Leilões de imóveis ganham força em meio à inadimplência dos brasileiros. Economia não está favorável, mas questões culturais estimulam investimentos no setor imobiliário, diz CEO da Sequóia Properties. Creditas aposta em alta renda com foco em clientes que buscam liquidez.
- Leilões de imóveis ganham força em meio à inadimplência dos brasileiros
- Economia não está favorável, mas questões culturais estimulam investimentos no setor imobiliário
- Creditas aposta em alta renda com foco em clientes que buscam liquidez
- Setor imobiliário no Amazonas tem crescimento recorde do em 2024
Leilões de imóveis ganham força em meio à inadimplência dos brasileiros
Com a dificuldade de algumas famílias brasileiras em pagar suas dívidas, incluindo financiamentos de moradias, o número de leilões de imóveis vem crescendo no país. Em 2022, nove mil imóveis foram leiloados, enquanto em 2023, esse número subiu para 26 mil. No primeiro semestre de 2024, o número de imóveis arrematados já somava 44 mil, superando o total dos dois anos anteriores.
Impulsionado pela dificuldade dos brasileiros em manter em dia as prestações de suas casas, o mercado de leilões cresce mais rápido do que qualquer outro setor econômico nas grandes cidades. “Tivemos um aumento de 80% no número de leilões”, afirma Natália Roxo, advogada especialista em direito imobiliário. Ela explica que o processo é rápido: após notificação da dívida, se não houver pagamento, o imóvel pode ser leiloado em até seis meses.
Economistas alertam que o aumento nos leilões não é apenas uma oportunidade de compra, mas também um reflexo de crises financeiras profundas. Segundo Maria Paula Bertran, professora de Direito Econômico da Universidade de São Paulo (USP), “a saturação da capacidade de pagamento das dívidas é um fenômeno que afeta o país como um todo”.
Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo indicam que quase 80% das famílias brasileiras estão endividadas. A professora Bertran destaca a necessidade de cautela ao assumir dívidas: “Em um país com alta informalidade e ciclos econômicos curtos, os problemas de endividamento são inevitáveis.”
Histórias pessoais como a de Daniela Maya Lemos, que perdeu sua casa em um leilão, ilustram o impacto humano dessa crise. “Era a minha casa, meu lar. Planejamos tudo, mas de repente perdemos tudo”, desabafa.
Fonte: Jornal Nacional
Economia não está favorável, mas questões culturais estimulam investimentos no setor imobiliário
Com o retorno dos juros altos no Brasil em 2024, e a interrupção do ciclo de queda que era sinalizado pelo Banco Central (BC), esperava-se um esfriamento do mercado imobiliário. Mas o que se vê até agora é um mercado resiliente, que insiste em se manter aquecido. Na avaliação de Joaquim Rocha Azevedo, CEO da Sequóia Properties – gestora de ativos e fundos imobiliários que atua há mais de 30 anos no setor – esse fenômeno pode ser atribuído a questões culturais que impulsionam os brasileiros a investir em imóveis.
“A situação macroeconômica reduz o poder de compra, mas os imóveis continuam sendo essenciais no patrimônio dos brasileiros”, afirma Azevedo. A Sequóia Properties, que geria 800 imóveis e R$ 1 bilhão em ativos no ano passado, agora administra 1,3 mil imóveis e R$ 2,7 bilhões em ativos. “Imóveis acompanham a inflação, preservando valor e gerando renda”, explica o executivo.
Azevedo destaca que as propriedades imobiliárias podem ter desempenho anticíclico, funcionando como um porto seguro enquanto ações e renda fixa enfrentam desafios. “O fator cultural é forte; propriedades são passadas por gerações”, observa. O fundo imobiliário SEQR11 reflete essa adaptação às mudanças geracionais no patrimônio.
“Famílias que compraram há décadas no centro de São Paulo estão agora investindo na Faria Lima”, exemplifica Azevedo, apontando novas tendências: galpões logísticos, mercado multifamily e escritórios. O crescimento dos galpões está alinhado ao boom dos e-commerces.
O mercado multifamily também surge em resposta à escassez de terrenos centrais caros, tornando o aluguel uma opção viável. “Investidores percebem essa oportunidade”, afirma Azevedo. A gestora tem desenvolvido mais de 20 edifícios residenciais, totalizando duas mil unidades e R$ 1,5 bilhão em Valor Geral de Vendas (VGV).
Azevedo vê o setor imobiliário como mais previsível e seguro comparado a ativos como ações, favorecendo a confiança dos investidores. Ele cita ainda que a retomada do trabalho presencial e híbrido também impulsiona o investimento em escritórios, agora com novos layouts e características.
Fonte: Estadão
Creditas aposta em alta renda com foco em clientes que buscam liquidez
A Creditas, fintech especializada em empréstimos com garantias, está expandindo sua atuação para atender investidores e empresários de pequeno e médio porte, oferecendo crédito com cifras mais altas, entre R$ 1 milhão e R$ 3 milhões. Anteriormente focada em valores menores, a empresa agora busca explorar o potencial do segmento de alta renda.
“É um perfil de público que vínhamos estudando e se mostrou viável dentro dos nossos modelos. É onde queremos investir agora”, afirma Tatiana Monseff, diretora de estratégia de home equity da Creditas.
Desde setembro de 2024, a Creditas vem mirando clientes que buscam liquidez rápida, sem intenção de competir diretamente com grandes bancos, que já possuem relacionamentos consolidados com essa clientela. “Existem muitos que não têm esse relacionamento e encontram na Creditas uma opção vantajosa”, argumenta Fábio Zveibil, vice-presidente de empréstimos com garantia.
Para Zveibil, o diferencial da fintech reside na agilidade e taxas competitivas viabilizadas pela automação e tecnologia, permitindo aprovação de crédito em cerca de um dia. Mesmo com atendimento personalizado, a empresa oferece “taxas atrativas compensando custos com automação”.
Com um terço do portfólio de R$ 5,8 bilhões dedicado ao home equity, a Creditas vê potencial no setor. Atualmente, a taxa de juros para empréstimos entre R$ 1 milhão e R$ 3 milhões é competitiva, começando em 1,09% mais Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao mês. A rapidez na liberação do crédito é um atrativo adicional, especialmente para empresários que precisam de capital de giro.
O Banco Central projeta que a carteira de crédito com garantia imobiliária pode alcançar R$ 500 bilhões no Brasil e “mesmo que essa estimativa seja alta, há espaço considerável para crescimento”, avalia Zveibil. A ideia da Creditas é explorar tanto os tickets mais baixos quanto os mais altos, para expandir no mercado de crédito garantido.
Fonte: Exame
Setor imobiliário no Amazonas tem crescimento recorde do em 2024
O mercado imobiliário do Amazonas atingiu um crescimento de 20% no terceiro trimestre de 2024, consolidando o ano como o melhor desde 2020, segundo relatório divulgado na quarta-feira (4) pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas (Ademi-AM).
Os lançamentos imobiliários no período alcançaram 3.072 unidades, quase o dobro das 1.542 unidades do mesmo trimestre em 2023. O Valor Geral de Vendas (VGV) subiu para R$ 705 milhões, um aumento de 38% comparado a 2023. No acumulado de 2024, o VGV já supera R$ 1,696 bilhão, um avanço de 16% em relação ao ano anterior.
“Lançamos tantas unidades quanto em todo 2023, demonstrando a velocidade das vendas e a confiança no Amazonas”, afirmou Henrique Medina, presidente da Ademi-AM. Ele também mencionou que os resultados do programa estadual Amazonas Meu Lar ainda não foram incluídos, o que deve elevar ainda mais os números do setor.
O crescimento de 2024 foi impulsionado tanto por empreendimentos verticais quanto horizontais. Nos residenciais verticais, foram lançados cinco empreendimentos com 1.507 unidades, enquanto nos horizontais, dois empreendimentos totalizaram 1.565 unidades. Desde 2020, imóveis de padrão econômico lideram o mercado, representando 46,5% das unidades lançadas.
O terceiro trimestre registrou a venda de 3.989 unidades, um aumento de 128% em relação a 2023, com destaque para loteamentos em Iranduba e empreendimentos verticais. Bairros de Manaus como Ponta Negra, Novo Aleixo e Parque Mosaico lideraram as vendas.
A expectativa é que Manaus continue se destacando como um dos mercados imobiliários mais dinâmicos do Norte do Brasil, confirmando a recuperação sólida iniciada no primeiro semestre de 2024.
Fonte: G1