Brasileiros preferem contato presencial na hora de comprar imóvel em vez de negociação online. Volta do presencial impulsiona fundos imobiliários. Como quatro ‘superobras’ podem alavancar valorização imobiliária de Itajaí (SC).
- Brasileiros preferem contato presencial na hora de comprar imóvel
- Volta do trabalho presencial impulsiona fundos imobiliários, mas Selic alta freia entusiasmo
- Como quatro ‘superobras’ podem alavancar valorização imobiliária de Itajaí
- Vendas de imóveis de luxo em Porto Alegre crescem o dobro da média do mercado
Brasileiros preferem contato presencial na hora de comprar imóvel
Apenas 11% dos brasileiros comprariam ou alugariam um imóvel em um processo totalmente digital, revela pesquisa realizada pela Loft em parceria com a Offerwise. O estudo aponta que 72,3% dos entrevistados preferem visitar fisicamente o imóvel antes de tomar uma decisão.
Apesar do avanço do e-commerce no país, que movimentou 200 bilhões de reais no ano passado, o mercado imobiliário enfrenta desafios na adaptação às vendas online. A resistência é maior quando se trata de bens de alto valor, como imóveis.
Fatores culturais e emocionais influenciam essa preferência pelo presencial. A tradição de golpes no país, escalada no mundo digital, faz com que muitos clientes ainda queiram visitar os espaços e interagir pessoalmente com os vendedores.
Mesmo com recursos tecnológicos avançados, como tours virtuais e plantas 3D, quase 60% dos entrevistados preferem fechar negócio de forma presencial, devido a preocupações com segurança e fraudes. Além disso, 57% optam por entregar documentos pessoalmente, apesar da disponibilidade de ferramentas como Docusign que facilitam contratos online.
O e-commerce imobiliário tem mais chances de avançar em situações específicas, como compras interestaduais ou internacionais, e em leilões, onde nem sempre é possível visitar o imóvel antecipadamente. Nesses casos, a confiança na marca ganha peso na decisão de compra totalmente online.
Fonte: Veja
Volta do trabalho presencial impulsiona fundos imobiliários, mas Selic alta freia entusiasmo
A retomada do trabalho presencial em 2024 tem impactado positivamente o mercado imobiliário e os fundos de investimentos imobiliários (FIIs). No entanto, a Selic em alta tem freado o entusiasmo dos investidores, segundo especialistas.
Dados da Catho revelam que 80,2% das 522 mil vagas anunciadas na plataforma em 2024 eram presenciais, contra apenas 1,7% remotas e 3,3% híbridas. Essa tendência contrasta com o auge do home office durante a pandemia, quando 10,4% da população ocupada trabalhava remotamente, conforme levantamento do FGV-Ibre.
Em 2024, os preços dos aluguéis comerciais no país subiram 7,8%, rompendo o recorde da série histórica do índice FipeZap. Segundo a consultora JLL, a taxa de vacância de escritórios em São Paulo atingiu 20,9% no quarto trimestre de 2024, o menor índice desde o final de 2020.
Carolina Borges, head da EQI Research, aponta que a alta da Selic tem causado resistência no mercado. “Os ativos de renda fixa têm oferecido taxas IPCA+7% ou até 14% em CDI. O investidor tem um retorno contratado a juros altos, isso faz com ele seja mais cauteloso ao tomar risco”, explica.
Apesar da queda na taxa de vacância, os FIIs de escritórios ainda estão atrás dos ativos vinculados a shoppings e galpões. “O inquilino que está procurando um escritório para alugar ainda consegue barganhar e pagar menos. A tendência é positiva, mas não se refletiu na rentabilidade dos fundos”, observa Daniel Marinelli, especialista de FIIs do BTG Pactual.
Segundo levantamento do BTG Pactual, FIIs de lajes corporativas listados no Ifix pagaram uma média de 9,2% em dividendos em 2024, enquanto a rentabilidade média do IPCA+ 2035 foi de 6,3% no mesmo período.
A expectativa é que a Selic, atualmente em 14,25% ao ano, chegue a 15% ao fim de 2025, o que pode continuar impactando o desempenho dos FIIs em comparação com investimentos de renda fixa.
“Empresas com regime híbrido ou remoto estão pressionando por mais dias nos escritórios. Isso impacta a demanda por novos espaços”, afirma Rafael Calvo, diretor de locações da JLL.
No entanto, a influenciadora Nath Finanças questiona: “A gente precisa falar sobre a produtividade daquele que pega três conduções e demora três horas para chegar ao trabalho”.
Fonte: Folha de S.Paulo
Como quatro ‘superobras’ podem alavancar valorização imobiliária de Itajaí
Itajaí, em Santa Catarina, já está entre as quatro cidades mais valorizadas no setor imobiliário do Brasil e deve experimentar um salto ainda maior na valorização imobiliária, impulsionada por quatro grandes obras de infraestrutura. O município tem atraído investimentos milionários no setor de luxo, consolidando posição como polo de negócios e referência nos setores náutico e naval.
Especialistas preveem uma valorização acima de 20% ao ano. “Por ter uma economia forte e ser uma das cidades mais ricas do país, tem atraído grandes empresas que, por sua vez, trazem empresários e executivos de alto nível. Esse movimento reflete diretamente na demanda por imóveis de alto padrão e em um mercado imobiliário em constante aquecimento”, avalia Fabrício Bellini, que atua no mercado imobiliário local.
Entre as ‘superobras’ que estão impulsionando a região, destaca-se o túnel submerso entre Itajaí e Navegantes, com investimento de US$ 188 milhões. Com 29 metros de profundidade, o projeto inclui faixas exclusivas para transporte público e passagem para pedestres e ciclistas, prometendo desafogar o trânsito e reduzir significativamente o tempo de deslocamento entre os municípios.
Outra obra importante é o sistema de transporte coletivo regional 100% elétrico (BRT), que interligará 11 cidades da região com corredores exclusivos e até 70 km de malha cicloviária. O projeto prevê um modelo sustentável e eficiente de mobilidade urbana.
O Boulevard Marina Itajaí, primeiro shopping náutico do Brasil, representa um investimento de R$ 100 milhões. Com 120 operações comerciais, incluindo mais de 20 opções gastronômicas, o empreendimento tem previsão de inauguração para o verão 2026/2027.
Completando o quarteto de ‘superobras’, o Parque Náutico ocupará uma área de 23 mil m² ao lado da Marina Itajaí. O espaço contará com diversas instalações de lazer e esporte, incluindo um heliponto para emergências e segurança. A inauguração está prevista para o segundo semestre deste ano.
Fonte: NSC Total
Vendas de imóveis de luxo em Porto Alegre crescem o dobro da média do mercado
O mercado de imóveis de luxo em Porto Alegre está em plena expansão, registrando um crescimento de cerca de 50% nas vendas em cinco anos, o dobro do avanço observado nas vendas gerais de residenciais.
De acordo com levantamento do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis (Secovi-RS), em 2024 foram comercializados 425 imóveis de luxo, classificados como unidades vendidas por valores acima de R$ 2 milhões, representando um aumento de 50,71% em relação a 2019.
O vice-presidente de Comercialização do Secovi-RS, Rafael Padoin Nenê, atribui esse aquecimento a diversos fatores. Entre eles, o menor impacto das altas taxas de juros nessa classe de consumidores, que geralmente depende menos de financiamentos.
“É um comprador que já tem uma estabilidade financeira, uma educação financeira mais adequada. Então, ele consegue se programar melhor. Ele não depende tanto de um financiamento imobiliário, de muitos arranjos financeiros ou ajustes na composição de renda”, afirma Nenê.
O especialista ressalta que os novos empreendimentos de luxo estão investindo em diferenciais como opções de lazer mais sofisticadas, design inovador com sacadas mais abertas, uso de concreto aparente e madeiras ecológicas, além de paisagismo elaborado. Esses aspectos contribuem para aumentar o valor do metro quadrado e atrair compradores exigentes.
Apesar de um leve recuo nas vendas de 2024 em comparação com 2023, tanto para imóveis de luxo quanto para o mercado geral, a retração foi menor no segmento de alto padrão. Essa resistência pode estar relacionada ao fluxo contínuo de lançamentos no setor.
O professor da Faculdade de Arquitetura e da pós-graduação em Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Eber Pires Marzulo afirma que esse cenário também é composto por questões ligadas à produção e ao portfólio de investimentos.
“Tem uma maior produção de imóveis de luxo, mais lançamentos, imóveis novos. Mas, além disso, tem outro aspecto. Tanto do ponto de vista das incorporadoras quanto do comprador final, os imóveis viraram investimentos”, argumenta.
Fonte: Zero Hora