Mercado imobiliário teme disparada dos preços após Reforma Tributária. Leblon se torna a Faria Lima carioca, atraindo executivos e grandes empresas. Do Jardim Botânico ao Ipiranga, o distrito do Cursino, em São Paulo, vive agitação imobiliária.
- Mercado imobiliário teme disparada dos preços após Reforma Tributária
- Leblon se torna a Faria Lima carioca, atraindo executivos e grandes empresas
- Do Jardim Botânico ao Ipiranga, o distrito do Cursino em São Paulo (SP) vive agitação imobiliária
- Mapa interativo revela as ruas com os imóveis mais caros de São Paulo em 2024
Mercado imobiliário teme disparada dos preços após Reforma Tributária
Representantes do mercado imobiliário reunidos no Seminário Real Estate, promovido pelo Lide, na última sexta-feira, afirmaram que “comprar e construir imóveis pode se tornar inviável para muitos” se o atual texto da Reforma Tributária não sofrer ajustes. Segundo cálculos do setor, seria necessário aumentar em 15% o preço dos imóveis para arcar com a nova carga tributária.
Um estudo apresentado pela Frente Parlamentar da Habitação e do Desenvolvimento Urbano Sustentável aponta que a nova tributação pode elevar em 10% o valor de compra dos imóveis e impactar também o aluguel.
“O brasileiro já tem dificuldade de comprar imóvel hoje. Se nós aumentarmos o preço para atender a alíquota que foi proposta, será preciso reduzir a atividade”, argumentou Luiz França, presidente da Abrainc.
Atualmente, a tributação das atividades imobiliárias é reduzida, com a incorporação sujeita ao RET (Regime Especial de Tributação) e a locação isenta de ICMS e ISS. Com os novos tributos previstos na reforma – CBS e IBS -, para um imóvel de R$ 200 mil, será preciso pagar 23,2% a mais de imposto. Se o imóve custar R$ 2 milhões, o comprador terá de arcar com o dobro da alíquota atual. Na locação, o aumento da carga tributária pode chegar a 134%, apontou um levantamento feito pelo Secovi-SP.
O setor pressiona pela neutralidade tributária, defendendo que a moradia não pode ser considerada como um serviço. A proposta é que o desconto nos tributos para novos empreendimentos imobiliários suba de 20% para 60%. Os deputados federais presentes no seminário se comprometeram a orientar suas bancadas por ajustes na regulamentação.
O relator da Reforma Tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro, se disse preocupado com a celeridade da votação na Câmara, que pode atrapalhar as correções necessárias.
Fonte: Folha de S.Paulo
Leblon se torna a Faria Lima carioca, atraindo executivos e grandes empresas
O bairro do Leblon, que ostenta imóveis com o metro quadrado mais caro do país, caminha para ser o novo centro financeiro do Rio de Janeiro, atraindo incorporadoras, gestoras de finanças e grandes empresas. A região segue sendo disputada por companhias que buscam fazer os melhores lances e fechar contratos rapidamente, em um movimento semelhante ao da Avenida Brigadeiro Faria Lima, principal centro financeiro de São Paulo.
Recentemente, um fundo imobiliário da Vinci Partners vendeu 49% do prédio BM 336, localizado na Avenida Bartolomeu Mitre, por R$ 112 milhões, com o metro quadrado a R$ 46.495. Foi um recorde para lajes corporativas do Rio. Segundo Giancarlo Nicastro, CEO da SiiLa, a baixa disponibilidade de imóveis no Leblon – com vacância de apenas 6,11% – é um dos motivos para novas construções e investimentos no bairro.
Construtoras como a Mozak investiram pesado em novos empreendimentos na região, enquanto o Itaú inaugurou o “Investment Center no Leblon”, com a mesma pegada da unidade que possui na Faria Lima. Adriana dos Santos, diretora do Itaú Personnalité, afirma que a escolha da localização levou em conta a representatividade da região entre os clientes do segmento e a ascensão econômica da área.
O subprefeito da Zona Sul, Bernardo Rubião, vê como positiva a valorização do bairro, resultado do retorno às atividades presenciais após a pandemia.
Além disso, prédios antes sem atrativos estão sendo revitalizados e devolvidos à cidade com nova vida. É o caso da antiga sede da Oi na Rua Humberto de Campos, que recebeu investimento de R$ 400 milhões da HSI, com arquitetura aos cuidados da empresa francesa Triptyque Architecture. Fonte: O Globo
Do Jardim Botânico ao Ipiranga, o distrito do Cursino em São Paulo (SP) vive agitação imobiliária
O distrito do Cursino, localizado na zona Sul da capital paulista e atravessado pela longa avenida que leva o mesmo nome, passa por uma transformação imobiliária. De acordo com os números do Secovi-SP, o Cursino é o lugar onde mais foram comercializados imóveis nos últimos 12 meses na sub-região da zona Sul, que também inclui os distritos do Ipiranga e Sacomã.
Além de abrigar o Jardim Botânico da cidade, o distrito também possui áreas verdes urbanizadas com características próprias, como o Jardim da Saúde, que segue o modelo dos bairros-jardins paulistanos, e a região próxima ao Parque do Estado, já apelidada de “Novo Jardim Botânico” pelos incorporadores.
Levantamento da proptech Loft, com base nos registros de ITBI (imposto sobre transação de bens imóveis), mostra que o distrito do Cursino teve aumento de 4% no volume de imóveis vendidos no primeiro quadrimestre de 2024 na comparação com o mesmo período do ano anterior.
O preço do metro quadrado ficou estável no período, em R$ 4.035, mas o distrito possui áreas em que o valor ultrapassa os R$ 7 mil por m², como na rua Jaguari, chegando a R$ 6.760 por m² na rua Delmira Ferreira, travessa da Santa Cruz.
No caso de apartamentos novos, o preço pode passar de R$ 11 mil por m² nas quadras próximas do metrô. Sem uma marca memorável, nem mesmo um bairro chamado Cursino, a área ganhou nomes mais vendáveis como Nova Klabin – em referência à Chácara Klabin.
A proximidade com as estações de metrô Santos-Imigrantes e Alto do Ipiranga, além de importantes eixos de transporte, são grandes indutores do crescimento imobiliário do distrito. Incorporadoras como Setin e Trisul têm investido em projetos na região, aproveitando a demanda por imóveis com bom custo-benefício e serviços diferenciados.
Projetos como o Gran Kazzas Botanic e o complexo Alto do Jardim, da Econ, aproveitam a vista privilegiada do parque e oferecem apartamentos compactos a preços acessíveis, com opções de financiamento pelo programa Minha Casa, Minha Vida.
Fonte: Folha de S.Paulo
Mapa interativo revela as ruas com os imóveis mais caros de São Paulo em 2024
Os bairros dos Jardins, Morumbi, Itaim Bibi, Moema e Vila Nova Conceição em São Paulo concentram as vias com imóveis mais valorizados da cidade, segundo levantamento realizado pela startup imobiliária Loft, com base em dados do ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis) da capital paulista nos últimos 12 meses até abril.
O estudo compilou médias de preços de mais de 2 mil ruas a partir de 54 mil transações concluídas, e o jornal Estadão elaborou um mapa interativo, mostrando onde ficam os endereços com os imóveis mais caros.
A rua Seridó, no Jardim Europa, lidera o ranking com uma média de preços de transações imobiliárias de R$ 19,8 milhões, seguida pelas ruas Frederic Chopin, também no Jardim Europa, com média de R$ 18,3 milhões. A rua Jorge Coelho, no Itaim Bibi, também se destaca com média de preços em R$ 13 milhões.
O levantamento não inclui casas, apenas apartamentos, com valor mínimo de R$ 150 mil e incidência de, ao menos, quatro transações por rua. O preço médio de compra e venda de um imóvel na cidade no último ano foi de R$ 739,7 mil, com tamanho médio de 140 m².
“Se a gente colocar casas no levantamento, não vai fugir tanto assim dos preços dos apartamentos. Talvez só no Jardim América, que tem mais construções horizontais. No mais, tem uma correlação bem forte entre os preços dos diferentes tipos de imóveis. Se os apartamentos estão valorizados, as casas também estão”, afirma Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft.
A oferta de infraestrutura de transporte, escolas e comércios, além da vontade de jovens adultos continuarem no bairro, próximos a família, são fatores determinantes para a valorização dos imóveis nessas regiões, apontam especialistas.
Por outro lado, a escassez de terrenos nos bairros consolidados pode levar ao surgimento de novas áreas nobres nos próximos anos, impulsionadas por empreendimentos de alto padrão e chegada de moradores de alta renda.
O Jardim Anália Franco, na zona Leste, por exemplo, se destaca como um polo atrativo do alto padrão: a rua Prof. João de Oliveira Torres registra a 20ª média de preço mais alta dos últimos 12 meses, com transações de R$ 6,8 milhões, valor próximo ao observado na rua Afonso Braz, em Moema.
Fonte: Estadão