Construção civil deve crescer 2,2% em 2025, abaixo do previsto. Confiança na economia supera juros ao financiar imóvel, diz CEO da Moura Dubeaux. Projeto Eixo Platina pretende transformar zona Leste de São Paulo.
Construção civil deve crescer 2,2 por cento em 2025, abaixo do previsto
O FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) e o SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) revisaram para baixo a projeção de crescimento da construção em 2025, de 3% para 2,2%. A nova estimativa prevê crescimento de 2,5% para as empresas formais e 1,5% para atividades informais, como autoconstrução.
A desaceleração reflete problemas estruturais do setor: o acesso ao crédito continua sendo a maior dificuldade das empresas, com o financiamento à produção pelo SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) despencando 61%.
Embora existam recursos disponíveis em fundings, o problema ainda é o custo elevado do crédito.”Não faltam recursos, pois todos os fundings somados atingiram mais de R$ 1 trilhão em junho. O problema é o custo do crédito”, explicou Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre.
Os custos com materiais e mão de obra também impactam o setor. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) atingiu 10,26% em 12 meses até julho, puxado principalmente pela mão de obra. A escassez de trabalhadores qualificados também agrava o cenário, já que aumenta o desafio para elevar a produtividade do setor, aponta o estudo.
Embora o emprego na construção tenha crescido no primeiro semestre, o ritmo foi menor do que nos anos anteriores. A indústria e o comércio de materiais apresentaram ligeira desaceleração nos últimos meses, sinalizando perda de fôlego do setor.
“Nosso equilíbrio fiscal causa mais preocupação do que o cenário externo”, apontou Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia do SindusCon-SP. Ele destacou que a taxa de juros elevada há muito tempo penaliza famílias e empresas, com reflexos na atividade econômica.
Apesar dos desafios, São Paulo registrou aumento de 50% nos lançamentos imobiliários no primeiro semestre, com prevalência do segmento econômico e crescimento expressivo das vendas.
*Com informações de Sinduscon e Diário Campineiro
Confiança na economia supera juros ao financiar imóvel, diz CEO da Moura Dubeaux
O setor imobiliário tem vínculo maior com indicadores de renda e emprego do que com a Selic, mesmo com a taxa no maior patamar dos últimos 19 anos. A afirmação é do CEO da Moura Dubeux, Diego Villar, em entrevista para a ISTOÉ Dinheiro. O executivo cita 2020 como exemplo, quando a Selic estava no menor nível histórico, mas o VGV (Volume Geral de Vendas) despencou devido ao receio da população com demissões.
“O mercado imobiliário é altamente dependente da confiança na capacidade de pagamento do imóvel. É o maior empréstimo que a família toma no Brasil e no mundo, e também por mais tempo”, avalia Villar. “Ter confiança na renda, ter confiança na empregabilidade e no crescimento da economia é fundamental, mais importante até do que a taxa de juros”, completa.
A maior incorporadora do Nordeste registrou lucro recorde de R$ 121 milhões no segundo trimestre de 2025, alta de 60% na base anual. O VGV atingiu R$ 1,9 bilhão, crescimento de 192,4% em relação ao mesmo período de 2024.
As ações MDNE3 acumulam alta de 121% em 2025 e saltaram 300% desde janeiro de 2023. A empresa quer expandir o portfólio para média e baixa renda, aproveitando a nova faixa do MCMV (Minha Casa, Minha Vida).
A companhia lançou as marcas Mood, com 13 projetos, e Única em 2024. “A Faixa 4 veio e pegou 50% dos nossos clientes da Mood, em cheio, enquadrando dentro do programa e aprovando mais crédito”, explica Villar.
Sobre dividendos, a empresa distribui no mínimo R$ 100 milhões anuais em duas parcelas de R$ 50 milhões. Com ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) na casa dos 20%, Villar indica que discussões sobre aumento do payout devem ocorrer no Conselho de Administração no próximo ano.
*Com informações de ISTOÉ Dinheiro
Eixo Platina pretende transformar zona Leste de São Paulo
A Porte Engenharia e Urbanismo desenvolve um projeto audacioso na zona Leste de São Paulo, criando um centro urbano em área de três quilômetros, paralela à Radial Leste, para mitigar problemas estruturais que existem por ali. A região concentra 38% da população de São Paulo (4 milhões de habitantes), mas apenas 8% dos empregos, proporcionalmente.
“Identificamos que não existia uma centralidade na região para que as forças políticas, econômicas e os trabalhadores pudessem se encontrar, e o Eixo pode ser esse centralizador”, disse Marco Antônio Melro, fundador da Porte, ao portal Metro Quadrado. Os moradores enfrentam em média três horas e quarenta minutos diários de deslocamento para o trabalho.
Localizada entre as estações Belém e Carrão do metrô, a primeira fase do Eixo foi lançada em 2014 com seis empreendimentos e VGV (Volume Geral de Vendas) de R$ 3,88 bilhões. Quatro já foram entregues, incluindo o Platina 220, prédio misto de 172 metros – o mais alto da cidade, superando o Mirante do Vale por dois metros.
A segunda fase prevê ao menos seis novos projetos, comerciais e mistos. O ‘Praça Japi’ – empreendimento misto com VGV de R$ 320 milhões – é um deles e está em pré-lançamento. Outros três projetos aguardam na fila e a incorporadora negocia mais duas obras.
A vacância em edifícios A e A+ na zona Leste atinge 31,9% segundo a Binswanger, contra 10,2% na Faria Lima. Porém, os dois primeiros prédios do Eixo (25 mil m²) estão 100% locados. O terceiro, com 28 mil m², registra 50% de vacância dez meses após a entrega.
Entre os locatários destes edifícios comerciais estão Itaú (três andares do Crona 665), Sakura Alimentos e Keeta, marca de delivery da chinesa Meituan. “Ainda há uma visibilidade enorme nas zonas Oeste e Sul que faz com que as empresas acabem ficando por lá”, reconhece Melro.
Mesmo assim, a empresa planeja estender o Eixo para Leste e Oeste após a segunda fase, aproximando-os do Centro da cidade. A Porte Engenharia e Urbanismo também desenvolve projetos no entorno da futura estação Anália Franco do metrô.
*Com informações de Metro Quadrado
Bairro Cristo Rei atrai incorporadoras e registra alta demanda por imóveis em Curitiba
O bairro Cristo Rei figura entre os mais procurados para morar de Curitiba, ocupando a quinta posição entre as regiões da capital paranaense, atrás apenas do Centro, Água Verde, Boqueirão e Santa Cândida, segundo levantamento do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar).
A proximidade com o Jardim Botânico, eleito quinto destino turístico mais bem avaliado da América do Sul pela TripAdvisor, tem atraído incorporadoras e moradores para Cristo Rei. Entre os motivos, estão infraestrutura consolidada, mobilidade urbana e fácil acesso a áreas verdes e ao Centro da capital.
O Cristo Rei concentra hospitais, centros universitários, supermercados e ciclovias, além de vias que conectam diretamente ao Centro e à zona leste. Essa combinação de qualidade de vida e localização privilegiada tem impulsionado, principalmente, projetos voltados ao público de médio a alto padrão.
Entre os lançamentos recentes da região está o Explore Botânico, da GT Building, localizado na Avenida Presidente Affonso Camargo, a aproximadamente 1 km do cartão-postal da cidade. O edifício possui 184 unidades distribuídas em 28 andares e representa o processo de verticalização em curso na área.
O empreendimento oferece ampla estrutura de lazer, com piscina, brinquedoteca, espaços gourmet, área fitness, coworking, horta e salão de festas. Além disso, contará com serviços sob demanda como personal trainer, lavagem de carro, barbearia e pet care prestados por parceiros selecionados.
Moradores com perfis diversos têm sido atraídos para o Cristo Rei, incluindo jovens profissionais, estudantes e famílias em busca de qualidade de vida. Segundo o Inpespar, o bairro registrou 4% das buscas por imóveis na capital em março de 2024.
*Com informações de Gazeta da Semana e Bem Paraná