Regulamentação do aluguel de curta duração ganha força no Brasil. Falta de mão de obra e alta tributação são obstáculos para industrialização da construção civil. Urbe.Me expande foco para gestoras e investidores institucionais.
- Regulamentação do aluguel de curta duração ganha força no Brasil
- Falta de mão de obra e alta tributação são obstáculos para industrialização da construção civil
- Urbe.Me expande foco para gestoras e investidores institucionais
- Pesquisa revela tendências da moradia no Brasil: espaços menores e flexíveis
Regulamentação do aluguel de curta duração ganha força no Brasil
A regulamentação do aluguel de curta duração no Brasil tem sido defendida por especialistas do mercado imobiliário, seguindo a tendência global de restrições a empresas como o Airbnb. Entre os temas em discussão estão a definição de áreas apropriadas para operação, questões tributárias e a disputa com a hotelaria, que alega invasão de seu modelo de negócio.
No Brasil, até o momento, as ações têm se concentrado no uso de condomínios, com decisões judiciais permitindo que moradores proíbam o uso das plataformas nos prédios. No entanto, a questão ainda carece de regulamentação específica.
Segundo a professora titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Raquel Rolnik, o aluguel temporário se tornou um negócio organizado, que reflete uma nova fase do setor, onde a moradia virou um ativo financeiro, e que portanto precisa ser regulado.
“Definir locais que eles são permitidos, atender inclusive legislação urbanística que rege estabelecimentos comerciais. Definir também que tipo de imposto ele vai pagar, como se cadastra, onde se registra”, propõe. O LabCidade, coordenado por Rolnik, está estruturando um observatório de aluguéis temporários em parceria com instituições de Buenos Aires e Cidade do México.
O setor de hotelaria tem se posicionado de maneira dura contra plataformas como o Airbnb, alegando concorrência desleal. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih), Manoel Linhares, defende a taxação dos aplicativos dentro da reforma tributária. “O maior concorrente da hotelaria no Brasil hoje é o Airbnb”, disse.
O projeto de lei (PL 2474/19), do senador Angelo Coronel (PSD/BA), busca regulamentar a locação de curta temporada invertendo a ordem do que tem sido aplicado no STF, ou seja, o short stay só passa a ser proibido se assim estiver determinado na convenção do condomínio. O texto, no entanto, caminha de forma lenta na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado.
Fonte: Valor Econômico
Falta de mão de obra e alta tributação são obstáculos para industrialização da construção civil
A falta de mão de obra especializada e a alta tributação são os principais entraves para a industrialização na construção civil no Brasil. Segundo uma pesquisa feita pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), apenas 24% das empresas utilizam sistemas industrializados em mais de 75% de suas obras.
A construção industrializada envolve a produção de componentes em ambiente industrial e montagem nos canteiros, que tem potencial de acelerar as obras e controlar custos. No entanto, a falta de mão de obra qualificada é a principal barreira para a adoção mais ampla da industrialização.
Ainda de acordo com a pesquisa, 64,5% das empresas no Brasil utilizam sistemas industrializados, principalmente no segmento residencial. Os mais empregados são kits elétricos (82,1%), estruturas pré-fabricadas de concreto (70,5%) e drywall (64,4%). Entre os principais benefícios apontados estão o menor prazo de conclusão (81,5%) e a redução do uso de mão de obra (71,6%).
Segundo Ana Maria Castelo, responsável pelo estudo, embora os processos industrializados estejam presentes no setor, a adoção deles ainda é limitada. “É um copo meio cheio, meio vazio. Muitas empresas não consideram como podem utilizar esses sistemas”, afirma. Neste sentido, a capacitação de projetistas e gestores é parte essencial para superar os obstáculos.
Além da especialização da mão de obra, a Reforma Tributária pode ajudar a resolver a discrepância na incidência de impostos entre diferentes sistemas construtivos, unificando tributos e eliminando distinções que desestimulam a industrialização. “O setor sempre bateu muito na questão de desestímulo à industrialização por causa da cobrança de ICMS. A princípio, como está sendo desenhado, a reforma será positiva nesse sentido”, afirma Ana Maria.
Fonte: Folha de S.Paulo
Urbe.Me expande foco para gestoras e investidores institucionais
A plataforma Urbe.Me, que desde 2015 oferece projetos de incorporação para financiamento coletivo de imóveis, agora quer atrair gestoras e investidores institucionais. A empresa já captou R$ 175 milhões, usados para construir 125 empreendimentos, e aceita investimentos a partir de R$ 1 mil.
Segundo Rodrigo Rocha, diretor de operações, o objetivo da plataforma de financiamento coletivo é aproximar o mercado de capitais de incorporadoras regionais e oferecer à eles governança. “O mercado de capitais é muito concentrado em São Paulo, as gestoras preferem ficar lá porque é onde conhecem, podem ir ver os projetos”, afirma.
Antes focada em pessoas físicas, a Urbe.Me percebeu que o capital institucional facilitava o processo: o pequeno investidor tem um tíquete médio de R$ 10 mil e demanda mais do operacional, pois costuma entrar em contato com a plataforma mais vezes. “Quando começamos a olhar para o institucional, que já entende do negócio e dos riscos, a comunicação é mais fácil”, explica Rocha.
Nos últimos 12 meses, a plataforma recebeu R$ 40 milhões de investidores institucionais e está prestes a quase dobrar esse valor com uma única operação.
Incorporadoras podem cadastrar empreendimentos no marketplace da Urbe.Me, informando detalhes como percentual de obra já realizado, fluxo de caixa e garantias para investidores. A plataforma verifica a saúde financeira das companhias e confere um rating ao projeto.
Fonte: Valor Econômico
Pesquisa revela tendências da moradia no Brasil: espaços menores e flexíveis
A pesquisa “Arquitetura da Experiência”, encomendada pela Dexco – empresa voltada a construções – , revela as tendências de moradia no Brasil, destacando o desejo por espaços menores e flexíveis.
Realizada com 1.045 participantes, a pesquisa mostra que 62% dos entrevistados percebem que o futuro da habitação já está se concretizando, com uma alta procura por estúdios de 25 a 35 m².
O conceito de “casa elástica” é uma das principais tendências detectadas pelo estudo. O termo define a capacidade da moradia de ser aconchegante e se adaptar às mudanças da vida, como acolher amigos, filhos, pais e pets.
A possibilidade do trabalho híbrido também é considerada por quem busca imóveis, exigindo espaços que ofereçam sossego e concentração. Para isto, móveis modulares e divisórias retráteis são essenciais para essa flexibilidade, permitindo que os ambientes sejam facilmente reconfigurados.
Outra tendência no Brasil é a preferência por viver em condomínios que ofereçam serviços como lavanderia e mercadinho, apontada por 40% dos entrevistados.
Seguindo esta linha, projetos mistos de moradia, como o edifício Copan em São Paulo, voltam à cena urbana com força. Eles promovem adensamento e integração com os bairros, incluindo calçadas mais largas e paisagismo, que dão maior sensação de prazer e bem-estar aos moradores.
Para 51% dos entrevistados, existe a possibilidade de fazer alterações na casa para receber idosos, como barras de apoio e sensores de queda. Câmeras internas e inteligência artificial são desejadas para aumentar a segurança e praticidade no dia a dia.
Fonte: Veja