A Federação Nacional dos Corretores de Imóveis estima que haja cerca de 350 mil corretores de imóveis ativos no Brasil. Embora não existam dados sobre a quantidade de autônomos entre eles, o número não deve ser pequeno.
Afinal, os desafios que esse tipo de profissão oferece atraem tanto quem tem perfil para trabalhar de forma independente (criando seus próprios horários, metas e objetivos) quanto quem quer dar uma guinada na carreira (e aproveitar os sinais de retomada do mercado imobiliário).
- O que faz um corretor de imóveis autônomo?
- 3 ideias para aprimorar a prospecção de clientes
- O dia a dia dos corretores de imóveis autônomos
- Quanto ganha um corretor de imóveis?
- O que é marketing para corretor de imóveis?
- Como se tornar corretor de imóveis autônomo
- A importância da capacitação contínua
- Os aplicativos que fazem a diferença na rotina de um corretor
O que faz um corretor de imóveis autônomo?
O trabalho não é muito diferente daquele dos corretores de imóveis que trabalham em uma imobiliária. De forma resumida, esse profissional intermedeia a compra e venda de imóveis, permuta, administração e locação (imóveis residenciais ou comerciais, urbanos ou rurais, apartamentos ou edifícios). Essa intermediação é paga na forma de corretagem, uma comissão pré-acordada.
O cotidiano é bastante dinâmico e pode incluir visitas com clientes, andanças para descobrir novos imóveis, redação/manutenção de anúncios e conversas com advogados, administradores e gerentes de bancos, entre outras opções.
3 ideias para aprimorar a prospecção de clientes
A prospecção de clientes ocorre tanto offline, através de eventos e indicações, quanto online, através de anúncios de imóveis em portais imobiliários, sites próprios e anúncios em mecanismos de busca, entre outros.
O fim do processo é o mesmo: captar contatos de potenciais clientes – ou como também chamamos “leads”. Abaixo trazemos 3 ideias, mas saiba que há muito espaço para a criatividade e para alavancar seus pontos fortes de comunicação e networking.
Pesquise e foque na(s) área(s) em que quer trabalhar
Para profissionais autônomos, tentar tudo ao mesmo tempo é uma tentação. Mas lembre-se: seus recursos (de tempo, dinheiro e energia) são finitos. Faz mais sentido escolher um foco, dominar suas especificidades e fazer sua prospecção dentro dele.
Para fazer sua prospecção de clientes da forma mais prática e eficiente possível, é bom dar um passo atrás e entender onde você quer/pode focar. Há alguma região, tipo de imóvel ou de cliente que você prefira? Com qual modalidade imobiliária você se sente mais à vontade? Reflita e trace seu plano.
Aprenda a lidar (bem) com pessoas
Em nosso artigo completo sobre a carreira de corretor de imóveis, o blog da Loft conversou com Elbio Fernandez Mera, vice-presidente de Intermediação Imobiliária e Marketing do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo).
Com vasta trajetória no ramo – que inclui a fundação de sua imobiliária Fernandez Mera, uma das mais importantes do país –, ele mencionou habilidades interpessoais essenciais para todos corretores de imóveis:
- Paciência (especialmente na hora de captar novos imóveis)
- Jogo de cintura (para enfrentar situações diversas e adversas)
- Conhecimento (sobre a região, o imóvel, o crédito imobiliário e tudo que for útil em uma conversa com os clientes)
- Poder de síntese (saiba que perguntas fazer para entender o perfil e as necessidades dos clientes)
- Generosidade (ajude sempre que puder, todos clientes que puder)
- Persistência (a regra de Fernandez Mera para não se tornar inconveniente? Se você é útil, você não é chato)
Pratique suas respostas com roteiros
Conforme você conquista experiência no meio, vai notar que há conversas que se repetem. Por isso, muitos corretores de imóveis optam por roteiros ou scripts para ter as principais informações na ponta da língua. Mas sem ser robótico: não é preciso, nem recomendado, segui-los à risca.
Especialmente para quem é novo no negócio, no entanto, scripts oferecem um pouco mais de confiança. Confira em nosso post do blog os 4 pontos mais importantes para criar seus próprios roteiros e 3 perguntas frequentes para as quais você já pode se preparar!
O dia a dia dos corretores de imóveis autônomos
Cris Rodrigues atua como corretora desde 2014 e, como autônoma, há dois anos. Formada em Direito, descobriu a profissão pouco depois de terminar a faculdade e iniciou sua carreira com lançamentos da BR Imóveis e da Lopes.
Aliando os problemas da crise econômica (que desacelerou novos empreendimentos intensamente entre 2015 e 2016) à vontade de ter uma agenda que não fosse de “domingo a domingo”, decidiu trabalhar por conta própria.
Dinâmica, preferiu ampliar bastante seu leque. Hoje trabalha com compra, venda e locação em São Paulo e na Grande São Paulo. “Trabalho com tudo, desde um imóvel na Cohab até um apartamento de altíssimo padrão. Agora, por exemplo, estou em uma negociação de uma área de R$ 20 milhões.”
Além de ter clientes prévios na carteira, investiu em anúncios de imóveis em portais imobiliários, onde capta parte de seus leads – a outra vem de indicações – e buscou parcerias com imobiliárias, outros corretores e com a Loft. (Para se tornar um parceiro imobiliário da Loft, aliás, basta preencher o cadastro!)
A rotina é variada. No dia da conversa, Cris estava em seu escritório fazendo documentações e ligações. Mesmo sob forte chuva, sairia para uma visita com um cliente em breve. Pelos seus cálculos, ela gasta mais de R$ 1.000 por mês em gasolina e foi da Vila Leopoldina ao extremo da Zona Leste em três horas para visitas.
Ela aconselha ter paciência, persistência e muita organização. “Você faz tudo, desde o primeiro atendimento até a entrega da chave e o pós-venda”, resume.
É preciso saber também que não existe um único tipo de cliente. Por exemplo: o primeiro imóvel que ela vendeu como autônoma, que pertencia a um amigo, foi comercializado em dois dias. “Fui lá, tirei fotos, anunciei e vendi”, resume.
Há outros que levam um ano ou uma semana, o que exige atenção constante e acompanhamento. “Não dá para esquecer do cliente. Lembre-se de ligar, mandar e-mail e manter-se antenado. Tente de novo.”
Quanto ganha um corretor de imóveis?
De acordo com a mais recente Pesquisa Salarial da Catho Online, a resposta para quanto ganha um corretor de imóveis é, em média, R$ 3.637,44. No caso de profissionais autônomos, esse valor não significa muita coisa – afinal, não tem nenhuma empresa que precisa te pagar no quinto dia de cada mês.
Por ser esta uma profissão de remuneração variável, que muda de acordo com a corretagem recebida e número de negócios fechados, é preciso levar em conta outras informações. As taxas de corretagem (para compras, vendas, aluguéis ou administração de prédios) hoje são livres e giram entre 5% e 12%.
É possível ter uma ideia de cada porcentual nas tabelas referenciais de honorários divulgadas por cada Creci. Aqui você encontra os valores do Creci-SP. Esse é um momento propício para lembrar que, para corretores que vendem imóveis de seu portfólio, a Loft garante entre 5% e 6% de comissão. Cadastre-se gratuitamente e tenha acesso a um portfólio em constante expansão em São Paulo, Guarulhos, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
O que é marketing para corretor de imóveis?
O que é marketing, um termo tão popular em qualquer negócio? Como a própria palavra em inglês entrega, trata-se de mercantilizar algo. Com o tempo, tornou-se sinônimo de um campo amplo de estratégias para aumentar as vendas e atender melhor os clientes.
No caso de um corretor de imóveis autônomos, é possível utilizar o marketing para divulgar seus serviços. Você mesmo(a) é sua melhor chance de conseguir novas oportunidades de trabalho.
1. Crie seu site
Bens e serviços são crescentemente adquiridos online. Por isso, é importante ter uma presença online consistente. Um site simples e bem feito (feito em plataformas como Wix, por exemplo) com seus contatos atualizados, história de carreira e depoimentos de sucesso, pode ir longe.
2. Crie bons materiais de divulgação
O site gratuito Canva permite que você crie materiais online para seu site e redes sociais e também para distribuição offline, como panfletos e cartazes. Não subestime o poder de uma imagem esteticamente agradável – e sem erros de digitação.
3. Aprenda a anunciar imóveis
A prática faz a perfeição e há muito espaço para praticar quando se trata escrever bons anúncios. O melhor a se fazer aqui é compilar boas referências e entender o que as torna tão boas.
Em seguida, realmente invista tempo para criar o melhor anúncio possível. Isso inclui um tour virtual com cerca de 20 fotos de qualidade e bem iluminadas, dispostas na ordem de entrada na casa, e o texto descritivo.
O que torna uma descrição emocionante é quando ela não é só descritiva, como capaz de criar vínculos emocionais. Conseguir imaginar-se dentro do espaço, já imerso em sua rotina, é um bom começo.
4. Defina uma persona de seu cliente
A comunicação mais eficaz é aquela que ressoa com seu cliente, que pensa que ela foi feita especialmente para ele. É isso que faz a definição de persona, nome dado à representação do seu cliente ideal. Você pode até ter mais de uma, mas esforce-se para ter, no máximo, duas ou três.
Quando a persona está pronta, ela é seu norte em estratégias e ações de marketing: é nela que você mira e procura ver a situação através de seus olhos.
Isso significa entender:
- Seus desejos e dúvidas
- Seus objetivos e planos futuros
- Sua profissão e renda mensal
- Seus interesses e momento de vida
- Sua composição familiar
Passe um tempo observando sua carteira atual e pensando em clientes passados ou que você deseja ter, pensando nas similaridades e convergências. Caso tenha dúvidas, você pode até entrevistar clientes passados ou fazer uma pesquisa de mercado!
Algumas perguntas que você pode fazer para seus clientes:
- Onde ele mora hoje
- Com o que e onde trabalha
- Se tem filhos ou vai ter no futuro
- Há quanto tempo está procurando um imóvel
- Quais são seus planos de curto, médio e longo prazo
- Quais são seus maiores anseios
- Qual é sua situação financeira (faixa de renda, forma de pagamento, etc.)
5. Veja as coisas pelo prisma do funil de vendas
Você sabe o que é um funil de vendas? Trata-se de um modelo estratégico que determina, em fases, o caminho percorrido pelo consumidor de um produto ou serviço. No jargão de marketing e vendas, o consumidor se torna conhecido como lead.
Confira abaixo as fases do funil de vendas do mercado imobiliário:
- Geração de interesse
- Atendimento
- Agendamento
- Visita
- Proposta
- Venda
No topo do funil, que reúne a maior parte das pessoas que chegam ao seu trabalho, está a geração de interesse em um produto ou serviço. Delas, uma parcela menor é convertida (outro jargão!) e busca seu atendimento.
A partir daí, um número cada vez menor de leads passa pelas fases de agendamento da visita, visita, proposta de compra e, por fim, pela venda e assinatura do contrato. Ao organizar em suas ações de relacionamento com clientes, você pode adicionar a cada um a etapa do funil de vendas em que estão atualmente. Isso facilita a análise de como as coisas estão progredindo e onde costumam engarrafar!
6. Teste estratégias de marketing digital
Para quem quer dar um passo além na hora de trabalhar com marketing para corretor de imóveis, vale a pena considerar estratégias de marketing digital, um mercado que já movimenta US$ 100 bilhões de dólares por ano. No blog da Loft o artigo explora três estratégias de marketing:
- Marketing de conteúdo
- E-mail marketing
- Redes sociais
7. Adapte suas ações para diferentes gerações
Imagine que, só hoje, você, um corretor de imóveis autônomo, atendeu:
- Um casal de 60 anos que está se mudando para um imóvel menor porque os filhos saíram de casa
- Uma jovem de 30 anos que mora sozinha
- Um casal de 40 anos com dois filhos pequenos
É quase certo que todos terão um celular, mas não terão o mesmo nível de facilidade, nem a mesma quantidade de tempo, para lidar com os aplicativos, links e conteúdos que você enviar por ali.
Uma pessoa com menos familiaridade com tecnologia provavelmente terá mais dificuldade com um convite do Google Agenda do que um millennial, entre outros pontos. O blog da Loft tem um artigo específico para ajudá-lo a vender para gerações diferentes.
Afinal, cada um tem suas preferências e prioridades. Sempre pergunte qual é o meio de comunicação preferida da pessoa (por e-mail, ligação, texto, mensagem de voz no WhatsApp, etc.) e, antes de enviar um conteúdo, questione-se:
- Funciona bem no celular? (Não é pequeno demais? Precisa ser atualizado com uma fonte maior?)
- Quando seu conteúdo é aberto ele demora pra carregar?
- Não é longo demais? (isso também vale para mensagens de voz!)
Reflita constantemente: o que você pode fazer de diferente para tornar aquele conteúdo mais atraente/fácil para cada tipo de faixa etária?
Como se tornar corretor de imóveis autônomo
Para quem se pergunta como ser corretor de imóveis autônomo, saiba que o caminho é exatamente o mesmo que aquele do corretor de imobiliária. Por ser esta uma profissão constitucionalmente regulamentada no Brasil, é preciso se filiar ao Creci(Conselho Regional de Corretores de Imóveis) em seu estado de atuação.
Como tirar o Creci?
Passo 1: Torne-se Técnico em Transação imobiliária
E como tirar o Creci, a parte mais importante dessa carreira? Primeiro, é preciso estudar para se tornar técnico em transação imobiliária, que é o nome desse profissional segundo a lei brasileira.
É possível obter essa formação técnica com os seguintes tipos de curso:
- Técnico em Transação Imobiliária (curso técnico feito em cerca de 1 ano)
- Tecnólogo em Transação Imobiliária (curso superior feito em cerca de 2 anos)
- Bacharel em Ciências Imobiliárias (curso de graduação feito em cerca de 4 anos)
Quais são os cursos de corretor de imóveis disponíveis?
Para formar-se como Técnico em Transação Imobiliária, considere a Escola Brasileira de Ensino a Distância (Ebra), o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e o Instituto Brasileiro de Educação Profissional (Ibrep).
Para se tornar Tecnólogo em Gestão Imobiliária, visite a Universidade Estácio de Sá (Unesa). Por fim, para saber mais sobre o bacharelado em Ciências Imobiliárias, dirija-se à Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Passo 2: Seja estagiário de negócios imobiliários
Muitos cursos exigirão estágio obrigatório e é preciso requisitá-lo ao Creci de seu estado. No Creci-SP, inscrição e pagamento de taxas podem ser feito online mas devem ser protocolados pessoalmente, na Delegacia Regional/Seccional de sua preferência.
Passo 3: Inscreva-se no Creci
Com tudo pronto, você pode se inscrever no Creci de seu estado de atuação e se tornar um corretor de imóveis legalizado. O processo exige seus documentos pessoais e o número de filiado chega entre 30 e 60 dias depois. É preciso ter o seguinte:
- RG
- CPF
- Fotos em 3×4
- Título de eleitor e comprovante da última eleição
- Certificado de reservista (se tiver)
- Comprovante de residência
- Diploma de técnico em transação imobiliária
- Comprovante de conclusão do ensino médio
- Comprovante de pagamento das taxas do Creci
A importância da capacitação contínua
Depois de anos preso ao modelo tradicional de compra e venda de imóveis, o mercado imobiliário hoje vive uma revolução com a introdução da tecnologia nos negócios – a exemplo do modelo iBuyer, utilizado pela Loft para automatizar e padronizar a avaliação de imóveis.
Além disso, as possibilidades de negócios e divulgação para corretores de imóveis autônomos estão sempre mudando e se proliferando dentro do ambiente digital e offline, desde que você saiba onde elas estão!
Os aplicativos que fazem a diferença na rotina de um corretor
Hoje em dia, o telefone está nas suas mãos o tempo inteiro. O WhatsApp atualmente reina soberano no cotidiano dos corretores autônomos, mas o computador também pode te ajudar muitas outras maneiras!
Há centenas de milhares de aplicativos disponíveis, muitos deles gratuitos ou pelo menos bastante baratos. Tendo em vista o cotidiano do corretor de imóveis, entre prospecções e visitas, o blog da Loft selecionou algumas ótimas adições ao seu menu.
Aplicativos de gestão e dia a dia
- Trello: criado para facilitar o gerenciamento de projetos e processos, o Trello permite que você crie colunas para cada etapa do trabalho, preencha-as com cartões detalhados e indique o status de cada uma. Esqueceu de ligar para aquele cliente que está com o CCV em mãos e ia checar algo com o gerente de banco? Agora não mais!
- Google Agenda: a rotina do corretor autônomo é dinâmica – e esquecer de um compromisso pega muito mal. O Google Agenda permite que você una tudo em uma única plataforma, inclua horários, endereços e até convites aos outros participantes
- Google Keep: cansou de perder anotações em cadernos, folhas soltas, guardanapos? Coloque tudo no Google Keep, que permite a criação de post-its, documentos e checklists que ficam na nuvem para serem acessados a qualquer momento
- Dropbox: a memória do celular (e a capacidade de download) do cliente são limitadas. O Dropbox permite que você crie pastas com dados dos imóveis – como documentos, fotos e vídeos – que ficam na nuvem e podem ser facilmente compartilhadas!
- Whatsapp Business: O aplicativo gratuito do Whatsapp para negócios permite etiquetar os contatos, que você pode usar para adesivar as mensagens dos clientes de acordo com o status da negociação. No aplicativo também é possível deixar mensagens automáticas pré- agendadas ou mesmo um catálogo com seus serviços e portfólio.
Aplicativos de mobilidade
- Waze: a pontualidade é essencial para criar uma boa relação com os clientes. E o Waze te ajuda quando o trânsito te atrapalha!
- Moovit: apresentar as opções de transporte público faz toda a diferença para possíveis compradores, que querem saber como chegar e voltar do trabalho ou dos estudos. O Moovit funciona em diversas cidades do Brasil, aponta a localização de estações e pontos de ônibus e cria itinerários rápidos e atualizados
Aplicativos para visitas
- Air Measure: esse app oferece uma trena digital, que funciona através de realidade aumentada, para ajudar a tirar medidas rapida e precisamente
- Sun Locator: descubra rapidamente qual é a orientação solar do imóvel, hora a hora
MagicPlan: através da realidade aumentada, você pode medir cômodos e desenhar plantas baixas com a câmera do celular ou do tablet.