Preços de imóveis comerciais desaceleram em maio, mas aluguel supera inflação. Juro alto faz Setin migrar do médio padrão a alto luxo; executiva prega cautela. Segurança atrai ricos para cidades vizinhas a Balneário Camboriú, como Piçarras e Penha.
- Preços de imóveis comerciais desaceleram em maio, mas aluguel supera inflação
- Juro alto faz Setin migrar do médio padrão para alto luxo
- Segurança atrai ricos para cidades vizinhas a Balneário Camboriú, como Piçarras e Penha
- Cascata, Ponta Grossa e Vila Jardim lideram valorização imobiliária em Porto Alegre
Preços de imóveis comerciais desaceleram em maio, mas aluguel supera inflação
Os preços de salas e conjuntos comerciais de até 200 metros quadrados registraram desaceleração em maio. Os valores de venda subiram 0,18% e os aluguéis avançaram 0,62%, segundo o Índice FipeZAP. As variações ficaram abaixo de abril, quando os aumentos foram de 0,23% e 1,08%.
No acumulado de 12 meses, porém, a alta de 7,30% nos aluguéis supera o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 5,32%, e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), de 7,02%. As vendas acumularam valorização de 1,42% no período.
Segundo a economista do DataZAP Paula Reis, diferentemente do que acontece no segmento residencial, o mercado comercial ainda não reflete o aperto monetário iniciado em setembro de 2024.
Para a economista, outros indicadores, como a melhora dos índices de trabalho e de comércio, estão relacionados ao desempenho do mercado imobiliário comercial. “E eles continuam melhorando.”
No mês, Brasília liderou o aumento de preços nas vendas (1,68%), seguida de Curitiba (0,78%) e São Paulo (0,33%). No aluguel, Niterói fica em 1º lugar (3,05%), seguido por Brasília (+2,89%) . Capitais do Sul apresentaram queda no índice: Florianópolis (-0,63%) e Porto Alegre (-0,79%).
No acumulado de 12 meses, Curitiba liderou a valorização nas vendas (12,55%), seguida por Niterói (4,58%) e Florianópolis (4,15%). Nos aluguéis, Niterói registrou alta de 19,18%, seguida por Curitiba 14,83% e Campinas 10,88%.
Em maio, o preço médio de venda para imóveis comerciais no país ficou em R$ 8.533 por metro quadrado, com São Paulo atingindo R$ 10.290/m². No aluguel, a média foi R$ 47,30/m², liderada por São Paulo com R$ 56,43/m².
A rentabilidade média dos imóveis comerciais foi de 6,87% ao ano, superior aos residenciais (5,93%). Salvador oferece o melhor retorno (10,05%), seguida por Campinas (8,34%) e Brasília (7,05%).
Fontes: Infomoney e Veja
Juro alto faz Setin migrar do médio padrão para alto luxo
A alta dos juros promoveu uma mudança de rota na Setin Incorporadora, que abandonou o segmento de classe média para focar em empreendimentos de altíssimo padrão. Em entrevista ao Estadão, a vice-presidente Bianca Setin explicou que a empresa migrou para o mercado de luxo após um lançamento no Ipiranga, em São Paulo, não atingir as expectativas em 2024.
“Nunca é fácil tomar essa decisão assim. Uma incorporadora é como um navio e você tem de começar a fazer a curva bem antes de desviar, mas a gente não pode apenas sentar no problema”, afirma Bianca, reforçando que o juro alto tirou a empresa do médio padrão.
Com a Selic a 15%, o público de média renda sofre no financiamento, pois “a parcela pode ficar quase 50% mais cara e ele simplesmente não consegue comprar”, complementa a executiva. Já o cliente de alto padrão não é tão impactado pela alta de juros.
O empreendimento Ibiatã, lançado em 2024 no Paraíso, também na capital paulista, marca essa inflexão para o alto padrão. Com apartamentos de 183 m² a 226 m² e preço inicial de R$ 28,5 mil o m², o projeto “vendeu 55% antes de começar as obras”, segundo a Bianca.
A Setin projeta fechar 2025 com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 400 milhões e já prepara outro projeto de luxo no Itaim Bibi. A estratégia de aquisição de terrenos em áreas nobres demanda anos: “Entre o início da prospecção e a compra são cerca de 12 meses”, explica Bianca. A estratégia inclui cuidados como análise de terrenos e planejamento logístico.
A empresa mantém cautela diante do cenário macroeconômico. “Quando a taxa de juros chegar a um patamar adequado, como 12,5%, o mercado vai lidar com uma demanda reprimida”, prevê a vice-presidente. Fonte: Estadão
Segurança atrai ricos para cidades vizinhas a Balneário Camboriú, como Piçarras e Penha
O litoral norte catarinense experimenta expansão imobiliária na esteira do sucesso de Balneário Camboriú. Cidades como Balneário Piçarras e Penha – esta última com atrativo do parque Beto Carrero – a 30 quilômetros da “Dubai brasileira”, atraem investidores em busca de valorização e segurança.
A incorporadora Vetter é uma das que têm apostado neste mercado emergente. “Nessas cidades, estamos agora no mesmo ponto em que Balneário Camboriú estava há 20 anos”, afirma Maicon Oliveira, sócio da empresa, que projeta Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 630 milhões em 2025.
O executivo destaca dois pilares do sucesso regional: proximidade com centros empresariais do Sul e acesso ao agronegócio do Centro-Oeste. Cerca de 90% dos clientes da Vetter são de fora do município, comprando imóveis de veraneio.
A segurança pública é um diferencial competitivo. “Aqui é possível ir à praia de Havaianas no pé e Rolex no braço”, diz Oliveira. Santa Catarina é o estado menos violento do país segundo o Atlas da Violência 2025.
A empresa iniciou em 2011 focando no médio padrão em Blumenau, no interior catarinense. A migração para o litoral três anos depois representou virada no porte da operação, permitindo crescimento anual de 20% a 25% em VGV.
Os apartamentos da Vetter custam de R$ 12 mil a R$ 20 mil o metro quadrado, valores que se aproximam do alto padrão paulistano. E diferentemente de Balneário Camboriú, as cidades de Penha e Piçarras têm planos diretores mais conservadores, impedindo “espigões” na orla.
Oliveira prevê que a infraestrutura mais organizada pode tornar a região “até mais valorizada que Balneário Camboriú” no futuro, com estradas novas, tratamento de esgoto e praias mais limpas.
Fonte: Bloomberg Línea
Cascata, Ponta Grossa e Vila Jardim lideram valorização imobiliária em Porto Alegre
Levantamento da Loft revela que os bairros Cascata, Ponta Grossa e Vila Jardim registraram as maiores valorizações imobiliárias em Porto Alegre, no período entre janeiro e maio de 2025. A pesquisa analisou 96 mil anúncios de imóveis residenciais ativos nas principais plataformas digitais.
Em Cascata, o tíquete médio anunciado subiu 64%, chegando a R$ 674 mil. Em Ponta Grossa a alta foi de 50%, enquanto a Vila Jardim registrou valorização de 38%. Foram considerados apenas bairros com ao menos 100 anúncios para garantir representatividade estatística.
“A valorização está bem distribuída pela cidade, tanto em bairros de perfil mais alto, como Vila Assunção, quanto em regiões tradicionalmente mais acessíveis”, afirma Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft. O movimento reflete ajuste de proprietários com base na confiança na retomada das vendas.
Nos bairros com maiores altas, também cresceu o tamanho médio dos imóveis anunciados. Em Cascata, a área média saltou de 152 m² para 229 m² (alta de 51%). Em Ponta Grossa, o crescimento foi de 31%, chegando a 153 m².
Apesar da valorização em bairros emergentes, Moinhos de Vento ainda se mantém como o bairro mais caro, com preço médio de R$ 2,43 milhões em maio. Na sequência vêm Jardim Europa (R$ 2,41 milhões), Três Figueiras (R$ 2,28 milhões) e Bela Vista (R$ 2,21 milhões).
“O mercado de Porto Alegre mostra sinais claros de expansão para outras áreas, o que abre oportunidades para diferentes perfis de compradores”, completa Takahashi sobre a diversificação geográfica da valorização imobiliária na capital gaúcha.
Fonte: Rádio Guaíba