Segurança é a principal preocupação dos paulistanos; pesquisa encomendada pela Loft revela o que mais incomoda moradores em seus bairros. Leilões de decorados geram novos negócios no setor imobiliário. Uso de dados e tecnologias emergentes resolve desafios do mercado imobiliário e pode alavancar crédito.
- Segurança é a principal preocupação dos paulistanos nos bairros
- Procura por itens de imóveis decorados gera novos negócios no setor imobiliário
- Uso de dados e tecnologias emergentes resolve desafios do setor imobiliário e pode alavancar o crédito
- Startup que usa IA para agilizar aluguel capta R$ 5,5 milhões em rodada pré-seed
Segurança é a principal preocupação dos paulistanos nos bairros
Estudo realizado pela startup Loft em parceria com a Offerwise aponta a falta de segurança como o principal problema enfrentado pelos moradores de São Paulo. A pesquisa “Avaliação do Seu Bairro”, que ouviu 300 residentes entre 19 e 22 de agosto, revelou que apenas 44,7% avaliam positivamente a segurança em suas regiões.
Aumentar essa sensação de segurança também impacta os preços do metro quadrado no mercado imobiliário. “São Paulo não oferece essa percepção, e os consequentes gastos para geração de segurança estão estampados no desenho da cidade”, afirma José Police Neto, coordenador do Núcleo de Habitação e Real State do Insper.
“Muros gigantescos, caco de vidro e arame farpado em suas extremidades, ruas em bairros nobres com cancelas e até portões, e portarias blindadas passam a ser itens básicos para enfrentar essa baixíssima avaliação”, enumera Neto. “E tudo isso tem custo. Portanto, o metro quadrado na cidade de São Paulo fica mais caro para gerar sensação de segurança para seus moradores”, complementa.
Segurança e lazer aparecem “como importantes pontos de atenção” para os candidatos nas próximas eleições municipais, ressalta Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft. A falta de opções de lazer (50,3%) e de praças e espaços de convivência (53,3%) também foram apontadas como problemas.
Por outro lado, os paulistanos avaliam positivamente a localização, o acesso às regiões (81%), o comércio local (78%) e o transporte público (71,3%). Quanto à mobilidade, 47,6% dos entrevistados fazem questão de permanecer no próprio bairro, enquanto 32,3% considerariam se mudar dentro da cidade.
Fonte: Estadão
Procura por itens de imóveis decorados gera novos negócios no setor imobiliário
Os apartamentos decorados estão gerando oportunidades de negócios antes e depois de serem desmontados. De acordo com levantamento da Superbid Exchange, a busca por leilões de itens de apartamentos decorados cresceu 25% no primeiro trimestre de 2024, se comparado ao mesmo período do ano passado. Estúdios e apartamentos pequenos predominam nesse mercado, que atrai empresas de arquitetura, decoração e fornecedores de mobiliário.
Quando não são vendidos diretamente pela incorporadora, os decorados são desmontados e as peças encaminhadas para leilões. “A lógica da venda no leilão é mais lucrativa”, afirma Ana Matheus, gerente comercial da Superbid. Esses leilões oferecem produtos até 90% abaixo do valor de mercado, criando uma cadeia de negócios alternativa.
Há quem transforme compras de leilões em outlet de decoração, como fez Franciano Fabrício de Araújo, comerciante de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. Com o tempo, ele foi pegando os “macetes” para se dar bem neste nicho. “As pessoas não costumam ler o edital, têm que ler”, enfatiza Araújo, destacando a sazonalidade dos leilões, que dependem do mercado imobiliário.
Consultorias como a Torsa, que cresceu 10% em 2023, intermediam negócios para incorporadoras, oferecendo projetos completos de acabamentos. Por outro lado, este modelo de negócios no Brasil ainda está restrito aos grandes centros. “Os fornecedores menores precisam ter capacidade para atender essa demanda”, aponta Marcos Jordão, da Todeschini, especilizada em móveis planejados.
Na onda dos decorados, a Ekko Group inovou ao criar a Ekko Decor, trazendo alto padrão para apartamentos decorados na região metropolitana de São Paulo. Juliana Zogbi, diretora de incorporação da empresa, afirma que os decorados são uma tendência crescente. “A tendência é que o segmento continue gerando oportunidade para outras cadeias de negócios”, conclui.
Fonte: Folha de S.Paulo
Uso de dados e tecnologias emergentes resolve desafios do setor imobiliário e pode alavancar o crédito
No setor imobiliário, o uso de dados e tecnologias emergentes – como a Inteligência Artificial (IA) – se mostra essencial para enfrentar desafios construtivos e ainda alavancar o crédito imobiliário, como é o caso do blockchain.
Especialistas destacam ainda a importância de novos métodos construtivos, como BIM e construção modularizada, e o uso de drones para inspeções e mapeamentos de áreas. A tecnologia também é necessária para acompanhar as operações do canteiro de obras em tempo real.
A digitalização e a integração de dados para a eficiência do mercado é outro ponto defendido para tornar a construção mais eficiente. “Não usar dados é perda de dinheiro”, afirmou Cristiano Gregorius, do Sienge, em palestra no evento Construsummit, que reuniu executivos do mercado imobiliário para debater gestão e tecnologia no setor. Segundo Gregorius, atualmente, 70% das decisões no mercado imobiliário ainda são empíricas, o que limita a produtividade.
“Ouvimos muito que ‘o modelo sempre funcionou’. O reflexo disso é que a nossa indústria cresceu apenas 1% em produtividade anual nos últimos 20 anos. A média de crescimento dos outros setores econômicos é de 2,8%”, compara Gregorius.
O uso de IA também pode auxiliar o mercado imobiliário na outra ponta, quando o problema é o crédito. Aplicada por instituições financeiras, a IA melhora as análises e precificação de imóveis, permitindo condições mais favoráveis para financiamentos, afirma Gleisson Cabral, do Mercado Bitcoin.
A startup Loft, por exemplo, lançou um simulador de financiamento imobiliário no WhatsApp que faz, em segundos, simulações de financiamento em diferentes bancos a partir de duas informações: o preço do imóvel e o valor a ser financiado.
O blockchain, por sua vez, possibilita a tokenização de imóveis, facilitando transações digitais e aumentando a segurança. “O proprietário fica embasado de acordo com o Código Civil, mas movimenta os tokens como quiser”, explica Andreas Blazoudakis, da Netspaces, exemplificando casos de sucesso em Porto Alegre, onde imóveis são financiados por meio de tokens.
A integração com cartórios ainda é um desafio, mas a moeda digital Drex, do Banco Central, promete trazer mais segurança e eficiência às transações no blockchain. “O Drex vai permitir que a transferência de propriedade seja automatizada”, diz Gleisson. Com a implementação do Drex, espera-se que o financiamento via mercado de capitais se torne mais comum, ampliando as opções de crédito no Brasil.
Fontes: Estadão e Startups
Startup que usa IA para agilizar aluguel capta R$ 5,5 milhões em rodada pré-seed
A startup Plaza, focada em agilizar o processo de locação de imóveis com inteligência artificial, captou R$ 5,5 milhões em rodada pré-seed liderada pelo fundo Magma Partners, do Chile. A Latitud e a Urca Angels também participaram do investimento, que visa aprimorar a tecnologia da empresa. “Acreditamos que o mercado imobiliário pode ser tão eficiente quanto o financeiro”, afirma Julio Viana, CEO da Plaza.
Fundada em 2023, a Plaza desenvolveu uma ferramenta que opera na retaguarda das imobiliárias, facilitando agendamentos, melhorando respostas e qualificando contatos. A startup já contabiliza mais de 30 mil interações e uma taxa de conversão de 70% em visitas. “Nosso objetivo é potencializar a geração de negócios com menos recursos”, destaca Viana.
A empresa projeta crescer 10 vezes nos próximos 12 meses, impulsionada pelo aumento na locação de imóveis. Segundo o IBGE, desde 2016, o aluguel avançou 3%, enquanto a compra de imóveis caiu, refletindo novos hábitos e dificuldades financeiras.
Fonte: Exame