Inadimplência dos aluguéis atinge segundo menor nível do ano em setembro. Com crédito imobiliário mais caro e seletivo, Caixa reduz valor financiado a partir de 21 de outubro. Cresce na Justiça disputa sobre aluguel por temporada.
- Inadimplência dos aluguéis atinge segundo menor nível do ano em setembro
- Caixa reduz valor financiado de imóveis a partir de 21 de outubro
- Cresce na Justiça disputa entre condomínios e proprietários sobre aluguel por temporada
- Moradores de Florianópolis são os mais fiéis aos seus bairros, mostra pesquisa da Loft
Inadimplência dos aluguéis atinge segundo menor nível do ano em setembro
A taxa de inadimplência dos aluguéis no Brasil fechou setembro em 3,14%, o segundo menor índice de 2024. O percentual ficou acima apenas de agosto (3,12%), conforme dados da plataforma imobiliária Superlógica, que monitora mais de 800 mil imóveis no país.
Os dados indicam uma tendência de queda no número de inquilinos que deixam de pagar o aluguel desde abril, após picos de 3,8% em fevereiro e abril. Entre as regiões, o Norte lidera com 6,6% de inadimplência, seguido pelo Nordeste (4,7%).
Ainda seguindo o estudo, Rondônia apresenta a maior taxa estadual (11,1%), enquanto Sergipe e Santa Catarina registram as menores (2,1%). Nos imóveis residenciais, contratos acima de R$13 mil tiveram a maior inadimplência (5,5%).
“Como o aluguel é, em geral, o maior impactador sobre a renda do brasileiro que não tem imóvel próprio, a inadimplência da locação está diretamente relacionada aos fatores macroeconômicos da região, como taxa de emprego e PIB (Produto Interno Bruto)”, explica Manoel Neto, diretor de negócios da Superlógica.
Para imóveis comerciais, a inadimplência média foi de 3,9%, com maior índice em contratos de até R$1 mil (6,4%).
Fonte: Folha de S.Paulo
Caixa reduz valor financiado de imóveis a partir de 21 de outubro
A Caixa Econômica Federal, responsável por cerca de 70% dos financiamentos imobiliários no Brasil, anunciou mudanças nas regras de financiamento da casa própria a partir de 21 de outubro. As novas diretrizes afetarão tanto o Sistema de Amortização Constante (SAC) quanto a Tabela Price.
Para o SAC, o financiamento máximo cairá de 80% para 70% do valor do imóvel. Já pela Tabela Price, a redução será de 70% para 50%. As alterações se aplicam a imóveis novos, usados, comerciais, construção individual e lote urbanizado, com limite de valor de garantia de R$1,5 milhão.
“Com isso, a Caixa está dando dois recados claros ao mercado: que ela tem menos recursos para emprestar e que, por isso, será mais seletiva na concessão”, avalia Alberto Ajzental, coordenador do curso de negócios imobiliários da FGV (Fundação Getulio Vargas).
A mudança reflete a queda na participação da poupança no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que caiu de 70% para menos de 34%. Segundo Ajzental, “o saldo da poupança vem caindo ano a ano, com retiradas de R$ 80 bilhões ao ano, reduzindo drasticamente o dinheiro na poupança”. As novas regras não se aplicam a imóveis adjudicados e empreendimentos vinculados à Caixa.
Fonte: Infomoney
Cresce na Justiça disputa entre condomínios e proprietários sobre aluguel por temporada
O número de sentenças estaduais relacionadas a desentendimentos em convenções de condomínios no Brasil aumentou 72% em 2023, passando de 228 casos em 2022 para 392, segundo levantamento da plataforma Jusbrasil. A chamada “Batalha do Airbnb” reflete o crescente conflito entre condomínios e proprietários de imóveis sobre os chamados aluguéis de curta duração ou short stay.
Problemas comuns incluem barulho excessivo, insegurança, mau uso de áreas comuns e aumento de gastos com manutenção. A empresa carioca ‘Administradora Nacional’ relata um aumento de 35% (por ano) em problemas relacionados a esse tipo de aluguel entre 2021 e 2024.
“Quando a convenção determina que o condomínio é residencial, os donos dos apartamentos não podem alugar por temporada”, explica
Gabriel de Britto Silva, advogado especializado em direito imobiliário.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) está analisando a possibilidade de condôminos alugarem imóveis por temporada. Até o momento, três ministros votaram a favor, desde que a convenção do condomínio não proíba expressamente.
Especialistas apontam a necessidade de regulamentação do mercado. “Enquanto não houver regras claras, sempre haverá margem para dúvidas, principalmente porque a Lei do Inquilinato não aborda as particularidades das plataformas”, afirma Edgar Poschetzky, diretor da administradora Apsa.
Do outro lado, empresas como Airbnb e Booking enfrentam a resistência do setor hoteleiro, que veem no crescimento do short stay uma ameaça. A Lei do Inquilinato diz que o aluguel por temporada é de até 90 dias. “Mas há como alugar por um, dois dias. Isso é diária, e incide 5% de ISS sobre diária. Essas plataformas pagam apenas impostos sobre as taxas que cobram dos locatários”, afirma o presidente do Sindicato de Hotéis do Rio de Janeiro, Alfredo Lopes.
Segundo a Administradora Nacional, é possível faturar até o dobro com o aluguel por temporada em relação ao convencional. Dados do AirDNA, plataforma que monitora imóveis cadastrados no Airbnb e no Vrbo, reforçam a análise. A Receita Federal estuda medidas para cobrar impostos sobre a renda não declarada desses aluguéis.
Fonte: O Globo
Moradores de Florianópolis são os mais fiéis aos seus bairros, mostra pesquisa da Loft
Um levantamento inédito realizado pela Loft revela que os moradores de Florianópolis são os que menos trocariam de bairro caso precisassem mudar de imóvel, entre as seis capitais mais populosas do Sul e Sudeste do Brasil. Na capital catarinense, 59% dos residentes afirmam que permaneceriam no mesmo bairro em caso de mudança.
“A alta proporção de pessoas que ficariam no bairro é reflexo da boa avaliação geral que os moradores da Capital fazem das suas regiões”, explica Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft. De fato, 88% dos moradores de Florianópolis classificaram seu bairro como bom ou muito bom.
Os principais fatores de satisfação citados foram: a presença de mercados/padarias (65%), tranquilidade do entorno (61%) e proximidade a vias de acesso importantes (58%). Em contrapartida, proximidade com o local de trabalho (26%), presença de linha de ônibus específica (26%) e proximidade da família (29%) foram os menos mencionados.
A pesquisa também revelou diferenças de percepção entre classes sociais e faixas etárias. Na classe A, 78% consideram seus bairros bons ou muito bons, contra 63% na classe B e 53% na classe C. A faixa etária de 35 a 44 anos apresentou a maior aprovação (98%), enquanto a de 18 a 24 anos registrou o menor índice (75%).
A pesquisa “Avaliação dos Bairros” entrevistou 1.718 pessoas em Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. O estudo, realizado entre 19 e 29 de setembro, tem margem de erro de cinco pontos percentuais e intervalo de confiança de 90%.
Fonte: NSC