Porto Alegre e BH lideram ranking dos lançamentos mais caros do país no 2o tri. João Pessoa lidera boom imobiliário no Nordeste. Em Porto Alegre, Rua em Três Figueiras tem preço médio de R$ 10,7 mi por imóvel.
Porto Alegre e BH lideram lançamentos imobiliários mais caros
As capitais Porto Alegre (RS) e Belo Horizonte (MG) lideram o ranking das cidades com lançamentos imobiliários mais caros do Brasil no segundo trimestre de 2025, feito pelo Grupo OLX. Segundo o levantamento, as duas capitais desbancaram Florianópolis (SC) e São Paulo (SP), que ocupavam as primeiras posições no mesmo período de 2024.
A capital gaúcha registrou média de R$ 15.205 por metro quadrado, com alta de 5% no trimestre. O mercado de luxo foi o grande responsável pela alta dos valores, crescendo 15% em 12 meses com novos produtos em bairros nobres, como Moinhos de Vento. O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) também aqueceu os preços, com avanço de 18% no segmento.
“As pessoas estão saindo de áreas afetadas pela crise ambiental e buscando regiões mais centrais, que são mais altas”, explicou Coriolano Lacerda, gerente de inteligência de mercado do Grupo OLX, sobre o possível impacto das enchentes nos preços.
Já Belo Horizonte, que ficou em segundo lugar no ranking, apresentou lançamentos com R$ 14.743 por metro quadrado em média. Segundo o estudo, a concentração de projetos em regiões valorizadas – Savassi, Funcionários, Lourdes, Anchieta e Santo Agostinho – aliada à escassez de terrenos, encareceu os empreendimentos. O baixo desemprego e a renda familiar elevada também geraram demanda por imóveis maiores na capital mineira.
Completam a lista das cidades com lançamentos imobiliários acima da média nacional – de R$ 12.352 por metro quadrado – as capitais Curitiba (R$ 13.884), Florianópolis (R$ 13.735), São Paulo (R$ 13.019) e Rio de Janeiro (R$ 12.503). O levantamento analisou 11 regiões do país.
Em São Paulo, os preços tiveram alta de apenas 2,5% no trimestre, abaixo da média nacional de 3%. No Rio, o crescimento foi de 25% no segmento econômico e 38% no luxo em 12 meses.
“Os lançamentos na zona Sul [do Rio] já ultrapassam os R$ 90 mil por m². Em São Paulo, há apenas uma ou duas ruas que conseguem ter a dinâmica que o Rio já tem de forma estruturada nesses bairros”, comparou Lacerda.
*Com informações de Metro Quadrado
João Pessoa lidera boom imobiliário no Nordeste
João Pessoa (PB) vive um dos momentos mais aquecidos no mercado imobiliário brasileiro e ganha destaque entre as regiões do país, impulsionada pela migração de moradores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Segundo o IBGE, a capital paraibana foi a que mais ganhou habitantes no Nordeste na última década, enquanto Recife (PE) e Natal (RN) registraram queda populacional.
O metro quadrado em áreas nobres como Cabo Branco já ultrapassa R$ 20 mil, enquanto empreendimentos de médio padrão ficam entre R$ 13 mil e R$ 14 mil. O Plano Diretor da cidade preserva o charme local com limitações de altura na orla, permitindo construções livres apenas a 500 metros da praia. Bairros como Altiplano passaram por boom de verticalização após mudanças na legislação em 2008.
“Para quem está acostumado com os valores do Rio ou de São Paulo, isso ainda é muito competitivo”, afirmou Érico Feitosa, presidente do Secovi-PB (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais da Paraíba).
A Paraíba foi o segundo estado que mais gerou empregos no primeiro semestre deste ano, e registrou crescimento de 6,8% no PIB (Produto Interno Bruto) no ano anterior. “Estamos vivendo um crescimento de China”, disse André Penazzi, fundador da incorporadora Setai. O dinamismo econômico atrai desde nômades digitais, famílias jovens, até investidores de outros estados.
Quase 3 mil unidades foram lançadas no primeiro semestre deste ano, uma queda de 34% ante o mesmo período do ano passado, segundo a consultoria Brain. Executivos discutem possibilidade de bolha imobiliária na cidade, mas o crescimento tem sido gradativo, diferentemente de outros destinos turísticos com altas abruptas, afastando este temor.
Além do alto padrão, empreendimentos voltados à classe média também ganham espaço na capital. A Delta Engenharia, por exemplo, prepara um lançamento focado na faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), voltado às famílias com renda de até R$ 12 mil por mês, no bairro Bessa, a algumas quadras da praia. “Não conhecemos nenhum outro lugar no Brasil onde isso seja possível”, afirma Cida Medeiros, a CEO da construtora Delta.
“Dá para manter esse ritmo de desenvolvimento sem perder o que torna João Pessoa única. Se conseguirmos manter o equilíbrio, temos um ciclo de crescimento garantido por muitos anos”, complementa a CEO da Delta.
*Com informações de Metro Quadrado
Porto Alegre: Rua em Três Figueiras tem preço médio de R$ 10,7 milhões por imóvel
A Rua Engenheiro Ildefonso Simões Lopes, no bairro Três Figueiras, lidera o ranking das vias mais caras de Porto Alegre, com preço médio de R$ 10,7 milhões por imóvel, aponta levantamento feito pela Loft (Monitor de Vendas por Rua), em reportagem publicada pelo portal GZH. O levantamento mensal analisou 3,7 mil compras residenciais entre abril e junho deste ano.
A pesquisa considera transações registradas na prefeitura e inclui apenas ruas com pelo menos três aquisições no período. A Rua Engenheiro Ildefonso Simões Lopes desbancou a Rua Farnese, no Mont’Serrat, que liderou por dois meses consecutivos.
Em segundo lugar, aparece a Rua Carlos Trein Filho, no Bela Vista, com tíquete médio de R$ 7,8 milhões, seguida pela Rua Luciana de Abreu, no Moinhos de Vento, com R$ 7,1 milhões. A Rua Farnese caiu para quarta posição, com preço médio de R$ 6,5 milhões ante R$ 7,9 milhões no mês anterior.
“O mercado de alto padrão em Porto Alegre mostra forte dinamismo no mês, com algumas ruas ganhando posições de forma expressiva”, explica Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft.
No ranking por metro quadrado, a Rua Carlos Trein Filho lidera com R$ 35,6 mil por metro quadrado, seguida pela Avenida Pinheiro Borda, no Cristal, com R$ 26,2 mil por metro quadrado.
Os bairros Bela Vista e Petrópolis se destacam com quatro vias cada na lista das 20 ruas mais caras da capital gaúcha. A área média dos imóveis na rua mais cara é de 522 metros quadrados.
*Com informações de GZH
Faria Lima deve ter prédios mistos após leilão de Cepacs
O leilão de Cepacs (Certificados de Potencial Adicional de Construção) da Operação Faria Lima, realizado pela Prefeitura de São Paulo na última terça-feira (19), deve estimular a construção de prédios de uso misto – tanto residências quanto áreas comerciais, como lojas, escritórios e hotelaria – na principal via de escritórios da capital.
O certame movimentou R$ 1,668 bilhão com a venda de 94,8 mil títulos, equivalente a 57,6% da oferta de 164,5 mil certificados disponíveis. O valor médio dos Cepacs foi de R$ 17,6 mil, sem ágio sobre o preço inicial.
“Não acredito que vão ter empreendimentos puramente residenciais. Talvez comercial com residencial, hotel com residencial”, afirmou Ivana Bomfim, sócia da área imobiliária do escritório Cescon Barrieu.
Participantes do mercado antecipam projetos ainda mais altos, similares ao Faria Lima Plaza, avaliado em R$ 1,2 bilhão. O empreendimento abriga escritórios de multinacionais, como Shopee e Uber e em breve deve receber a Klabin, que pretende transferir a sede para o edifício, com contrato de locação fechado por 10 anos.
A nova legislação de 2024 reduziu o lote mínimo de 1 mil metros quadrados para 500 metros quadrados, ampliando oportunidades para terrenos menores, incluindo agências bancárias em regiões nobres. “Antes da legislação de 2024, só era possível comprar Cepacs e construir acima do coeficiente básico se o terreno tivesse mais de 1 mil m². Esses terrenistas (donos de terrenos) ficaram por anos no limbo… agora se abre uma janela de oportunidade para novos projetos”, explicou a advogada especializada em direito urbanístico Marcella Martins Montandon, ao Estadão.
A HBR Realty, por exemplo, adquiriu 1.857 títulos para erguer uma torre de 10 andares em terreno de 800 metros quadrados na Faria Lima. O empreendimento misto terá lajes corporativas de 500 a 600 metros quadrados e 14 a 16 unidades residenciais de alto padrão, com entrega prevista para três anos.
A construtora São José comprou cerca de R$ 67 milhões em títulos para regularizar o prédio de luxo embargado no Itaim Bibi desde 2023. O edifício na rua Leopoldo Couto de Magalhães Júnior tem 20 apartamentos de 382 a 739 metros quadrados.
Já a JHSF prepara o Shops Faria Lima, com restaurantes, cinema, academia e lojas no número 3477 da avenida. O projeto ficará próximo aos prédios corporativos mais caros da cidade, como a sede do Itaú e o Complexo Victor Malzoni.
*Com informações do Estadão