Mesmo com o avanço tecnológico facilitando a busca por imóveis, o contato pessoal continua sendo um fator decisivo em processos de compra e venda e locação. É o que revela uma pesquisa realizada pela Loft, em colaboração com a Offerwise, entre os dias 9 e 13 de abril, com mil respondentes que estão na jornada de mudança de endereço, em amostra representativa do país. De acordo com o estudo, apenas 11% dos brasileiros comprariam ou alugariam um imóvel em um processo 100% online.
O levantamento ouviu pessoas interessadas em mudar de endereço para entender a importância do contato pessoal em diferentes etapas dessa jornada, e revelou que a preferência por interação humana cresce conforme o processo avança.
Ainda no início da busca, quando o objetivo é reunir informações sobre ruas e bairros e comparar preços, presencial e online dividem o favoritismo. 36,9% preferem pesquisar tanto em páginas na internet quanto fisicamente nos endereços desejados, enquanto 32,9% optam por fazer a busca sem sair de casa. Outros 30,2% preferem se concentrar em uma procura 100% presencial.
Já na etapa de conhecer um ou mais imóveis selecionados, o digital perde espaço – 72,3% preferem visitar fisicamente o local em que pretendem morar. Outros 21,8% aceitam combinar um tour virtual com uma vistoria presencial. Apenas 5,9% alugariam ou comprariam um imóvel após “percorrer” a unidade online.
A opção pelo contato pessoal se destaca até mesmo em partes mais burocráticas do processo, como a entrega da documentação necessária – 57% preferem fazer a entrega dos documentos exigidos em mãos, enquanto outros 23,8% querem resolver essa pendência em parte online, em parte presencial. Menos de 20% (19,2%) buscam concluir essa entrega online. O contato com a imobiliária responsável pela propriedade, por exemplo, seria feito de maneira presencial ou híbrida por 79,2% dos interessados.
Na hora de fechar negócio, 60% preferem fazer isso de maneira 100% presencial e 28,3% optam por uma conclusão híbrida. Apenas 11% comprariam ou alugariam um imóvel em um processo 100% digital.
Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft, enfatiza a dualidade do processo. “A tecnologia oferece ferramentas valiosas para filtrar opções, verificar fotos, localizações e estabelecer um primeiro contato, mas a decisão final envolve um componente emocional significativo, que leva muitos a valorizar o contato pessoal.”
O especialista em dados afirma que, apesar da digitalização de muitos processos, a interação face a face permanece indispensável no mercado imobiliário. “É a imobiliária e o corretor especializado no bairro em que o cliente pretende morar que vai conseguir sanar todas as dúvidas, dar dicas e selecionar os imóveis mais adequados ao perfil do locatário/comprador.”
“Estamos falando de uma compra de ticket médio alto. É esperado que as pessoas sejam mais cuidadosas nesse processo e busquem ter segurança e contar com o apoio de um especialista ou empresa para concluir a transação”, completa.
A pesquisa revelou ainda quais características as pessoas levam em consideração na hora de escolher uma imobiliária. Três atributos se destacam: a qualidade dos imóveis (16,4%), a boa reputação da empresa (13,8%) e a facilidade no processo de compra ou aluguel (11,9%).
“O mais comum é que as pessoas peçam indicações para amigos, vizinhos e colegas de trabalho, para em um segundo momento pesquisar a reputação das imobiliárias recomendadas online. Por isso, trabalhar não só para ter o melhor atendimento, mas também uma boa presença online é fundamental hoje em dia”, afirma Mariana Andrade, CEO da Revenda Imóvel, maior imobiliária da Zona Sul de São Paulo.
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