Incorporadoras aceleram planos para nova faixa do Minha Casa, Minha Vida. Consórcios imobiliários crescem 40,8% e movimentam R$ 118 bilhões no primeiro semestre. Tenda tem lucro recorde no segundo trimestre.
Incorporadoras aceleram planos para nova faixa do Minha Casa, Minha Vida
A criação da Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) já mobiliza as grandes incorporadoras do país. Segundo pesquisa da consultoria Brain, 59% das empresas com faturamento acima de R$ 500 milhões pretendem lançar produtos para a categoria nos próximos 12 meses.
Entre companhias menores, que faturam de R$ 101 milhões a R$ 500 milhões, 39% também planejam lançamentos para essa faixa em um ano. Além disso, 60% do mercado acredita que a Faixa 4 deve aumentar o volume de lançamentos em 2025.
Anunciada em abril e liberada há três meses, a nova faixa permite financiamento de imóveis de até R$ 500 mil para famílias com renda bruta mensal de até R$ 12 mil, com juros de 10% ao ano.
Os resultados da novidade já aparecem nos números do segundo trimestre: cinco das maiores empresas listadas do segmento registraram crescimento de 28% no volume lançado, para R$ 9,1 bilhões, e alta de 10% nas vendas líquidas, para R$ 8 bilhões.
“Se necessário, podemos mudar o valor do imóvel ou a faixa de renda, há muitos gatilhos. Mas ainda não é o momento de mexer nesses gatilhos”, disse Luiz França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).
A medida beneficia principalmente a classe média, mais afetada pela Selic elevada, já que a taxa de 10% fica abaixo da média bancária de 11,3% a 13,5%.
Fonte: Metro Quadrado
Tenda tem lucro recorde no 2º tri
A construtora Tenda (TEND3) reportou lucro líquido consolidado de R$ 203,9 milhões no segundo trimestre de 2025, superando o consenso de R$ 79,5 milhões e os R$ 4,5 milhões do mesmo período de 2024. O resultado marca o melhor trimestre da história da companhia.
A receita líquida consolidada atingiu R$ 991,5 milhões, alta de 27,6% na comparação anual, batendo levemente o consenso de R$ 982 milhões. O EBITDA (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) ajustado avançou 69,7% para R$ 166,3 milhões.
Apoiada na resiliência do segmento habitacional popular, a Tenda anunciou também a entrada no mercado de João Pessoa (PB) ainda este ano. “Nossa expectativa é lançar, no mínimo, mil unidades em uma janela de um ano”, disse o CFO (Diretor Financeiro) Luiz Mauricio Garcia.
A capital paraibana foi escolhida por ser a que mais cresceu em população entre os últimos dois Censos — avanço de 15,3% para 834 mil habitantes. A empresa manterá foco nas três primeiras faixas do Minha Casa, Minha Vida, com imóveis de até R$ 350 mil.
Apesar dos números acima das expectativas de mercado, a operação Alea, divisão da Tenda para casas pré-moldadas, registrou prejuízo de R$ 26 milhões no trimestre. Com resultados abaixo do esperado, a Tenda cortou a previsão de margens da Alea de 20%-24% para 6%-10% e adiou a expectativa de equilíbrio para 2026.
A companhia, no entanto, já tem um plano estratégico para contornar os resultados da Alea, focando em três regiões de São Paulo: Tupã, Bauru e Ribeirão Preto, afirma Garcia, após reconhecer que “espalhamos demais essas obras”.
A mudança traria um impacto em margem e rentabilidade de curto prazo e traria resultados já nos próximos anos. “O lucro deve vir em 2027, mas a estabilização deve vir já em 2026. Dado o ciclo do setor, que é longo, as margens melhores demoram mais”, explica o CFO.
Fontes: Metro Quadrado e Exame
Consórcios imobiliários crescem 40,8 por cento e movimentam R$ 118 bi no semestre
O segmento de consórcios imobiliários movimentou R$ 118 bilhões no primeiro semestre, com alta de 40,8% nas vendas de cotas. Foram mais de 590 mil adesões acumuladas no período, segundo balanço da Associação Brasileira de Administradora de Consórcios (ABAC).
A pesquisa registrou 55 mil contemplações de janeiro a maio, com possível utilização financeira de R$ 11,05 bilhões. Quanto ao uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), 1.981 consorciados utilizaram os saldos para pagar parcelas ou quitar débitos, totalizando R$ 154,76 milhões.
Diferentemente do financiamento tradicional, o consórcio não tem entrada ou juros nas parcelas. Os interessados pagam taxa de administração, fundo de reserva e seguro. As correções acontecem anualmente pelo INCC (Índice Nacional de Custo da Construção).
Fonte: O Dia
Advogados especializados ganham protagonismo no mercado imobiliário
O advogado especializado em Direito Imobiliário tem se tornado peça essencial nas negociações do setor, garantindo segurança jurídica em transações. Para alguns empreendedores, esta figura ainda é vista como “mal necessário”, mas sua presença garante sustentabilidade aos negócios, afirma Renata Firpo, especialista do setor, em coluna para a Veja.
Apesar da relevância crescente, o Direito Imobiliário ainda é disciplina negligenciada nos currículos das faculdades de Direito do país. Seus conceitos são abordados superficialmente dentro do Direito Civil, longe de formar especialistas na área.
“Contar com um bom advogado é um investimento. Ele pode evitar dores de cabeça que só aparecem anos depois de uma transação mal conduzida”, destaca Olivar Vitale, sócio do VBD Advogados. O advogado cita frase atribuída ao ex-ministro Pedro Malan: “No Brasil, até o passado é incerto”.
O marco regulatório do setor está sempre em movimento, com novas leis alterando regras anualmente e exigindo adaptação imediata de empresas, advogados e instituições financeiras. A legislação muda com frequência e detalhes simples podem gerar conflitos duradouros.
De olho neste nicho do mercado, três advogados criaram o Instituto Brasileiro de Direito Imobiliário (IBRADIM) em 2027, para democratizar conhecimento e promover intercâmbio de experiências. Hoje, com mais de 3 mil associados, o instituto se destaca como principal polo de produção de conhecimento do setor.
O Insper também lançou pós-graduação em Direito Imobiliário em 2024, enquanto o Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo) promove cursos práticos da legislação.
Fonte: Veja