Gerson Oliveira Filho, diretor comercial da Loft
Pequenos no tamanho, grandes na demanda. Os apartamentos compactos — também chamados de estúdios — se consolidaram como uma das principais apostas do mercado imobiliário nas grandes cidades brasileiras. O que começou como um produto voltado para jovens solteiros passou a atrair públicos mais diversos, incluindo casais e até famílias de alta renda que buscam praticidade e localização.
Uma reportagem do InfoMoney publicada nesta semana reforça essa tendência. Com base em pesquisa da Loft feita em parceria com a Offerwise, o texto mostra que a intenção de compra de estúdios vem crescendo inclusive entre consumidores da classe A, especialmente nas grandes capitais.
Os dados publicados pela reportagem: 18% dos compradores da Classe A interessados em fechar negócio nos próximos seis meses buscam esse tipo de imóvel, quase o dobro da média geral (10%). A pesquisa ouviu 1.400 pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília e Goiânia, entre 28 de março e 25 de abril.
O apelo dos estúdios está em fatores como boa localização, praticidade no dia a dia e acesso a condomínios com infraestrutura completa — tudo isso a um ticket mais acessível. Mas o sucesso desse tipo de imóvel não se explica apenas pela mudança de comportamento dos moradores.
Por trás da valorização dos estúdios há uma lógica econômica cada vez mais evidente: a rentabilidade desse tipo de ativo supera a dos apartamentos maiores. O motivo principal é o retorno percentual obtido com o aluguel.
Uma reportagem publicada recentemente pelo Estadão mostrou que o metro quadrado para aluguel de apartamentos compactos de um quarto, na cidade de São Paulo, está hoje em torno de R$ 78,51, cerca de 40% acima dos apartamentos de dois quartos (R$ 56,05) e três dormitórios (R$ 54,70).
De acordo com nossa apuração interna, há casos em que o proprietário de um estúdio consegue extrair até 0,8% ao mês — sem contar a valorização do ativo ao longo do tempo, historicamente superior à inflação nos grandes centros urbanos.
Para quem atua na intermediação de imóveis, o estúdio também representa uma oportunidade estratégica. Trata-se de um produto com alta liquidez, preço de entrada mais acessível e público com bom perfil de crédito.
Além disso, o processo de locação tende a ser mais ágil: tanto pela rapidez da aprovação, quanto pelo apelo imediato de localização, praticidade e custo-benefício. Muitos contratos são fechados rapidamente, com garantias modernas como fiança ou cartão de crédito.
A recomendação é clara: trate os estúdios como ativos premium dentro do seu portfólio. Mapeie as unidades bem localizadas, invista em bons anúncios e aproveite o apetite do mercado por praticidade. O giro é rápido, e o retorno pode ser surpreendente — tanto para o cliente quanto para a imobiliária.