No Sul e Sudeste, taxa de condomínio pode ultrapassar R$ 2,6 mil. Trisul cresce 36% no primeiro trimestre e abandona a classe média. Mercado de escritórios em SP: vacância cai abaixo de 20% pela primeira vez pós-pandemia.
No Sul e Sudeste, taxa de condomínio pode ultrapassar R$ 2,6 mil
As taxas de condomínio estão encarecendo o sonho da casa própria em diversas regiões do Brasil. Segundo levantamento da Loft, as despesas condominiais no Sul e Sudeste podem chegar a mais de R$ 2,6 mil mensais.
A pesquisa analisou 2,2 milhões de anúncios de imóveis residenciais disponíveis em abril nas principais plataformas digitais, abrangendo as maiores cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Os bairros Jardim Europa, Jardim América e Higienópolis, todos na capital paulista, concentram as maiores taxas de condomínio médio entre os bairros, superando R$ 2.600 mensais. Fora de São Paulo, o bairro com taxa mais alta é Belvedere, em Belo Horizonte, com média de R$ 2.400.
“É um custo fixo que impacta diretamente o orçamento mensal do morador e, uma vez estabelecido, dificilmente é reduzido ao longo do tempo”, explica Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft.
Além de pagar condomínio caro, os donos dos imóveis precisam ficar atentos: uma decisão recente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que, sem registro do contrato em cartório, o vendedor permanece responsável pelas dívidas condominiais, mesmo após o comprador assumir a posse.
“O proprietário do imóvel, embora não seja o devedor da taxa do condomínio, permanece responsável pelo pagamento para que seja possível a penhora do referido imóvel em caso de inadimplência”, esclarece Carolina Botelho, especialista em Direito Imobiliário.
Na hora da compra é preciso redobrar a atenção, já que, se o antigo dono do imóvel possuir dívidas com condomínio, o imóvel pode ser penhorado para quitar os débitos.
Fonte: Valor Investe
Trisul cresce 36 por cento no primeiro trimestre
A incorporadora Trisul reportou lucro líquido de R$ 41,2 milhões no primeiro trimestre de 2025, um crescimento de 35,6% em comparação ao mesmo período de 2024. Apesar da queda de 10,2% na receita líquida, que totalizou R$ 272 milhões, a margem bruta avançou 7,9 pontos percentuais, chegando a 32,6%.
Segundo Jorge Cury, CEO da Trisul, o crescimento da margem é motivado pela reciclagem da safra de prédios. “A tendência deste ano é voltar para nossos níveis históricos”, afirma, referindo-se a margens entre 35% e 36%.
Tradicionalmente focada no segmento de médio padrão, a incorporadora mudou sua estratégia nos últimos anos. “Estamos evitando a classe média hoje em dia”, revela Cury.
O executivo explica que a empresa está concentrando esforços nos extremos: projetos econômicos que se enquadram no Minha Casa, Minha Vida (MCMV) – aumentando um pouco o tamanho das unidades, para 40 a 42 metros quadrados, ainda sem vaga – e empreendimentos de alto padrão com unidades acima de R$ 2 milhões. “Nossa meta é ter 50% [da produção] em cada setor, até 2027”, revela.
Operacionalmente, a incorporadora lançou R$ 456,2 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV) de janeiro a março, ante nenhum lançamento no mesmo período do ano anterior. As vendas líquidas, no entanto, caíram 4,8%, totalizando R$ 292,1 milhões.
A Trisul encerrou março com R$ 367,9 milhões em dívida líquida, uma redução de 45,6%. Para 2025, a empresa projeta atingir entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões em vendas brutas e lançamentos, mirando o teto da meta.
Fonte: Valor Econômico
Mercado de escritórios em SP: vacância cai abaixo de 20 por cento pela primeira vez pós-pandemia
A taxa de vacância dos escritórios de alto padrão em São Paulo recuou para 18,3% no primeiro trimestre de 2025, ficando abaixo de 20% pela primeira vez desde a pandemia, segundo dados da JLL. No trimestre anterior, o índice para os prédios AA e A estava em 20,9%.
Com a escassez de espaços na Faria Lima, as regiões da Berrini e Chucri Zaidan concentraram mais de 70% das transações nas áreas primárias. O aumento das locações e a queda da vacância elevaram o preço médio do metro quadrado em 15%, com valores chegando a R$ 300 na Faria Lima, enquanto nas demais regiões permanecem abaixo de R$ 200.
“O primeiro trimestre foi tomado por um volume alto de demandas por espaços grandes”, afirma Yara Matsuyama, diretora de locações da JLL. O período registrou o maior número de transações acima de 3 mil m² em 10 anos e foi o segundo mais forte desde 2016 para locações acima de 10 mil m².
Como consequência, a disponibilidade de espaços acima de 10 mil m² caiu de 17 para 11 edifícios na comparação com o mesmo período em 2024. Na Chucri Zaidan, esse número foi reduzido de nove para cinco edifícios.
A JLL projeta que o mercado continuará aquecido, com a taxa de vacância caindo para 17,4% até o final do ano. A atividade construtiva em São Paulo deve seguir alta, com a entrega de 464 mil m² até 2027.
Fonte: Metro Quadrado
Rio lança programa para recuperar casarões abandonados no Centro
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), lançou nesta quinta-feira (15) o programa Reviver Centro Patrimônio Pró-APAC, um plano para recuperar casarões abandonados no Centro da cidade por meio de desapropriações e parcerias com o setor privado.
O anúncio acontece na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-Rio), em evento direcionado ao mercado imobiliário. O plano prevê a desapropriação de conjuntos inteiros de casarões abandonados, que serão vendidos em leilões para empresas capazes de restaurá-los e adaptá-los para uso comercial, residencial ou misto, com apoio financeiro da prefeitura.
“A iniciativa privada poderia participar da desapropriação, por meio de hasta pública, como ocorreu no caso do Gasômetro para o Estádio do Flamengo. Quem vencer o leilão terá apoio financeiro da prefeitura para realizar as obras de recuperação do casario”, afirmou Paes em março, quando adiantou detalhes da proposta.
Segundo levantamento do Diário do Rio, mais de 600 imóveis históricos estão em mau estado na região Central. Problemas de titularidade e dívidas de IPTU são obstáculos frequentes para a recuperação desses imóveis.
“O patrimônio histórico do Centro pede socorro, e é preciso que a prefeitura crie um ambiente amigável para a retomada do interesse dos investidores nos casarões”, defende Cláudio André de Castro, presidente do Conselho de Renovação do Centro, da Associação Comercial.
Fonte: Diário do Rio