Caixa está em negociações para usar mais recursos do Pré-Sal em habitação. Inflação do aluguel cai 0,49% em maio, mas contratos que vencem em junho sofrerão reajuste. Desconto em folha para aluguel pode beneficiar 47 milhões de trabalhadores.
- Caixa está em negociações para usar mais recursos do Pré-Sal em habitação
- Inflação do aluguel cai 0,49 por cento em maio, mas contratos que vencem em junho sofrerão reajuste
- Desconto em folha para aluguel pode beneficiar 47 milhões de trabalhadores
- Mercado imobiliário desacelera em BH e nova lima no primeiro tri
Caixa está em negociações para usar mais recursos do Pré-Sal em habitação
A Caixa Econômica Federal pretende direcionar mais recursos do Fundo Social do Pré-Sal para o setor de habitação, como o que aconteceu este ano, quando o governo destinou R$15 bilhões para o Minha Casa, Minha Vida (MCMV). A informação foi confirmada pela vice-presidente de Habitação da instituição, Inês Magalhães, durante evento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em São Paulo.
“Nós estamos com a negociação mais ou menos até 2030, pelo menos, de que ele venha a aportar mais ou menos o que ele aportou nesse ano”, afirmou Magalhães, que participou de painel sobre soluções de funding para o setor imobiliário.
Segundo a executiva, o aporte do Pré-Sal é o “jet ski que” pode ajudar a “atravessar as ondas de Nazaré”, uma referência a cidade do litoral de Portugal e suas ondas gigantes. “Não vai resolver nosso problema, evidentemente, mas ele ajuda um pouco a descompressão para esse tema”, acrescentou.
Embora a executiva não tenha dado mais detalhes sobre os planos, a Caixa esclareceu, posteriormente, que os aportes envolveriam 2026 a 2030. O Fundo Social foi criado em dezembro de 2010 para financiar desenvolvimento social e regional com percentual dos recursos da exploração de petróleo na região do Pré-Sal.
Em março deste ano, o governo federal remanejou R$15 bilhões para financiar operações da faixa 3 do MCMV, medida que permitiu a criação de uma nova faixa voltada à classe média e foi elogiada pelo setor em meio à crise de funding diante do cenário macroeconômico incerto, juros elevados e saques em caderneta de poupança superando os depósitos nos primeiros meses do ano.
Segundo Roberto Carlos Ceratto, diretor de Habitação da Caixa, as contratações de financiamento por pessoa física via banco somam R$54,7 bilhões até o momento, pelas modalidades FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), contra um orçamento de R$174,5 bilhões para 2025. Para pessoa jurídica, as contratações executadas no ano atingiram R$20,4 bilhões, de um orçamento anual de R$45,9 bilhões.
Fonte: UOL/Reuters
Inflação do aluguel cai 0,49 por cento em maio, mas contratos que vencem em junho sofrerão reajuste
O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), indicador responsável pelo reajuste da maior parte dos contratos de aluguel no Brasil, registrou deflação de 0,49% em maio, segundo dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
Apesar da queda mensal, o índice acumula alta de 0,74% no ano e 7,02% nos últimos 12 meses até este mês, o que significa que contratos de locação com vencimento em junho ainda sofrerão reajustes significativos. Em maio de 2024, o IGP-M havia registrado alta de 0,89% no mês.
O cálculo do IGP-M considera a variação de preços de bens, serviços e matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e na construção civil, diferenciando-se da inflação oficial, que se baseia em uma cesta de consumo familiar.
A queda do IGP-M em maio foi impulsionada principalmente pelo IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), responsável por 60% do índice, que recuou 0,82% em maio, revertendo a alta de 0,13% de abril. As Matérias-Primas Brutas lideraram a retração (-2,06%), com Bens Intermediários caindo 0,33%. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) desacelerou para 0,37%, com contribuições positivas de quatro das oito classes de despesa.
“A expectativa de safra volumosa derrubou milho, soja e arroz, enquanto o minério de ferro voltou a perder força com a menor demanda global, reforçando a desaceleração do IPA”, explica Matheus Dias, economista do FGV Ibre.
Já o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) subiu 0,26%, com Materiais e Equipamentos em deflação (-0,12%), embora a Mão de Obra ainda avance 0,72% devido a acordos coletivos.
Fontes: R7 e Veja
Desconto em folha para aluguel pode beneficiar 47 milhões de trabalhadores
A Medida Provisória 1.292/25, que moderniza o crédito consignado no setor privado, pode transformar a política habitacional brasileira ao receber emendas que propõem o “aluguel consignado”. A proposta permitiria que o pagamento do aluguel seja descontado diretamente na folha de pagamento do trabalhador, seguindo o modelo já consolidado para empréstimos pessoais. A medida tem potencial para beneficiar até 47 milhões de trabalhadores.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 42,1 milhões de brasileiros viviam de aluguel em 2022, o maior índice da série histórica, com aumento de 4,5 pontos percentuais desde 2010. Para trabalhadores de baixa e média renda, as exigências de fiador ou caução dificultam o acesso à moradia formal.
O sistema de aluguel consignado já funciona em nichos específicos, como para militares e servidores públicos em alguns estados, e poderia alcançar todo o setor privado. Segundo análise de Murillo de Aragão em coluna no portal Migalhas, com menor risco, os proprietários tendem a praticar valores mais justos. E o resultado seria mais gente podendo morar melhor, pagando menos.
As principais vantagens incluem redução da inadimplência pelo desconto automático, valores mais acessíveis devido ao menor risco e eliminação da necessidade de garantias tradicionais. A senadora Soraya Thronicke (PODE/MS), por exemplo, destaca a segurança que o sistema oferece aos locadores.
O deputado Daniel Freitas (PL/SC) sugeriu permitir múltiplas garantias no mesmo contrato, enquanto o deputado Marangoni (União/SP) ressaltou que a consignação já é um modelo bem-sucedido que pode ser adaptado para a habitação, representando uma solução que une viabilidade econômica e impacto social positivo.
A comissão mista que analisa a MP é presidida pelo deputado Fernando Monteiro (Republicanos/PE), com relatoria do senador Rogério Carvalho (PT/SE) e relatoria-revisora do deputado Giacobo (PL/PR).
Fonte: Migalhas
Mercado imobiliário desacelera em BH e nova lima no primeiro tri
Belo Horizonte e Nova Lima registraram queda nos lançamentos e vendas de apartamentos novos no primeiro trimestre de 2025, segundo levantamento divulgado pelo Sinduscon-MG (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais). As vendas recuaram 33,03%, totalizando 1.087 unidades, enquanto os lançamentos despencaram 68,18%, com apenas 658 apartamentos lançados no período.
A economista-chefe da entidade, Ieda Vasconcelos, atribui o resultado à base de comparação elevada. “Tivemos recorde no ano passado em dois itens importantes, vendas e lançamentos”, explica. Em 2024, as duas cidades comercializaram 7.889 apartamentos novos, alta de 41,76% em relação a 2023, o maior número desde o início da série histórica do Censo Imobiliário em 2016.
A alta da Selic também impacta negativamente o setor. Em março de 2024, a taxa básica estava em 10,75% ao ano, enquanto em março de 2025 já alcançava 14,25%, chegando a 14,75% no início de maio – o maior nível desde agosto de 2006.
“A taxa de juros elevada encarece os imóveis e traz incertezas para o empreendedor”, afirma Raphael Rocha Lafetá, presidente do Sinduscon-MG, que também cita como entraves o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e a dificuldade de conseguir mão de obra.
O estudo realizado pela Brain Consultoria mostra que as vendas superaram os lançamentos no trimestre, reduzindo os estoques em 24,45%. Atualmente, BH e Nova Lima possuem 4.168 apartamentos novos disponíveis para comercialização.
A região Centro-Sul liderou tanto em vendas quanto em lançamentos no período, representando 39,1% das comercializações (425 unidades) e 34,3% dos lançamentos (226 unidades).
Fonte: Diário do Comércio