Balneário Camboriú quebra recorde com metro quadrado a R$ 100 mil. Juros altos e planos diretores estão entre as causas da disparada dos preços do aluguel no Brasil. Lançamentos de imóveis sobem 27,8% em 12 meses, aponta estudo Abrainc/Fipe.
- Balneário Camboriú quebra recorde com metro quadrado a R$ 100 mil
- Juros altos e planos diretores estão entre as causas da disparada dos preços do aluguel no Brasil
- Em 12 meses, mercado imobiliário registra alta de 27,8 por cento nos lançamentos
- Guerra comercial impulsiona mercado de imóveis de luxo nos Estados Unidos
Balneário Camboriú quebra recorde com metro quadrado a R$ 100 mil
Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, concentra os lançamentos imobiliários mais caros do Brasil. Com apenas 50 km² de extensão territorial, a cidade acumula 120% de valorização desde janeiro de 2019, e permanece há três anos no topo do ranking nacional, segundo o Índice FipeZap.
A combinação entre urbanismo de alto padrão, infraestrutura em larga escala e qualidade de vida tem atraído um público particularmente exigente. A média do metro quadrado está em mais de R$ 14 mil na cidade, porém na orla da praia central – que concentra lançamentos de luxo – a casos em que os valores ultrapassam os R$ 100 mil por metro quadrado.
“A cidade reúne fatores raros no Brasil: é segura, moderna, organizada e tem uma vocação natural para o turismo e para os negócios. Hoje, Balneário Camboriú pode ser considerada uma das cidades mais seguras do mundo”, avalia Renato Monteiro, CEO da Sort Investimentos, grupo com mais de R$ 8 bilhões sob gestão no setor imobiliário.
O fenômeno não está isolado. Santa Catarina possui quatro das cinco cidades mais valorizadas do país. Além de Balneário Camboriú, aparecem Itapema, Itajaí e Florianópolis, segundo o FipeZap.
A região é beneficiada, segundo analistas, por uma economia diversificada, altos índices de segurança e localização estratégica entre os aeroportos de Navegantes, Joinville e Florianópolis, e é considerada um destino não apenas para turismo, mas também para residência permanente e negócios.
Fonte: ND+
Juros altos e planos diretores estão entre as causas da disparada dos preços do aluguel no Brasil
O que tem feito os preços do aluguel dispararem no Brasil? Restrições nos planos diretores das capitais e a taxa Selic em 14,75% são apontados como os principais responsáveis por este movimento, na avaliação do advogado especializado em direito imobiliário Kênio Pereira.
O aluguel acumulou alta de quase 13% nos últimos 12 meses – mais que o dobro da inflação oficial medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), de 5,53% no mesmo período, segundo pesquisa FipeZap.Pelo sexto mês consecutivo, o valor da locação residencial avançou, registrando 1,25% em abril, também acima da inflação mensal de 0,43%.
“Reduziram o potencial, mas o valor do lote, por exemplo, não caiu. Mas daí encareceu o valor dos imóveis”, explica Kênio Pereira, que também é diretor da Associação Brasileira de Advogados do Mercado Imobiliário em Minas e aponta mudanças nos planos diretores de grandes cidades como um fator e grande influência na escalada dos preços das locações.
Um exemplo disso é Belo Horizonte. A revisão do plano diretor da capital mineira expulsou moradores para municípios da região metropolitana, como Contagem, Betim e Nova Lima. “As pessoas estão morando mais longe do trabalho e, logicamente, os preços de imóveis na área central estão mais caros”, complementa Pereira.
Ele explica também que a alta da Selic reduz a compra de imóveis, já que aplicações financeiras oferecem melhores rendimentos que o aluguel. “Isso gera uma necessidade dos inquilinos antigos terem que renegociar com os locadores, pois os aluguéis de mercado têm subido mais que o dobro da inflação”, detalha Pereira.
Ele lembra que em Minas Gerais, por exemplo, a alta de 500% nas taxas cartoriais afastam compradores do mercado. “Importante ressaltar que as locações de moradias populares possibilitam uma rentabilidade maior, pois têm um preço venal menor e contam com maior volume de procura. Deve ainda ser considerado que os imóveis se valorizam, sendo que têm acompanhado a alta da inflação, que somada à rentabilidade do aluguel demonstra que os locadores têm tido bons resultados”, ilustrou.
Fonte: O Tempo
Em 12 meses, mercado imobiliário registra alta de 27,8 por cento nos lançamentos
O mercado imobiliário brasileiro manteve trajetória positiva nos 12 meses encerrados em fevereiro de 2025, com crescimento de 27,8% nos lançamentos em relação ao mesmo período do ano anterior.
Segundo levantamento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), o valor total dos lançamentos teve alta ainda maior, de 28,4%.
As vendas de imóveis novos também registraram resultados sólidos no período, com aumento de 12,3% no valor vendido e 8,8% no número de unidades comercializadas.
Os estoques do segmento MAP (Médio e Alto Padrão) atingiram em fevereiro o patamar de 14 meses para escoamento da oferta, convergindo para o nível considerado saudável — entre 11 e 14 meses —, o que reflete maior equilíbrio entre oferta e demanda.
Já o segmento Minha Casa, Minha Vida (MCMV) se manteve dentro da média histórica, com duração média da oferta de 11,6 meses em fevereiro, dentro da faixa considerada ideal, entre 8 e 12 meses.
“Os dados reforçam a solidez do setor imobiliário, que vem respondendo com eficiência à demanda por habitação em todas as faixas de renda. A combinação de lançamentos consistentes, vendas em alta e estoques em níveis saudáveis mostra que estamos no caminho certo”, destaca Luiz França, presidente da Abrainc.
O executivo ressalta ainda a importância de “garantir condições estruturais favoráveis, como a redução da taxa de juros, a criação de novas fontes de financiamento ao setor e a preservação dos recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para sustentar esse ciclo positivo de crescimento.”
Fonte: Diário do Comércio
Guerra comercial impulsiona mercado de imóveis de luxo nos Estados Unidos
Em meio à volatilidade do mercado financeiro e incertezas econômicas provocadas pela guerra comercial iniciada em fevereiro pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, os super-ricos norte-americanos estão buscando refúgio em propriedades de alto padrão. Segundo análise do Wall Street Journal, as vendas de casas avaliadas em US$ 10 milhões ou mais dispararam nos principais mercados dos EUA nos últimos meses.
No Condado de Los Angeles, o número de mansões vendidas entre 1º de fevereiro e 1º de maio totalizou 160, um aumento de 29% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em Manhattan, Nova York, houve um salto de 21% para 150 unidades, enquanto o Condado de Miami-Dade registrou alta de 48%, chegando a 49 casas. Palm Beach, na Flórida, viu as vendas dispararem 50% para 18 casas.
Em contraste, o mercado imobiliário geral permanece estagnado. As vendas de casas existentes em março caíram 5,9% em relação a fevereiro, atingindo 4,02 milhões em taxa anual ajustada, o ritmo mais baixo desde setembro.
“O mercado imobiliário é mais seguro, menos volátil”, afirmou ao Wall Street Journal um empresário de Nova York que recentemente adquiriu quatro condomínios em Manhattan, explicando que o risco no mercado de ações é alto demais para a recompensa, especialmente em meio à inflação.
Lawrence Yun, economista-chefe da National Association of Realtors, observou em março que a riqueza imobiliária estava em níveis recordes enquanto as ações oscilavam. “Talvez as pessoas comecem a focar em dizer, ‘Onde está a estabilidade?'”, declarou à CNBC.
Uma pesquisa recente da Gallup revelou que 37% dos americanos consideram o mercado imobiliário o melhor investimento a longo prazo, enquanto apenas 16% apontaram as ações, uma queda de 6 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
Fontes: E-investidor/ Fortune/ The New York Times