Taxas baixas de juros e procura crescente por financiamento fazem mercado imobiliário brasileiro continuar em ascensão mesmo durante pandemia do novo coronavírus
A pandemia do novo coronavírus impactou as economias do mundo todo desde o início de 2020. A pergunta que muita gente tem se feito, após alguns meses de quarentena, é: como será o mundo quando tudo isso acabar? Vamos nos recuperar economicamente?
Quem tem imóveis e quer se planejar sobre investimentos se questiona ainda quais serão as principais tendências do setor. Neste artigo, mostraremos um panorama sobre o mercado imobiliário pós-pandemia do novo coronavírus. Vamos listar as principais previsões do setor e apresentar pontos relativos à valorização de imóveis e ao processo de compra e venda.
Ao longo deste artigo, será possível compreender como tomar uma decisão mais criteriosa no momento. Mesmo que agora o processo precise de mais tempo e reflexão, investir em imóveis ainda é uma maneira estável de atingir melhorias para as famílias que estão construindo um patrimônio.
E se a pandemia deixou uma grande lição para corretores, compradores e vendedores, é a de quão importante é ter um lugar seu, confortável para você e sua família morarem com tranquilidade.
Mercado imobiliário pós-pandemia: um panorama
O cenário de pandemia do novo coronavírus impactou negativamente as taxas de desemprego, ocasionou perda de renda e aumentou até o número de divórcios. A curto prazo, houve uma breve diminuição no número de vendas e uma retenção de receitas. Dois pontos muito importantes para o mercado imobiliário, no entanto, não sofreram abalos: as baixas taxas de juros e a procura por financiamentos.
A Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) divulgou, no fim de julho, um boletim animador para o mercado imobiliário. O estudo apontou que os “financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiram R$ 9,27 bilhões em junho de 2020, com crescimento de 29,9% em relação ao mês anterior e alta de 52,8% comparativamente a igual mês do ano passado”.
Ou seja, mesmo com a pandemia, a procura por financiamentos continuou crescendo. De acordo com a associação, o volume financiado em junho, terceiro mês completo sob distanciamento social, indicou o melhor resultado desde janeiro de 2015.
“Foram financiados, em junho de 2020, nas modalidades de aquisição e construção, 33,1 mil imóveis, resultado 33,5% superior ao de maio e 48,7% maior do que o apurado em junho de 2019”, informou a Abecip.
As baixas taxas de juros têm influência direta na procura elevada por financiamento. Isso porque os baixos valores acarretam em uma prestação mensal também menor. Em conversa transmitida pelo Youtube, o economista Ricardo Amorim afirmou que, neste cenário, um imóvel que antes poderia ser adquirido por um número de específico de pessoas, agora pode ser adquirido por um grupo maior.
Na mesma conversa, o engenheiro Ricardo Telles, CEO da Perplan Brasil, declarou que atualmente a prestação do financiamento compete com o valor do aluguel. De acordo com ele, este ambiente de negócios “atrai uma demanda”.
“A pessoa já gasta R$ 2.000 por mês de aluguel. Ele vai passar a gastar os mesmos R$ 2.000 na prestação de financiamento”, explicou.
“O efeito de renda no mercado imobiliário é menos importante, porque ele é de curto prazo. O efeito dos juros é de longo prazo. Nesse contrabalanço é que vem uma massa compradora muito forte.”
Além das questões levantadas, o pós-pandemia deve trazer boas oportunidades de negócios. O imóvel que você se interessou pode estar com um preço melhor do que anteriormente, caso o vendedor esteja precisando negociá-lo imediatamente.
Para o corretor, saber vender um imóvel exige estudo e treinamento para empregar as técnicas corretas. Conheça 9 ótimas técnicas de vendas imobiliárias neste artigo que publicamos anteriormente: entender o público-alvo e saber ouvir são duas delas.
LEIA TAMBÉM: Índices imobiliários: qual a importância de entendê-los?
As principais tendências do mercado imobiliário pós-pandemia
1) Home office: uma das novidades trazidas pelo coronavírus foi o home office. Muito se tem discutido sobre o mercado de escritórios, se ele vai encolher ou expandir. E até qual será o nível de home office daqui para frente: todos os dias da semana? apenas alguns?. O mais provável é que ele vai ser mais usado.
Embora alguns especialistas acreditem que diversas empresas vão institucionalizar o home office, ao menos alguns dias por semana, e, consequentemente, precisar de espaços menores, outros apostam no contrário. O contraponto é que as empresas precisarão, na verdade, de áreas maiores já que deverão implementar o distanciamento entre os funcionários. Então, mesmo com menos pessoas trabalhando, precisarão de mais espaço.
2) Mudança nas plantas dos imóveis: após meses de isolamento social, as famílias puderam passar mais tempo juntas. Imóveis que tenham ambientes espaçosos, que promovam a convivência de pais e filhos, irmãos, tios e avós, deverão ser mais procurados e deverão impactar as novas construções.
3) Busca por apartamentos maiores: com a chegada do home office, quem puder trabalhar de casa vai precisar de um espaço a mais para usar como escritório. Essa reorganização deverá levar a uma busca por imóveis maiores.
4) Uso da tecnologia para auxílio de vendas: a pandemia trouxe à tona a necessidade de transformação digital. Visitas a imóveis passaram a ser feitas por meio de chamadas de vídeo ou também vídeos com o interior da residência em 3D. Além disso, a assinatura de contratos também está sendo feita com o auxílio da tecnologia. Essa é uma tendência que deve continuar.
5) Valorização de imóveis maiores e afastados dos grandes centros: o engenheiro Ricardo Telles afirma que várias cidades vão virar uma espécie de pólo de atração para qualidade de vida em detrimento de uma vida em um grande centro. Filas, trânsito, tudo isso poderá levar a uma interiorização.
As melhores formas de se manter competitivo pós-pandemia
É preciso apostar na modernidade. O uso da tecnologia acelera transações e encurta distâncias e gastos. Tenha espírito inovador para se diferenciar dos concorrentes.
Além de problemas nas mais diversas frentes, a pandemia trouxe também um cenário abundante de rompimento de contratos, incluindo no mercado imobiliário. Para ficar mais competitivo após a pandemia, a mediação é uma saída que custa menos e é mais rápida.
Em palestra veiculada pela TV Creci-SP (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de São Paulo), o advogado Marco Antônio Araújo Junior, explicou que “mediação é levar um conflito a um mediador que não é necessariamente um juiz”. Segundo o especialista, esta é uma saída ainda pouco usada no Brasil, mas que tem sido gradualmente discutida por conta da pandemia.
“A mediação é, sem sombra de dúvidas, uma saída muito eficaz, muito positiva. A mediação custa mais barato, ela é mais rápida e não é tão trabalhosa como a saída do Judiciário. Se você procura fazer um acordo, pretende fazer um acordo, tente de alguma forma mediar esse acordo”, declarou.
A Loft pode ajudar você a se capacitar com cursos gratuitos para corretores.