Preços de imóveis residenciais desaceleram em setembro, mas acumulam alta acima da inflação em 2024. Construtoras focadas em imóveis de baixa renda mostram força e relatório do Bank of America destaca MRV. Creci-RJ aumenta fiscalização contra corretores ilegais.
- Preços de imóveis residenciais desaceleram em setembro, mas acumulam alta acima da inflação em 2024
- Construtoras de baixa renda mostram força; relatório do BofA destaca MRV
- Creci-RJ aumenta fiscalização contra corretores ilegais
- Ação sobre prazo de prescrição do seguro habitacional trará impactos ao setor imobiliário
Preços de imóveis residenciais desaceleram em setembro, mas acumulam alta acima da inflação em 2024
Os preços dos imóveis residenciais subiram 0,71% em setembro, mostrando uma desaceleração no ritmo de alta em relação aos meses anteriores, segundo o Índice FipeZAP, que monitora o mercado imobiliário em 56 cidades brasileiras. No acumulado de 2024, o crescimento é de 5,88%, superando a inflação de 2,99% medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em setembro, o incremento foi maior entre imóveis com três dormitórios, com alta de 0,76% nos preços. As unidades com quatro ou mais dormitórios apresentaram a menor valorização mensal (+0,66%).
As três cidades com o metro quadrado mais caro do Brasil estão em Santa Catarina: Balneário Camboriú (R$ 13.593/m²), Itapema (R$ 13.573/m²) e Itajaí (R$ 11.608/m²). Entre as capitais, Florianópolis lidera com R$ 11.604/m².
Entre as capitais que registraram maior variação de preço em 2024 estão Curitiba (+14,19%) em primeiro lugar, seguida por João Pessoa (+13,26%) e Salvador (+12,92%). São Luís vem na sequência (+10,18%), seguida por Goiânia (+9,96%). Em Porto Alegre, o indicador apresentou alta de 1,79% em setembro e 4,32% neste ano.
No acumulado dos últimos 12 meses (setembro/2023 a setembro/2024), o preço de venda dos imóveis no país subiu 7,15%, enquanto o IPCA medido pelo IBGE no mesmo período foi de 4,10%. O preço médio dos imóveis vendidos atingiu R$ 9.208/m², segundo o estudo da Fipe.
Fontes: IstoÉ Dinheiro e Rádio Guaíba
Construtoras de baixa renda mostram força; relatório do BofA destaca MRV
Construtoras voltadas a empreendimentos de baixa renda demonstram solidez e atratividade, segundo análise do Bank of America (BofA). A MRV&CO (MRVE3, na Bolsa de Valores ) destacou-se no Ibovespa com alta de 4,56% em 1º de outubro de 2024, fechando a R$ 7,57.
Em relatório, o BofA reforçou visão otimista sobre as empresas do mercado imobiliário que atuam no segmento do Minha Casa, Minha Vida, citando fundamentos fortes e retornos atraentes. Ao lado da Cury (CURY3), outra construtora especializada nos projetos de baixa renda, a MRV é apontada como uma das principais escolhas para investimento devido ao seu valuation.
Três motivos são destacados pelo banco estrangeiro para investir na MRV: assimetria de avaliação atrativa a 0,6 vez do valor contábil, consenso conservador sobre a empresa e expectativa de geração de caixa no segundo semestre de 2024.
O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) vive um de seus melhores momentos desde 2009, com subsídios mais altos levando a um crescimento de 65% ano a ano até agosto. As construtoras do segmento que estão listadas na Bolsa ganharam participação de mercado, enquanto o setor imobiliário como um todo, no Brasil, enfrenta efeitos da inflação recente.
A Direcional Engenharia (DIRR3) também se destaca no cenário das construtoras de baixa renda, conforme análise do BofA. O banco considera a empresa atrativa, principalmente devido aos retornos em caixa esperados, com um rendimento projetado entre 9% e 10%. Segundo o BofA, a empresa tem apresentado resultados consistentes e uma sólida execução de projetos.
A movimentação da Resia, incorporadora da MRV nos EUA, tem chamado atenção dos analistas: a empresa anunciou a venda do projeto Old Cutler, na Flórida, por US$ 118,5 milhões (cerca de R$ 641 milhões), com lucro bruto de US$ 11 milhões. “Acreditamos que a MRV fez a maior parte do trabalho em direção à recuperação, e a geração de caixa agora depende principalmente da conclusão de um ‘legado’ de baixa margem este ano”, afirmam os analistas do BofA, prevendo potencial de dobrar o lucro por ação ano a ano, mesmo em cenários conservadores.
Fonte: InfoMoney
Creci-RJ aumenta fiscalização contra corretores ilegais
O Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro (Creci-RJ) tem intensificado suas ações contra o exercício ilegal da profissão de corretor imobiliário. Recentemente, seis pessoas foram autuadas no centro de Maricá por atuarem sem o devido registro profissional. De acordo com o Creci-RJ, mais de 5 mil pessoas já foram multadas em todo o estado do Rio por exercício ilegal da profissão.
A iniciativa visa não apenas coibir a prática irregular, mas também alertar a população sobre possíveis golpes no mercado imobiliário, principalmente diante das mudanças que o setor deve sofrer com a Reforma Tributária.
Segundo o advogado Victor Fornos Hadid, especialista em direito imobiliário, as novas regras trarão um aumento na alíquota do imposto para imobiliárias e incorporadoras, além da incidência do Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) nas transações.
Hadid explica que a alíquota média será de 15,9% sobre a diferença entre a compra e a venda do imóvel, variando de 7,9% para imóveis de R$ 200 mil a 22% para unidades a partir de R$ 2 milhões. Atualmente, a alíquota média é de 8%, tributada pelo PIS/COFINS, que será extinto com a reforma.
Fonte: O Dia
Ação sobre prazo de prescrição do seguro habitacional trará impactos ao setor imobiliário
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) está julgando dois recursos repetitivos que definirão o marco inicial do prazo de prescrição para ações contra seguradoras por defeitos de construção em imóveis financiados pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH). A decisão terá impacto significativo no mercado imobiliário e na proteção dos mutuários, na análise do advogado Marcos Antonio da Silva, especializado no setor.
Em sua coluna para o portal JOTA, Silva afirma que a decisão do STJ poderá impactar a confiança no mercado imobiliário, a concessão de crédito e o comportamento dos mutuários. Uma eventual decisão desfavorável aos consumidores pode gerar insegurança jurídica, afetando novos contratos e o interesse de investidores no setor, aponta o especialista.
O julgamento discute se o prazo – de prescrição de um ano – deve começar a partir da quitação do contrato de financiamento, independentemente do conhecimento dos danos estruturais pelo segurado, conforme voto da relatora Maria Isabel Gallotti.
Caso esse entendimento prevaleça, os mutuários poderão ser desestimulados a quitar antecipadamente seus contratos, prolongando as dívidas por décadas até que a segurança da construção seja comprovada. Isso é particularmente relevante, pondera Marcos Antonio da Silva, considerando as condições das moradias populares, muitas vezes construídas com materiais de qualidade questionável.
Por outro lado, o setor de seguros demonstra solidez financeira, com crescimento de 15,3% e arrecadação de R$ 209,58 bilhões no primeiro semestre de 2024, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Isso indica capacidade para cumprir compromissos com os consumidores.
A proteção ao consumidor, frequentemente respaldada na jurisprudência do STJ, é crucial para garantir que o seguro habitacional continue oferecendo segurança aos mutuários, influenciando diretamente a confiança no sistema de crédito habitacional e no mercado financeiro brasileiro. Fonte: JOTA