A entrada mínima exigida pelos principais bancos do país para financiar um imóvel aumentou em 2025. Instituições como Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Santander já adotam como prática o pagamento de 30% do valor do imóvel como entrada, ante 20% em 2024, reduzindo o percentual financiado para 70%, pelo Sistema de Amortização Constante (SAC).
Em contrapartida, a renda mínima necessária para conseguir a aprovação do financiamento caiu –como o valor financiado é menor (70%), as parcelas são mais baixas, e mais compradores conseguem encaixar o valor no teto de até 30% da renda, estipulado pelos bancos.
Na rua Quatá, que liderou a venda de imóveis em São Paulo nos dois primeiros meses deste ano, o valor mínimo de entrada passou de R$ 64,8 mil em 2024 para R$ 97,2 mil em 2025, considerando o preço médio de R$ 324 mil dos imóveis transacionados na via neste ano. A renda mínima exigida para financiamento caiu de R$ 10,4 mil para R$ 9,9 mil, com parcela inicial de R$ 2.760 em um contrato de 240 meses.
Já na rua Alemanha, no Jardim Europa, a mais valorizada da cidade, onde o preço médio dos imóveis vendidos neste ano ultrapassa os R$ 23 milhões, o valor mínimo de entrada saltou de R$ 4,7 milhões para R$ 7 milhões, considerando o ticket médio de R$ 23,5 milhões. Já a renda mínima para aprovação de financiamento ficou em R$ 718 mil, era de R$ 751 mil em 2024, com parcela inicial de R$ 200 mil.
As simulações foram feitas pelo ‘Financiômetro’, ferramenta da empresa Loft que compara taxas e condições de financiamento imobiliário nos principais bancos do país. São consideradas as condições médias oferecidas pelas instituições financeiras privadas (Bradesco, Itaú e Santander). Ou seja, os resultados mostram uma ideia do panorama do financiamento na região, mas as condições podem variar para cada família, a depender da análise financeira do caso específico.
O levantamento analisou os preços médios dos imóveis vendidos na capital em janeiro e fevereiro deste ano, com dados do ITBI (Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis), divulgados pela Prefeitura de São Paulo. Foram consideradas ruas com ao menos três transações de compra e venda.
Na rua Gomes de Carvalho, na Vila Olímpia, a segunda via com mais transações de compra e venda em São Paulo em 2025, a entrada mínima para financiar um imóvel aumentou de R$ 167 mil em 2024 para R$ 251 mil em 2025. A renda mínima exigida para um financiamento é de R$ 25 mil por mês, ante R$ 26,8 mil em 2024, considerando o valor médio de R$ 839 mil dos imóveis vendidos neste ano.
Na Avenida Raimundo Pereira De Magalhães, em Pirituba, terceira via com mais vendas, a entrada é de R$ 103 mil, ante R$ 68,7 mil no ano passado. A renda mínima necessária é de R$ 10,5 mil para financiar um imóvel com preço médio de R$ 343 mil.
Fábio Takahashi, gerente de Dados da Loft, lembra que as novas regras não têm prazo de validade, e ressalta a importância das pessoas interessadas em financiar um imóvel conhecerem as novas condições para planejar a compra.
“Para ganhar tempo, antes de mesmo de iniciar a busca pelo imóvel é importante se informar sobre o seu poder de compra, o valor total que a renda familiar consegue financiar, quanto é preciso dar de entrada e o valor do orçamento que pode ser comprometido para o pagamento das parcelas”.
Ainda de acordo com a Loft, a menor entrada necessária para financiamento em São Paulo aparece na rua Justino Martins, no Jardim Marajoara, onde o preço médio dos imóveis está em R$ 25 mil. Aqui, a entrada seria de R$ 7,5 mil e a primeira prestação de R$ 213,00.
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