Preços de imóveis no país sobem 7,98% em 12 meses, superando a inflação. No Rio, cresce interesse pelo aluguel enquanto intenção de compra recua. Apesar de cada vez mais caros, imóveis pequenos em São Paulo avançam em vendas.
Preços de imóveis sobem 7,98 por cento em 12 meses, superando inflação
Os preços dos imóveis residenciais subiram e acumularam crescimento de 7,98% ao longo de 12 meses, de acordo com o índice Fipe/ZAP, superando a inflação de 4,51% medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no mesmo período. O mês de janeiro encerrou com alta de 0,59%.
Salvador (BA) lidera o ranking de valorização imobiliária entre as capitais, com um aumento expressivo de 18% nos preços dos imóveis residenciais nos últimos 12 meses. Curitiba (PR) aparece em segundo lugar, com 17,86% de valorização, seguida por João Pessoa (PB) com 16,47%, Vitória (ES) com 14,01% e Aracaju (SE) com 13,54%.
O preço médio calculado para as 56 cidades monitoradas pelo Índice Fipe/ZAP foi de R$ 9.069/m². Os imóveis de um dormitório se destacaram com o preço médio de venda mais elevado (R$ 10.866/m²), enquanto as unidades com dois dormitórios apresentaram o menor valor médio (R$ 8.180/m²).
Entre as capitais incluídas no índice, Vitória (ES) apresentou o valor médio por metro quadrado mais elevado na amostra mensal, chegando a R$ 12.522/m². Em seguida, aparecem Florianópolis (R$ 11.845/m²), São Paulo (R$ 11.428/m²), Curitiba (R$ 10.762/m²) e Rio de Janeiro (R$ 10.330/m²).
O levantamento completo inclui dados de 22 capitais, com Rio de Janeiro apresentando a menor valorização (+3,40%) e Teresina a segunda menor (+4,26%). As informações são baseadas na amostra de anúncios de imóveis residenciais para venda em janeiro de 2025 no ZAP Imóveis.
Fonte: IstoÉ Dinheiro
No Rio de Janeiro, cresce interesse pelo aluguel enquanto intenção de compra recua
O interesse dos cariocas em alugar imóveis nos próximos seis meses aumentou de 5,3% para 6% em 2025, de acordo com o Índice de Confiança no Setor Imobiliário – Loft, feito em parceria com a Offerwise. Por outro lado, a intenção de compra de imóveis caiu de 15% para 13,3%, em relação à edição anterior do levantamento.
Mesmo com a retração, 24,4% da classe A e 25% das classes D/E planejam adquirir imóveis neste período. As vendas em Porto Maravilha e Centro continuam a crescer, enquanto o bairro de Ipanema também mostra forte demanda.
O levantamento revela ainda que a intenção pelo aluguel subiu especialmente entre jovens adultos de 25 a 34 anos. Além disso, mais pessoas buscam aluguéis na faixa de R$ 1 mil a R$ 2 mil, e de R$ 2 mil a R$ 4 mil, subindo para 11,1%.
As principais motivações para compra de imóveis incluem a saída do aluguel, que cresceu para 40%, e a construção de patrimônio, que subiu para 32,5%. No entanto, os juros altos ainda preocupam os possíveis compradores, impactando suas decisões.
“Diante dos juros elevados, muitos preferem alugar, mas aqueles com maior poder aquisitivo veem oportunidades de compra”, Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft.
Takahashi destaca que, mesmo com os desafios econômicos, a menor taxa de desemprego histórica alcançada em novembro pode levar as famílias a buscar imóveis maiores e bem localizados, refletindo melhorias no mercado de trabalho. A pesquisa ouviu 300 pessoas no Rio, com uma margem de erro de três pontos percentuais e 95% de confiança.
Fonte: Diário do Rio
Cada vez mais caros, imóveis pequenos em São Paulo avançam em vendas
Mesmo diante do que parecia um excesso de oferta dos chamados compactos, a demanda por imóveis menores em São Paulo continua alta. Apartamentos e casas com até 90 metros quadrados de área total registraram um aumento de 9,4% nas vendas em 2024, totalizando 9.567 transações, de acordo com dados do ITBI analisados pela Loft.
O Tucuruvi, na zona Norte da cidade, liderou o crescimento com 322 transações, ampliando 22% em comparação ao ano anterior. Itaquera e Penha, ambos na região Leste, vêm a seguir, com 312 e 254 vendas, respectivamente.
O preço dos imóveis varia bastante entre bairros, segundo o levantamento. Na Cidade Tiradentes, no extremo Leste, um imóvel de até 90 m² custa, em média, R$ 105 mil, enquanto em Moema Pássaros, zona Sul, atinge R$ 886 mil. Entre os bairros mais caros estão Itaim Bibi e Jardim Paulista, regiões nobres da capital, próximas a centros financeiros como Faria Lima e Avenida Paulista.
Em contraste, os imóveis grandes, com mais de 140 metros quadrados, permaneceram predominantes, com 51.215 transações e um aumento de 18,8% nas vendas, conforme relata a Loft. O preço médio destas unidades também subiu, alcançando o ticket médio de R$ 863 mil.
“Os imóveis menores, que tendem a ser mais baratos, foram impulsionados pelo Minha Casa, Minha Vida. Os maiores, de ticket médio mais alto, cresceram em linha com o aquecimento forte do segmento de alto padrão”, explica Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft.
O mercado de médio porte enfrenta desafios. “As taxas de juros caíram em 2024, mas não como esperado”, impactando especialmente a classe média, segundo Takahashi.
Fonte: Estadão
Ex-BC prepara lançamento de plataforma de tokenização de imóveis
A CF Inovação, empresa de tecnologia cofundada pelo economista e ex-diretor do Banco Central (BC) Tony Volpon, prepara o lançamento de uma plataforma inovadora para o mercado imobiliário brasileiro no primeiro semestre de 2025. O projeto, descrito como a primeira “bolsa do mercado imobiliário”, permitirá a negociação de imóveis e ativos imobiliários por meio de tokens digitais.
“Nosso projeto é muito mais ambicioso do que o que tem sido feito fora do Brasil. Se der certo, será uma experiência única no mundo”, afirmou Volpon em entrevista à Bloomberg Línea.
A plataforma, que contará com abrangência nacional e aval do Banco Central, visa reunir incorporadores, corretores, imobiliárias, clientes e investidores em uma única tela de negociação. “O que vamos oferecer para incorporadoras, corretores e clientes finais é uma maneira alternativa de fazer operações já existentes, como o lançamento de apartamentos, por exemplo. Mas de uma forma mais fácil, mais acessível e com maior segurança”, explica Volpon.
Para monetizar a operação, a bolsa do imobiliário cobrará pequenas taxas sobre cada transação realizada na plataforma. A CF Inovação já fechou uma parceria exclusiva com uma grande imobiliária da região Sul do país, cujo nome será divulgado junto com o lançamento da bolsa.
O projeto nasce com o aval do regulador. “Não seremos como a Uber, que primeiro lançou o serviço e depois ficou brigando com o governo. Já estamos em conversas com o Banco Central e sobre o Drex”, disse Volpon.
A plataforma pretende oferecer inicialmente dois tipos de tokens: o “token de compra na planta” e o “token referente ao direito ao crédito imobiliário”. No futuro, planeja-se agregar outros serviços, como financiamento de imóveis e securitização de aluguéis.
Os corretores de imóveis terão um papel crucial, atuando como assessores de investimentos no mercado financeiro. A plataforma promete maior segurança no recebimento de comissões e a possibilidade de negócios em âmbito nacional e até internacional.
Volpon estima que o projeto possa dominar 80% do mercado imobiliário brasileiro nos próximos anos, embora reconheça que a taxa de adoção dessas novas tecnologias seja uma incógnita. “Se isso vai acontecer em um ano, dois anos, cinco anos, eu não sei. A taxa de adoção dessas novas tecnologias é uma grande incógnita”. O economista não descarta a possibilidade de levar a tecnologia para outros países no futuro.
Fonte: Bloomberg Línea