BC planeja transição de dez anos para novo modelo de financiamento imobiliário. Bradesco descarta taxa de financiamento imobiliário de um dígito em 2026. Cyrela tem recuo de 6% no lucro do 2º tri, mas segmento econômico ganha destaque na companhia.
- BC planeja transição de dez anos para novo modelo de financiamento imobiliário
- Bradesco descarta taxa de financiamento imobiliário de um dígito em 2026
- Cyrela tem recuo de 6 por cento no lucro no 2º tri, mas segmento econômico ganha destaque na companhia
- Maior corretor de Balneário Camboriú migra para Praia Brava em busca de negócios mais rentáveis
BC planeja transição de dez anos para novo modelo de financiamento imobiliário
O Banco Central (BC) confirmou que a implementação de um novo modelo de financiamento imobiliário deve respeitar uma transição de, no mínimo, dez anos. Durante um evento em São Paulo, o diretor de regulação da instituição, Gilneu Vivan, afirmou que “não existe mágica nesse processo, nem cavalo de pau”.
A proposta será discutida na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), no fim deste mês. As discussões ganharam força devido à redução da importância da poupança no funding imobiliário, com diversos atores procurando o BC para discutir soluções.
Vivan esclareceu que o novo modelo não eliminará o uso de recursos da poupança nem acabará com o direcionamento. “O que estamos propondo é olhar de outra forma o direcionamento, ao invés de direcionar olhando para saldo, discutir olhando para concessão”, explicou.
O BC descartou a imposição da substituição da Taxa Referencial (TR) pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no financiamento imobiliário. “Não existe a ideia de que isso possa ser imposto”, disse Vivan.
Ainda neste cenário, as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) ganharam protagonismo no funding. Participando do mesmo evento, o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Sandro Gamba, defendeu que “a LCI muda o ponteiro da precificação do crédito imobiliário”.
O prazo de liquidez das LCIs está em seis meses, após ter chegado a um ano em 2024. Romero Albuquerque, do Bradesco, alertou que o aumento de 5% no imposto das LCIs pode impactar em 0,8% no custo adicional do crédito.
O volume financeiro do setor imobiliário no mercado de capitais cresceu 5% no primeiro semestre, saindo de R649 bilhões para RS 681 bilhões, segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Gamba ressaltou que o país vive “um novo ciclo imobiliário com dinâmicas diferentes que exigem reflexão, revisão e readequação do modelo”. Para ele, “a poupança e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), pilares históricos do financiamento habitacional, seguem relevantes, mas não serão suficientes para nos levar a uma participação superior à relação atual de 10% do Produto Interno Bruto (PIB)”.
Fonte: Valor Econômico
Bradesco descarta taxa de financiamento imobiliário de um dígito em 2026
O diretor de crédito imobiliário do Bradesco, Romero Albuquerque, afirmou que é pouco provável que a taxa de financiamento imobiliário chegue a um dígito no próximo ano. “As taxas de juros estão altas, provavelmente ficarão altas e ainda vão ser altas se comparadas a um patamar recente”, disse durante o Abecip Summit, em São Paulo.
Com a Selic em 15%, Albuquerque destacou que “o caimento da Selic terá consequência natural na taxa de financiamento, mas ainda vão ser altas em relação a um passado recente. No próximo ano, não devemos ter taxa de 1 dígito para o mercado imobiliário”.
Para atingir esse patamar, será necessário ter uma Selic mais baixa, o que depende de uma situação fiscal mais adequada. “A expectativa é que o próximo presidente, seja o atual ou de oposição, mexa na questão fiscal, que terá reflexo na taxa de juros e na taxa de financiamento imobiliário”, apontou.
Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), a taxa média de crédito imobiliário no Brasil é 1,5 ponto percentual menor que a taxa de mercado, devido aos créditos subsidiados da poupança e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
O mercado estima que o ciclo de cortes da Selic deve começar no fim deste ano ou início de 2026, mas isso não será suficiente para levar as taxas de financiamento a um dígito.
Sobre as discussões sobre o novo modelo de financiamento organizadas pelo Banco Central, Albuquerque ressaltou que mudanças no contexto macroeconômico são fundamentais para reduzir os custos do crédito imobiliário.
Fontes: Valor Econômico e InfoMoney
Cyrela tem recuo de 6 por cento no lucro no 2º tri, mas segmento econômico ganha destaque na companhia
O lucro líquido da Cyrela no segundo trimestre de 2025 foi de R$ 388 milhões, queda de 6% na comparação com o mesmo período de 2024 e abaixo do consenso de R$ 414 milhões. A empresa atribuiu o recuo a um fator não recorrente. “No segundo tri do ano passado vendemos ações da Cury que geraram um lucro líquido de R$ 60 milhões”, disse o diretor-financeiro Miguel Mickelberg. Sem esse efeito, haveria um crescimento de 10%. Já a diferença para o consenso foi impactada pela expectativa mais alta dos analistas para a receita, segundo o CFO.
A receita líquida alcançou R$ 2,1 bilhões, alta de 13%, mas levemente abaixo do consenso de R$ 2,2 bilhões. A companhia manteve a velocidade de vendas em 52,3%, apesar dos juros altos, com o alto padrão respondendo por 42% das vendas em 2025.
Por outro lado, o segmento econômico ganhou destaque, com o Minha Casa, Minha Vida (MCMV) representando 34% das vendas no primeiro semestre, ante 19% no mesmo período de 2024.
Mickelberg elogiou a criação da Faixa 4 do MCMV para imóveis de até R$ 500 mil. “Os lançamentos ainda levam um tempo até se materializarem, mas temos tido uma ótima performance nesse segmento, que, com o tempo, vai crescer bastante no resultado também”, disse ao portal Metro Quadrado.
O executivo apontou, porém, limitações em São Paulo. “As regras de habitação de interesse social da cidade de São Paulo limitam um pouco o potencial máximo que a faixa 4 poderia ter”, devido ao descasamento entre as especificações do Habitação de Interesse Social (HIS) municipal e as do MCMV federal.
A Cyrela lançou R$ 4,1 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV), um salto de 182%, mas a geração de caixa foi negativa em R$ 392 milhões, impactada por aquisições de terrenos.
Para os próximos trimestres, a companhia planeja diminuir o ritmo de lançamentos para distribuir melhor os produtos ao longo do ano.
Fontes: Metro Quadrado e Bloomberg Línea
Maior corretor de Balneário Camboriú migra para Praia Brava em busca de negócios mais rentáveis
Guilherme Pilger, considerado o maior corretor de Balneário Camboriú (BC), está transferindo seu escritório para a Praia Brava, no litoral de Itajaí, também no estado de Santa Catarina. O novo espaço será três vezes maior, com 295 metros quadrados, incluindo 165 m² de área externa, e ficará de frente para o mar.
“Será um lugar imponente para levar o cliente para tomar um coco ou um café de frente para o mar na área externa, ou para eventos, com churrasco e pagode”, disse Pilger. Apesar da mudança, ele continuará trabalhando com imóveis de BC, onde os lançamentos se vendem rapidamente.
O corretor justifica a mudança pelo momento diferenciado da Praia Brava. Como a lei de Itajaí não permite prédios tão altos quanto os de BC, a região oferece exclusividade, o que eleva os preços. O valor mínimo do metro quadrado na região já supera a média de Balneário Camboriú, com apartamentos alcançando R$ 100 mil por m².
“Ali vai ser o suprassumo do mercado, o crème de la crème”, afirma. “Não vai ter tanto imóvel quanto BC, mas a valorização será muito maior.” Esta é a terceira vez que Pilger muda de cidade em busca de melhores retornos.
O gaúcho de Sapiranga começou a carreira aos 21 anos, em 2008, em Novo Hamburgo. Em 2024, seu melhor ano, registrou R$ 145 milhões em vendas, sendo que 75% desse valor já foi alcançado em 2025.
O corretor e empresário apostou nas redes sociais desde 2016, usando ‘pau de selfie’ para fazer vídeos. No Instagram, possui 181 mil seguidores. “Se tu para de fazer, vem outro fazendo mais e leva tua referência”, explica.
Pilger também expande atuação em mercados internacionais, intermediando negócios na Flórida e Dubai, mas descarta explorar São Paulo. “É que eu gosto do mar, né? Se me convidarem para onde tem mar, eu vou”.
Fonte: Metro Quadrado