vende tudo para se desfazer da mobília e de outras utilidades domésticas que ainda estão em perfeita condição de uso.
Em parceria com o arquiteto e decorador Luiz Lacerda, especialista em vendas de “família vende tudo”, a Loft promoveu o evento Casa Secreta, com cerca de 5 mil itens garimpados por Luiz. Com peças vindas do espólio de duas famílias, além de outras do acervo de diferentes clientes do arquiteto.
Além de joias raras, uma obra de Ernesto Neto, houveram peças de outros nomes consagrados do design nacional, como Sérgio Rodrigues, Jorge Zalszupin, Isay Weinfeld e Carlos Motta. Também estiveram disponíveis lustres, como os de Dominici, produzidos nos anos 1970, assim como tapetes, cerâmica, prataria de lei, porcelana Vista Alegre e Herend.
Os mais de 500 itens disponíveis foram vendidos a preços entre R$ 10 e R$ 200. A Casa Secreta esteve aberta ao público de 19 a 29 de setembro, na rua Espanha, 104, em São Paulo.
MÓVEIS USADOS E ANTIGUIDADES
A compra e venda de móveis usados e antiguidades vem ganhando novos contornos na sociedade contemporânea. O que antes era uma prática feita em benefício da economia – quem vende ganha dinheiro e quem compra economiza bastante em relação ao valor de itens novos -, hoje se tornou quase um programa cultural.
“Trabalho com vendas há 15 anos e, neste tempo, mudou completamente o conceito. No começo, as pessoas mandavam itens velhos, mal conservados e peças sem importância, meio que para se livrar delas sem ter que dar. Hoje em dia, as pessoas mandam móveis e quadros assinados, peças importantes, com valor de mercado. Pois o público mudou muito, as pessoas vêm e é um programa ‘cool’, encontram amigos e conhecidos”, explica Luiz.
Trabalhando com a sócia Maria Eugenia Lattes desde 2015, o arquiteto teve exposição na Casa Secreta com móveis assinados de designers brasileiros, como uma mesa de jantar de jacarandá desenhada por Jorge Zalszupin, assim como um lustre do italiano Enrico Furio Dominici, que se estabeleceu no Brasil nos anos 1940.
As origens da venda de garagem
A ciência tende à teoria de que parte do que diferencia o ser humano de outros animais é a grande capacidade de memorizar momentos e sensações. Os caminhos do nosso cérebro parecem infinitos e mudam de uma pessoa para a outra – daí o fato de cada um ter uma personalidade diferente. Mas as memórias têm valor na vida dos humanos.
Muitas vezes, as lembranças estão atreladas ao mundo físico, como objetos, por exemplo, ou lugares. Você provavelmente tem em casa uma herança de família, que pode ser um móvel ou uma joia, sobre a qual poderia recitar uma história para os amigos.
O interessante é que a história não necessariamente se perde caso o objeto em questão deixe de pertencer à sua família. É por isso que a venda de garagem faz sucesso há tanto tempo.
Alguns podem dizer que esse tipo de negócio existe desde que a humanidade começou a trocar objetos e mantimentos entre si. Outros defendem que a venda de garagem é inspirada no comércio de cidades portuárias dos Estados Unidos desde o século 16.
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Depois que o navio era descarregado no porto, as cargas não reclamadas ou danificadas eram retiradas da embarcação e colocadas à venda – algo que eles chamavam de “venda de remessa”.
No século 19, instituições de caridade começaram a realizar vendas de bens indesejados ou descartados para angariar dinheiro. A frase “venda de remessa” foi usada pela primeira vez nessa conotação nos Estados Unidos em cerca de 1858. Durante a Guerra Civil, esse tipo de venda se popularizou, pois permitiram que mulheres, que geralmente não tinham renda, contribuíssem e aumentassem fundos para a União ou o Exército.
De 1900 para cá, a prática foi se expandido e as pessoas começaram a vender itens pessoais que não eram mais necessários ou usados. Os americanos sempre venderam ou trocaram itens usados com seus vizinhos, mas a prática se tornou mais padronizada e socialmente aceitável com o passar dos anos.
Dicas para montar o seu família vende tudo
Assim como Luiz Lacerda, há outras pessoas e empresas especializadas em eventos de família vende tudo. Os moradores ou herdeiros podem contratá-las para que se desfaçam de todos os itens de determinado imóvel. Segundo a Folha de São Paulo, as empresas cobram de 20% a 30% do valor da venda. Para aceitarem fazer o serviço, a casa tem que estar completa, e a mobília, em bom estado.
Mas também é possível organizar tudo sozinho. Para isso, você precisa tirar fotos de todos os itens que quer vender – no caso de eletrodomésticos, é sempre bom que as imagens mostrem o aparelho em funcionamento (a geladeira com a luz interna ligada, por exemplo). Isso garante evita dor de cabeça com os compradores depois.
Há grupos nas redes sociais onde você pode divulgar as peças e negociar diretamente com os compradores. Geralmente, são grupos de moradores do bairro ou de pessoas que buscam alugar imóveis e, consequentemente, estão mobiliando a casa nova.
A vantagem é que você fica com todo o valor das vendas, sem ter que dar nenhuma porcentagem a uma empresa. O ônus é ter o desgaste de organizar datas e horários de entrega de cada item e lidar com o pagamento. Se preferir, escolha um fim de semana e abra a casa para amigos e conhecidos – a divulgação boca a boca ainda funciona bem.
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