Caixa pressiona governo a liberar compulsório para financiar habitação. Minha Casa, Minha Vida deve atingir meta para 2024 antes do prazo. Julgamento sobre rentabilidade do FGTS pode ameaçar financiamento habitacional popular.
Caixa pressiona governo a liberar compulsório para financiar habitação
O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, afirmou que a liberação dos depósitos compulsórios dos bancos – percentual de depósito obrigatório que cada banco mantém no Banco Central – é uma saída para driblar a possível falta de recursos para financiamento imobiliário.
Durante um evento promovido pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Vieira afirmou que a redução do recolhimento de 20% para 15% sobre os recursos de depósitos na Poupança pode destravar entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões para o setor.
O presidente do banco também citou como opção o desenvolvimento do mercado secundário de crédito imobiliário, especialmente a partir da estatal Emgea (Empresa Gestora de Ativos), que poderá comprar parte da carteira de crédito imobiliário de bancos. “Se a gente chegar a uma Selic de 8%, 8,5%, a Caixa tem no mínimo em torno de R$ 150 bilhões para destinar ao mercado secundário”, afirmou.
Outra preocupação do setor é a falta de recursos vindos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). De acordo com projeções do governo, só com a lei do saque-aniversário, mais de R$ 100 bilhões saíram do FGTS para bancos comerciais. O ministro das Cidades, Jader Filho, anunciou desejo do governo de ampliar para R$ 20 bilhões ou R$ 25 bilhões o valor destinado ao segmento.
Segundo dados da Abecip, em abril de 2024, os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do SBPE somaram R$ 15,7 bilhões, uma alta de 21,7% em relação a março deste ano e de 37,6% comparado a abril do ano passado.
Fonte: Folha de S.Paulo
Minha Casa, Minha Vida deve atingir meta para 2024 antes do prazo
O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) atingiu, até maio deste ano, mais de 735 mil novas unidades contratadas, de um total de dois milhões previstas até 2026. A expectativa para 2024 é que 550 mil novas unidades enquadradas no programa sejam lançadas, sem contar as contratações via recursos do FAR (Fundo de Arrendamento Residencial). Diante do cenário positivo, o ministro das Cidades, Jader Filho, disse que a meta do MCMV deve ser alcançada antes do previsto.
O ministro afirmou ainda que haverá financiamento de projetos para as construtoras interessadas no segmento. “Temos o lançamento do novo PAC e já estamos em discussão com o Ministério do Trabalho para a ampliação do FGTS com um estímulo de R$ 20 e R$ 25 bilhões a mais de investimento”. Segundo Jader Filho, só em 2024, serão mais de 43 mil novas unidades lançadas com a atuação do FGTS futuro.
Por outro lado, o ministro justificou a necessidade de expandir a compra de imóveis usados dentro do MCMV, principalmente nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. “Se o estado não tem um lançamento novo, você vai impedir a pessoa de comprar um imóvel usado?”, questionou Jader Filho.
Fonte: Estadão
Julgamento sobre rentabilidade do FGTS no Supremo ´é espada sobre a cabeça’
A vice-presidente de habitação da Caixa, Inês Magalhães, afirmou que o julgamento sobre a mudança na remuneração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) – que deve ser retomado no Supremo Tribunal Federal (STF) dia 12 – é “uma espada sobre a nossa cabeça”. Há preocupação no setor imobiliário de que atrelar a rentabilidade do fundo ao IPCA inviabilizaria seu uso no financiamento à habitação popular, por meio do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
Durante o Summit Abrainc, Magalhães argumentou que a maior parte das contas no FGTS é de trabalhadores que ganham até quatro salários mínimos e que teriam rendimentos extras baixos (de menos de R$ 100) com a mudança, enquanto poderiam deixar de ter acesso a até R$ 50 mil em subsídios para a casa própria, por meio do MCMV.
Já em resposta a um pedido recorrente do setor imobiliário para que seja reduzido o acesso ao financiamento de imóveis usados com recursos do FGTS, Magalhães afirmou que os imóveis usados também movimentam a economia.
A vice-presidente de habitação da Caixa também falou que é preciso entender melhor os dados do Censo de 2022/IBGE que apontam 11 milhões de imóveis vazios no país, enquanto o déficit habitacional é de cerca de 6 milhões de moradias.
“Não podemos dar resposta fácil”, afirmou a executiva, destacando a importância do setor ter informações melhores sobre habitação no país. Magalhães usou como exemplo o impacto da construção de apartamentos estúdios, em São Paulo, sobre o preço da terra na cidade.
Fonte: Valor Econômico
Localização e segurança impulsionam compra de imóveis mais caros
A pesquisa “Tendências e Comportamentos do Consumidor”, feita pela Brain Inteligência Estratégica, revela que a localização privilegiada e a segurança condominial são fatores essenciais na hora de adquirir um imóvel e impulsionam compradores a considerar valores acima da média do mercado (65% e 64% dos entrevistados, respectivamente).
Segundo o levantamento, 80% dos entrevistados consideram itens como portaria virtual, sistema de câmeras, reconhecimento facial e fechadura digital, como os que mais agregam valor a um imóvel. Já a sustentabilidade é muito relevante para 59% dos brasileiros.
Outros fatores importantes incluem fácil acesso a rodovias e transporte público, opções de lazer diferenciadas, valorização a longo prazo, exclusividade, serviços agregados ao condomínio e tecnologia de ponta no imóvel. 80% dos entrevistados preferem visitar estandes de vendas antes de comprar, mas 68% disseram consultar avaliações online sobre incorporadoras e empreendimentos. O estudo foi realizado entre abril e maio deste ano, com 1.050 entrevistados, em 13 grandes cidades brasileiras.
“O levantamento reflete um mercado imobiliário em transformação, onde a segurança financeira e a busca por qualidade de vida se destacam como principais motivadores para a compra de um imóvel…é essencial que as empresas se adaptem a essas novas demandas”, avalia Luiz França, presidente da Abrainc.
Fonte: Hub Imobiliário