Preços de imóveis no Brasil sobem acima da inflação no primeiro semestre. Caixa busca novas fontes para financiar habitação e mira nos fundos de previdência. Em São Paulo, projeto libera ‘bolsão’ na Faria Lima para novos prédios; minirrevisão de projetos urbanísticos deve ser votada na Câmara da capital nesta terça-feira (2).
Preços de imóveis no Brasil sobem acima da inflação no primeiro semestre
O preço médio dos imóveis residenciais no Brasil subiu 3,56% no primeiro semestre de 2024, superando a inflação estimada em 2,67% no período, segundo o Índice Fipezap. Já em junho, a valorização foi de 0,61%, uma desaceleração em relação a maio, quando os preços subiram 0,74%.
Nos últimos 12 meses, de julho de 2023 a junho de 2024, a valorização dos imóveis foi de 6,17%, também acima da inflação de 4,41%. Das 16 capitais monitoradas pela pesquisa em junho, 12 registraram elevação no preço médio de venda anunciado, com destaque para João Pessoa (1,55%), Salvador (1,54%) e Curitiba (1,46%).
O preço médio anunciado chegou a R$ 9.020 por metro quadrado no país, sendo R$ 11.01 por m² em São Paulo, e R$ 10.101 por m² no Rio de Janeiro. Balneário Camboriú (SC) permanece como o mercado imobiliário mais valorizado, com o metro quadrado a R$ 13.259.
Fonte: Broadcast/Estadão
Caixa busca novas fontes para financiar habitação e mira nos fundos de previdência
A vice-presidente de habitação da Caixa Econômica Federal, Inês Magalhães, afirmou que o banco discute com o Ministério da Fazenda mudanças nas normas da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) para permitir que fundos de previdência invistam no setor habitacional, servindo como alternativa de funding.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Magalhães disse que o cenário é mais preocupante para a Caixa, já que o banco tem “compromisso com o desenvolvimento”, enquanto outras instituições podem reduzir a concessão de crédito imobiliário.
Segundo a vice-presidente, uma decisão que dificultou o funding para habitação foram as mudanças promovidas pela Fazenda na ampliação do prazo mínimo de vencimento das Letras de Crédito Imobiliário (LCIs). “A Fazenda atirou no que viu e acertou o que não viu ao tirar uma captação que hoje é importante para a manutenção dos níveis do crédito”, disse.
Sobre a liberação de compulsório dos bancos para financiar a habitação – uma pauta antiga do setor imobiliário – Inês Magalhães afirmou que o Banco Central ainda não concorda com a medida, considerada de “fôlego curto”.
Segundo a executiva, a Caixa está comemorando a decisão do STF que alterou a correção das contas do FGTS para garantir a inflação, afirmando que a repercussão é “mais administrável”, e acrescentou que o desafio é criar produtos para a classe média, como reformas de imóveis.
Fonte: Valor Econômico
Em São Paulo, projeto libera ‘bolsão’ na Faria Lima para novos prédios
A Câmara Municipal de São Paulo deve votar, nesta terça-feira, os seis projetos da “minirrevisão” das principais leis urbanísticas da cidade, que ganharam textos substitutivos aos que foram apresentados pela Prefeitura. As mudanças abrangem a Lei de Zoneamento, o Plano Diretor, o Plano de Intervenção Urbana (PIU) Setor Central, o PIU Arco Jurubatuba, a Operação Urbana Água Espraiada e, majoritariamente, a Operação Urbana Faria Lima.
A ideia é destravar planos urbanos para grande parte do centro expandido, entornos das avenidas Luís Carlos Berrini e Faria Lima, além de uma enorme área que contorna o trecho mais ao sul do rio Pinheiros. Também deve haver debate sobre a criação do parque do Rio Bixiga (Centro) e do parque do Clube Banespa (zona Sul).
Uma das principais mudanças, no entanto, envolve a inclusão de uma parte de um “bolsão” na Vila Olímpia, conhecida como “buraco da Faria Lima”, na área de incentivos à construção de prédios da Operação Urbana Faria Lima. A região abrange terrenos de frente para a avenida, entre a Rua Santa Columba e a Rua Santa Justina, e atualmente possui construções mais baixas e áreas esvaziadas.
O projeto permite a legalização de construções por meio da compra de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs), com o valor majorado em 30%, o que poderia facilitar a liberação de um edifício de luxo construído sem alvará no Itaim-Bibi – o St. Barths da São José. O leilão de mais 1,5 milhão de metros quadrados destes créditos também será liberado pelo texto substitutivo.
O relator das revisões, vereador Rodrigo Goulart (PSD), justifica as mudanças como uma atualização das operações urbanas mais antigas da cidade de acordo com as legislações vigentes e recém revisadas. Sobre a inclusão de novos trechos da Faria Lima na operação urbana, ele questiona qual seria a explicação para a área estar fora do perímetro delimitado no projeto original.
Fonte: Folha de S.Paulo e Estadão.
Construção civil cresce no Centro-Oeste de Minas Gerais
O faturamento da construção civil na região Centro-Oeste de Minas Gerais registrou crescimento de 5% a 10% no primeiro semestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. As estimativas são da regional da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e do Sinduscon-CO.
A perspectiva para o ano é de alta de 7% a 8%, apesar do resultado positivo ocorrer sobre uma base fraca dos anos anteriores.
Minas Gerais possui o segundo maior déficit habitacional do Brasil, com 556 mil moradias em 2022, atrás apenas de São Paulo, com escassez de 1,2 milhão de domicílios, segundo dados da Fundação João Pinheiro. No entanto, a alta taxa de juros vigente no país dificulta os investimentos do setor e a aquisição de imóveis pelas famílias, que dependem de financiamento, afirma o presidente da regional Centro-Oeste da Fiemg, Eduardo Augusto Nunes Soares.
Para o representante do setor, o desempenho da atividade depende de diversos fatores, como nível de emprego, crescimento da economia e preço do dólar, que impactam no valor de alguns materiais. “A construção civil ainda sente os resquícios da elevação nos preços dos insumos durante a pandemia e o retorno do programa Minha Casa, Minha Vida ainda não impactou plenamente a região”, argumenta Soares.
Outro desafio enfrentado pelo setor na região é a dificuldade de encontrar mão de obra, mesmo com o aumento da remuneração, o que impacta no cronograma de algumas obras. Apesar disso, de janeiro a abril de 2024, a região Centro-Oeste de Minas Gerais criou 1.323 vagas formais na construção civil, um aumento de 42% em relação ao mesmo período do ano anterior, com destaque para as cidades de Itaúna, Divinópolis e Mateus Leme.
Fonte: Diário do Comércio