Inflação do aluguel encerra 2024 com alta de 6,54%, impulsionada por alta do dólar. Vacância de escritórios em SP cai no final de 2024, mas perspectivas para 2025 são incertas. Empresário Rubens Menin (MRV) afirma que o Brasil está “entrando em ciclo perverso” com juros altos.
Inflação do aluguel encerra 2024 com alta de 6,54 por cento
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), conhecido como a inflação do aluguel, fechou 2024 com alta de 6,54%, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE). O resultado marca uma recuperação após a queda histórica de 3,18% registrada em 2023. O índice é a principal referência para contratos de locação.
Em dezembro, o índice subiu 0,94%, abaixo da alta de 1,30% observada em novembro. O resultado anual ficou ligeiramente abaixo das projeções de analistas, que estimavam um aumento de 6,7%, segundo a Bloomberg.
A alta do IGP-M foi impulsionada principalmente pelas commodities, pelos preços administrados e por custos de mão-de-obra. O café foi o destaque, com um aumento expressivo de 28,82% em dezembro, influenciado por fatores climáticos e cambiais.
A recente valorização do dólar teve um papel significativo na aceleração do índice, especialmente no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que tem peso de 60% na composição do IGP-M.
No Índice de Preços ao Consumidor (IPC), os preços monitorados e as carnes foram as principais influências em dezembro. Já no Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), os reajustes salariais tiveram maior peso, com alta média de 0,53%.
Paralelamente, o Índice FipeZap, que mede a variação do preço do aluguel residencial em 25 cidades brasileiras, registrou um avanço de 12,45% até novembro de 2024. Salvador liderou as altas entre as capitais, com um aumento de 32,24% em 12 meses.
Fonte: O Globo
Taxa de vacância de imóveis corporativos em SP fecha 2024 em queda
O mercado de imóveis comerciais em São Paulo encerrou 2024 com queda na taxa de imóveis vazios, segundo dados preliminares do quarto trimestre. A consultoria Colliers registrou uma vacância de 20,5% nos prédios de alto padrão da cidade, uma redução em relação aos 21% observados no terceiro trimestre.
Segundo Mariana Hanania, diretora de pesquisa de mercado da Newmark, 2024 deve marcar um recorde de absorção bruta de escritórios na cidade desde 2007 – falta ainda o fechamento de alguns dados – superando 500 mil metros quadrados. O recorde anterior era de 452 mil metros quadrados em 2023.
A queda de espaços comerciais vazios é atribuída à maior demanda por locação e crescimento menor da área disponível. Para 2025, espera-se uma queda mais expressiva devido à desaceleração de novas construções. No entanto, as perspectivas econômicas para o novo ano geram incertezas.
Hanania adverte que o mercado de escritórios está diretamente ligado ao crescimento da economia, e o cenário atual indica cautela, com inflação no horizonte e alta nos juros.
As regiões das avenidas Chucri Zaidan e Berrini, na zona Sul da capital paulista, se beneficiaram da escassez de novos projetos, reduzindo suas taxas de vacância ao longo de 2024. Enquanto isso, a Faria Lima – importante centro financeiro – atinge valores recordes de aluguel, chegando a R$ 400 por metro quadrado em alguns prédios.
O setor enfrenta ainda desafios como a valorização do dólar, que pode afetar os planos de investimento das empresas e, consequentemente, a demanda por espaços corporativos em 2025.
Fonte: Valor Econômico
Rubens Menin alerta para “ciclo perverso” de juros altos no Brasil
Fundador da MRV, do Banco Inter e da CNN Brasil, o empresário Rubens Menin expressou preocupação com o cenário econômico brasileiro em entrevista à Folha de S.Paulo. O empresário alerta que o país está entrando em um “ciclo perverso” devido às altas taxas de juros, que devem atingir 14,75% ao final de 2025.
“Estamos pagando juros altíssimos, o segundo mais alto do mundo, e isso não faz sentido”, declarou Menin. Ele critica o desequilíbrio entre a política monetária do Banco Central e outras políticas econômicas, enfatizando que o controle da inflação não deve depender exclusivamente do aumento das taxas de juros.
No setor imobiliário, Menin aponta que os juros elevados já começam a restringir a capacidade de financiamento, afetando programas como o Minha Casa, Minha Vida e o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). A taxa de juros do SBPE, que já foi de 7% no passado, agora está em 10%.
Menin também critica a comunicação do governo federal sobre responsabilidade fiscal, argumentando que declarações confusas geram insegurança no mercado.
O empresário destacou ainda que o impacto dos juros altos se estende ao setor bancário, aumentando a inadimplência e restringindo a concessão de crédito. “Aos poucos, vai sangrando, sangrando, até um momento que não tem volta”, afirmou Menin, defendendo um esforço coletivo para reverter esse cenário, sob a necessidade de melhor alinhamento entre as políticas monetária e fiscal.
Fonte: Folha de S.Paulo
Plano&Plano amplia foco na classe média
Conhecida pelos apartamentos voltados ao programa habitacional Minha Casa Minha Vida, a construtora Plano&Plano voltou a lançar produtos para a classe média em 2024 e prepara, para este ano, três lançamentos na região metropolitana e interior de São Paulo para este público. O projeto mais sofisticado da empresa será em Alphaville e terá apartamentos com preços que chegam a R$ 1 milhão.
Apesar do claro foco no segmento econômico nos últimos anos, hoje, um a cada cinco apartamentos da Plano&Plano é vendido para a classe média, o que deve se manter em 2025, segundo previsão da empresa.
Assim como fez a Cyrela, que tem sob sua marca principal, voltada ao luxo, a Vivaz (baixa renda) e a Living (classe média), a Plano&Plano também tem alavancado a marca Unni, focada na classe média.
Com terrenos avaliados em R$ 22 bilhões, a construtora busca crescer no mercado mesmo diante do aumento da taxa de juros previsto para 2025.
Para o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de SP (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, o ano de 2025 será desafiador para empresas que atuarem com produtos imobiliários voltados para a classe média, em razão do aumento da taxa de juros que levará a uma elevação no valor da parcela de financiamento.
Para contornar a questão dos juros, Renée afirma que o comprador pode entrar no financiamento logo que comprar o imóvel, de modo a garantir uma taxa mais baixa do que deverá estar no segundo semestre, como indica o Banco Central.
Fonte: Estadão