Crescimento do PIB impulsiona construção, mas é preciso medidas estruturais, alertam analistas do mercado. Construtora do Grupo Rodobens projeta triplicar vendas com foco no MCMV. Conheça as tendências imobiliárias para 2025.
- Crescimento do PIB impulsiona mercado da construção, mas desafios estruturais persistem
- Construtora do Grupo Rodobens projeta triplicar vendas com foco no Minha Casa, Minha Vida
- Tendências imobiliárias para 2025: sustentabilidade, tecnologia, espaços menores e bem planejados
- Gestora brasileira capta US$60 milhões para construção de casas de luxo na Flórida
Crescimento do PIB impulsiona mercado da construção, mas desafios estruturais persistem
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou um crescimento de 1,4% no segundo trimestre de 2024, superando as expectativas do mercado. Com esse resultado, o mais expressivo desde o quarto trimestre de 2020, as projeções para a expansão no ano se aproximam de 3%, contra os 1,59% inicialmente previstos pelo relatório Focus em janeiro.
Apesar do crescimento do PIB, o mercado imobiliário brasileiro tem enfrentado desafios nos últimos 10 anos, principalmente devido às condições de financiamento, com 90% das transações dependendo dos financiamentos habitacionais tradicionais. “As vantagens do aumento do PIB são várias, mas só vamos conseguir aproveitá-las se estivermos preparados”, afirma Eduarda Tolentino, CEO da BRZ Empreendimentos.
Em análise feita para o portal da Gazeta da Semana, a executiva argumenta que o principal entrave para o setor são as restrições nas condições de financiamento, um desafio estrutural que requer soluções além das mitigadoras. “Qualquer medida que não enfrente o desafio estrutural será paliativa. Importante, mas paliativa”, argumenta.
Tolentino sugere duas estruturas importantes para o setor: o desenvolvimento do mercado secundário, e o foco no funding tradicional. Ela propõe que o FGTS continue voltado para o público de baixa renda, enquanto a Poupança atenda o segmento de média e alta renda.
Para aproveitar o aumento do PIB, a CEO recomenda que as empresas invistam em análise de demanda, estudos de viabilidade e preço de insumos, além de manter uma análise cautelosa dos riscos macroeconômicos.
“Com a demanda de imóveis aumentando, a busca por materiais de construção acompanha o movimento — o que impacta e muito no preço. O cimento, o aço e o vidro são os primeiros da lista a serem avaliados. Assim, se houver sinais de que o PIB e os preços continuarão crescendo, as construtoras podem decidir antecipar compras de materiais ou adotar práticas que reduzam a dependência de insumos tradicionais”, alerta.
Tolentino conclui enfatizando a necessidade de discussões amplas sobre medidas estruturais para o setor, destacando a importância da construção civil para a economia brasileira e a urgência em abordar o déficit habitacional do país.
Fonte: Gazeta da Semana
Construtora do Grupo Rodobens projeta triplicar vendas com foco no Minha Casa, Minha Vida
A RNI, construtora e incorporadora do Grupo Rodobens, prevê um aumento significativo em seu valor geral de vendas (VGV) para 2025. A empresa espera atingir entre R$600 milhões e R$700 milhões em vendas, triplicando o valor de R$200 milhões lançados em 2024.
“O mercado imobiliário está aquecido e a empresa está mais organizada”, diz José Vieira, superintendente de vendas e marketing da RNI. Pela primeira vez nos 33 anos de história da empresa, a construtora divulga publicamente sua expectativa de VGV.
Para o final de 2024, a RNI ainda planeja dois lançamentos em São José do Rio Preto (SP), sendo um deles parte do programa Minha Casa Minha Vida, com VGV estimado em R$85 milhões.
A empresa tem como meta que 80% de seus empreendimentos sejam parte do Minha Casa Minha Vida (MCMV). Todos os lançamentos previstos para 2025 estão incluídos no programa, com projetos em diversas regiões metropolitanas do país.
Fabiano Valese, diretor financeiro da RNI, afirma que a recente elevação no teto de financiamento do MCMV ajudou a mitigar os desafios que o setor passou a enfrentar após a alta da Selic. “É algo que ajuda a arrefecer o desafio da alta dos juros”, argumenta.
A continuidade do programa habitacional, que passou por diferentes governos, dá segurança para os investimentos do Grupo no segmento.“Não é mais um programa de governo, mas de Estado”, avalia José Vieira.
Fonte: Veja
Tendências imobiliárias para 2025: sustentabilidade, tecnologia, espaços menores e bem planejados
Os números do mercado imobiliário brasileiro não deixam dúvidas sobre o crescimento e fortalecimento nos últimos anos – foram 32,6% de crescimento em vendas de 2022 para 2023, segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). O setor mostra resiliência, com balanços do segundo trimestre das incorporadoras apontando cenário positivo. As empresas estão conseguindo demandar produtos e arcar com os custos do financiamento imobiliário, mesmo com taxas altas e sem previsão de baixa, após a interrupção do ciclo de queda da taxa básica de juros (Selic)
Diante deste cenário, é possível traçar tendências para o próximo ano, destacando transformações tecnológicas, mudanças no perfil dos consumidores e maior foco em sustentabilidade. “As tendências para os próximos anos giram bastante na questão da sustentabilidade, desde a construção de edifícios de baixo impacto ambiental até o uso de materiais sustentáveis”, afirma Guilherme Sartori, diretor de engenharia da HM Engenharia.
Imóveis compactos e multifuncionais, que dispararam neste mercado, ganham ainda mais destaque, atendendo à demanda de jovens profissionais e famílias pequenas que buscam praticidade. Eles serão altamente funcionais, com espaços bem planejados e integrados.
Condomínios com espaços de entrega e minimercados também se tornam mais populares, assim como espaços de coworking, que surgem nos condomínios como resposta ao trabalho híbrido, na linha do que pesquisas recentes vêm apontando (Tendências de Moradia/DataZap e pesquisa Perlpan Empreendimentos).
Segundo Sartori, a tecnologia vai desempenhar um papel crucial, com realidade virtual e aumentada revolucionando a experiência de compra e venda de imóveis.
“As empresas do setor que conseguirem antecipar essas tendências e inovar, oferecendo produtos e serviços ajustados às necessidades futuras, certamente estarão bem posicionadas para crescer num cenário em rápida mudança”, afirma.
Fonte: Empresas & Negócios
Gestora brasileira capta US$60 milhões para construção de casas de luxo na Flórida
A Invisto, gestora fundada em 2022 por João Vianna, Victor Magalhães e Rafael Rebouças anunciou a captação de US$60 milhões para um segundo fundo imobiliário nos Estados Unidos. O valor representa 40% do total estimado de US$150 milhões para o fundo, que promete retornos potenciais de até 19% em dólar, dependendo da classe de investimento.
O modelo de negócio da Invisto consiste em comprar casas antigas na Flórida, demolir e construir residências de alto padrão no local. A empresa foca principalmente no mercado da Flórida devido à transparência, volume de dados disponíveis e regras construtivas claras.
“Temos mais investidores brasileiros por conta do nosso relacionamento, mas também temos investidores americanos, europeus e latinos”, afirma Vianna.
O novo fundo reduz o cheque mínimo para US$250 mil e terá um fundo espelho no Brasil, com valor mínimo de R$100 mil, que será oferecido pelo Banco Fator a partir de novembro. A previsão de retorno é de 8,5% ao ano na classe mais conservadora, com pagamento de juros trimestrais, ou 12,5% na classe 2, que só recebe ao final do ciclo de desinvestimento.
Atualmente, a Invisto gerencia 70 obras simultâneas em bairros nobres de Orlando e Winter Park. O novo fundo visa a aquisição de 200 a 220 casas, com valores entre US$1 milhão e US$4,2 milhões, expandindo também para Tampa.
Fonte: O Globo