Mercado imobiliário cresce 15% no primeiro trimestre, impulsionado pelo MCMV, aponta CBIC. Aluguel residencial dispara quase três vezes mais que a inflação em abril. Mais da metade dos brasileiros considera alto o custo de vida onde moram.
CBIC: Mercado imobiliário cresce 15 por cento no 1º trimestre, impulsionado pelo MCMV
O mercado imobiliário brasileiro registrou crescimento de 15,7% nas vendas e 15,1% nos lançamentos de imóveis novos no primeiro trimestre de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024, segundo relatório divulgado pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) na segunda-feira (19).
Entre janeiro e março, foram comercializadas 102.485 unidades residenciais em 221 cidades do país, enquanto os lançamentos totalizaram 84.924 unidades. Nos últimos 12 meses, as vendas acumuladas atingiram 418.136 unidades, um aumento de 22,5% em relação ao ano anterior.
O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) foi o protagonista do trimestre, representando 53% dos lançamentos e 47% das vendas no período. Em relação ao primeiro trimestre de 2024, houve alta de 40,9% nas vendas e 31,7% nos lançamentos pelo programa habitacional.
“Mesmo em um cenário de crédito caro, o brasileiro segue acreditando no investimento em moradia. A força do MCMV, aliada ao crescimento da renda e à estabilidade no emprego, sustenta esse desempenho positivo”, afirmou Renato Correia, presidente da CBIC.
A oferta final de imóveis totalizou 287.980 unidades em março de 2025, uma redução de 5,5% em relação ao final de 2024. No MCMV, a oferta final atingiu 99.518 unidades, com tempo estimado de escoamento de 6,5 meses.
Os preços médios dos imóveis tiveram alta de 1,9% no trimestre, acompanhando a variação do INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) no período, o que segundo a entidade indica estabilidade nos valores praticados.
A CBIC projeta que o mercado imobiliário manterá patamar elevado ao longo de 2025, especialmente com a consolidação da faixa 4 do MCMV, voltada para famílias com renda mensal entre R$ 8 mil e R$ 12 mil.
Fontes: Folha de S.Paulo e Money Times
Aluguel residencial dispara em abril
O preço do aluguel residencial no Brasil subiu 1,25% em abril de 2025, quase o triplo da inflação medida pelo IPCA (0,43%) e bem acima do IGP-M (0,24%), segundo o Índice FipeZAP, divulgado nesta terça-feira (20). A alta foi registrada em 34 das 36 cidades monitoradas, incluindo todas as 22 capitais.
No acumulado dos primeiros quatro meses do ano, o aumento chegou a 4,51%, também superando o IPCA (2,48%) e o IGP-M (1,23%). Em 12 meses, a valorização alcançou 12,77%, contra 5,53% do IPCA e 8,50% do IGP-M.
Aracaju, no Sergipe, liderou a alta entre as capitais em abril, com valorização de 2,84%, seguida por Teresina, no Piauí (2,46%), e Cuiabá, no Mato Grosso (2,40%). A capital sergipana também registrou o maior aumento no primeiro quadrimestre, de 10,33%.
O preço médio do aluguel em abril ficou em R$ 48,66/m². Imóveis com um dormitório apresentaram a maior alta mensal (1,74%) e o maior valor médio por metro quadrado (R$ 65,59/m²). São Paulo apresentou o preço médio mais elevado entre as capitais (R$ 60,45/m²), no entanto Barueri, na região metropolitana de SP, liderou a lista geral com R$ 65,97/m².
A rentabilidade média anual do aluguel residencial ficou em 5,92%, abaixo de outras aplicações financeiras. Imóveis de 1 dormitório ofereceram o melhor retorno (6,71% a.a.), enquanto Manaus (AM) apresentou a maior rentabilidade entre as cidades, com 8,51% ano a ano.
Fonte: Valor Investe
Mais da metade dos brasileiros considera alto o custo de vida onde moram
56% dos brasileiros consideram o custo de vida onde moram elevado ou muito elevado, considerando gastos com alimentação, moradia, transporte, educação e saúde. Outros 41% dos participantes classificam os gastos como razoáveis. É o que mostra levantamento do DataZAP, feito entre 4 de fevereiro e 10 de março de 2025, com 971 entrevistas de usuários que buscaram imóveis nos portais do Grupo OLX, em todas as regiões do país.
Entre os fatores mais valorizados nas cidades onde vivem, 52% dos entrevistados destacaram a facilidade de acesso a comércios e serviços, 45% apreciam as opções de lazer e entretenimento, e 35% valorizam a gastronomia local. Por outro lado, segurança (55%) e trânsito intenso (52%) foram apontados como os principais pontos de insatisfação.
“A pesquisa reforça que a qualidade de vida está diretamente ligada à sensação de segurança e à infraestrutura urbana”, comenta Gabriela Domingos, economista do Grupo OLX.
Em relação aos imóveis onde moram, a maioria dos respondentes vive em unidades entre 55m² e 119m², com mediana de 77,66m², dois dormitórios, uma suíte e uma vaga de garagem. Para 79% dos entrevistados, a vizinhança ideal tem um ambiente calmo, com baixo fluxo de pessoas.
Saúde mental (43%), saúde física (42%) e estabilidade financeira (39%) foram citados como aspectos pessoais que impactam positivamente a vida dos entrevistados.
Quanto à mobilidade, 43% trabalham presencialmente todos os dias, enquanto 23% adotam o modelo híbrido. A maioria (56%) trabalha em bairro diferente de onde mora, mas na mesma cidade, e o carro é o meio de transporte mais utilizado.
Fonte: E-investidor/Estadão
Compactos até 50 m² lideram crescimento no mercado imobiliário do Rio
A preferência por imóveis compactos – os apartamentos chamados studios – no estado do Rio de Janeiro deixou de ser uma tendência e vem se consolidando nos últimos anos. Segundo a Ademi-RJ (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário), aproximadamente 80% das unidades com até 50 metros quadrados são comercializadas ainda na planta, frequentemente como investimento para locação.
No levantamento mais recente feito pelo Secovi-RJ, houve um aumento de 35% nos lançamentos de apartamentos compactos em 2024 na comparação com o ano anterior, enquanto imóveis com quatro quartos sofreram queda de quase 40%. No mesmo período, foram lançados 1.667 studios.
O movimento é impulsionado pelo tripé que orienta o comportamento do comprador urbano atual: praticidade, preço acessível e localização estratégica. Os compactos atraem tanto jovens profissionais e estudantes quanto aposentados em busca de conveniência, segundo especialistas.
O Centro do Rio emerge como grande beneficiário deste movimento e aparece pela primeira vez em décadas entre os cinco bairros com mais vendas na cidade. Este seria um reflexo das políticas de reabilitação da região que estava degradada e retoma protagonismo no setor imobiliário em meio ao seu valor histórico.
Empreendimentos como o Edifício A Noite, o projeto da Cyrela na Avenida Beira Mar, e o antigo Edifício Mesbla, que passaram por retrofit, tiveram suas unidades esgotadas em poucas horas, deixando evidente o interesse por compactos bem localizados e com potencial para locação.
Desde o lançamento do programa Reviver Centro, mais de 10 mil novas unidades residenciais foram lançadas na região. A vizinha Região Portuária também demonstra vitalidade, com quatro novos empreendimentos anunciados desde o início do ano. Entre os imóveis já comercializados este ano, 54% foram adquiridos por famílias com renda de até dez salários mínimos.
Fonte: Diário do Rio