Financiamento imobiliário é primeira opção de compradores mesmo sob juros altos. Condomínios de luxo no interior perdem tração, mas segmento mantém mercado aquecido. Segurança e renda extra atraem brasileiros para investimento em imóveis para alugar.
Financiamento imobiliário é primeira opção de compradores
O financiamento bancário continua sendo a opção de pagamento preferida para quem pretende comprar um imóvel no Brasil, apesar dos juros elevados. Segundo pesquisa realizada pela Loft, 36% dos entrevistados citaram essa modalidade como primeira escolha, seguida por programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida.
O uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e recursos próprios aparecem empatados em terceiro lugar, cada um com 21% das menções. Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft, prevê que outras opções, como empréstimos bancários e consórcios imobiliários, ganhem mais espaço em 2025, devido ao aumento da taxa de juros no país.
A preferência pelo financiamento se reflete nos números do setor. A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) reportou um crescimento de 40,3% no volume de financiamentos com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) em janeiro de 2025, comparado ao mesmo mês de 2024, totalizando R$ 13,48 bilhões.
Nos 12 meses entre fevereiro de 2024 e janeiro de 2025, o montante financiado atingiu R$ 190,5 bilhões, um aumento de 26,7% em relação ao período anterior. Nesse intervalo, foram financiados 578,5 mil imóveis, representando um crescimento de 19%.
Apenas em janeiro de 2025, 38,5 mil unidades foram financiadas para aquisição e construção, um aumento de 36,5% em comparação a janeiro de 2024. Entretanto, a poupança SBPE registrou captação líquida negativa de R$ 20,3 bilhões no mês, fenômeno que a Abecip atribui aos gastos típicos do início do ano.
Apesar do crescimento expressivo, o cenário macroeconômico pode impactar o setor nos próximos meses. “A sensibilidade do consumidor em relação aos juros é muito alta e, em um momento de alta, os bancos costumam fechar a torneira do crédito”, alerta Carlos Honorato, professor de economia da FIA Business School.
O especialista acredita que todos os segmentos do mercado imobiliário devem sentir os efeitos do ambiente econômico atual, não apenas o financiamento bancário. “Os juros altos, o risco de inadimplência e redução do acesso ao FGTS e Minha Casa, Minha Vida criam um cenário de dificuldades para quem pensa em comprar um imóvel”, conclui Honorato.
Fontes: Estadão e Infomoney
Condomínios de luxo perdem tração, mas segmento mantém mercado aquecido
O setor de imóveis de alto padrão continua em destaque no mercado imobiliário em 2025, resiliente frente ao cenário econômico brasileiro, com juros altos e restrição ao crédito. A procura por casas com valor acima de R$ 1,5 milhão cresceu 19,3% em janeiro, comparado ao mesmo período do ano anterior, enquanto a busca por apartamentos de luxo aumentou 12,4%, segundo dados do Grupo OLX. O principal destaque entre os apartamentos ficou por conta do aumento de 27,5% de visualizações Nordeste. Alta semelhante foi verificada na busca por casas na região Norte (27,4%).
Para Luiz França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), “o imóvel para a alta renda representa uma parcela muito pequena do patrimônio. Se ele quer morar em determinado lugar, paga o preço e acabou”. Essa menor sensibilidade às variáveis econômicas se reflete na baixa necessidade de financiamento para esse público.
Apesar dos dados positivos, o cenário para condomínios de luxo no interior tem apresentado mudanças. O setor ganhou impulso durante a pandemia – estoque de lotes disponíveis para venda em loteamentos abertos e fechados no país caiu de 243,8 mil (1tri/2020) para 157,6 mil (1tri/ 2024), segundo a Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano (Aelo) – mas o ritmo de vendas agora está mais lento, principalmente nos condomínios mais distantes das cidades.
Marco Túlio, CEO da imobiliária Esquema Imóveis, afirma que os principais condomínios próximos de São Paulo – Fazenda Boa Vista, Quinta da Baroneza, Fazenda da Grama e Haras Larissa – experimentaram alta procura e valorização, tanto por lotes quanto por casas prontas, durante a pandemia. Mas novas empresas que entraram no setor enfrentam dificuldades, com a disputa acirrada.
Atualmente, embora os preços não tenham caído na mesma proporção que subiram, as vendas estão mais lentas. Segundo Irapuã Dantas, da gestora CVPar, houve queda no preço dos terrenos – lotes que chegaram a R$ 2,5 mil/m² no Baroneza hoje custam R$ 1,7 mil/m² – enquanto o valor das casas estagnou.
O trabalho híbrido continua influenciando o mercado, com a CCR relatando mudanças nos padrões de tráfego nas principais rodovias que ligam São Paulo ao interior. Beto Horst, da loteadora Lote5, argumenta que os empreendimentos no interior surgiram como uma alternativa à violência e poluição da capital. A empresa, focada na classe média, reporta que 79% dos 14 loteamentos lançados desde o fim de 2020 já foram vendidos.
Apesar dos desafios, o setor ainda atrai novos competidores. A construtora Libercon, por exemplo, está estruturando uma área de loteamentos focada em clientes com renda a partir de R$ 35 mil mensais. A JHSF, responsável pelo Fazenda Boa Vista, continua investindo no segmento, com o CEO Augusto Martins afirmando que “a procura por empreendimentos de campo não arrefeceu com o fim da pandemia”.
Fonte: Valor Econômico e UOL
Investir em imóveis para aluguel: segurança e renda extra atraem brasileiros
O investimento em imóveis para aluguel tem se mostrado uma opção atrativa para brasileiros em busca de segurança financeira e renda extra. Segundo dados do Índice FipeZap, a rentabilidade do aluguel em 2024 superou a inflação, com retorno de cerca de 6% sobre o valor do imóvel.
Quem prefere a segurança do “investimento em tijolo” compartilha histórias de experiências bem sucedidas. É o caso do médico Leopoldo Silva, que possui três imóveis para aluguel na zona Sul de São Paulo e afirma que está feliz com a escolha que fez, satisfeito com os retornos. Contudo, ele ainda diversifica seus investimentos.
“Não acredito que todo mundo deva investir tudo em imóveis. É mais um ponto de diversificação da carteira”, afirma. Contudo, ele não vai tão longe: a maior parte dos seus investimentos estão em renda fixa, como títulos públicos e crédito privado. A renda variável não está nos planos. “Não tenho perfil para investir em ações, muito menos no mercado brasileiro, que é instável”, argumenta.
O relações públicas Roney Paulino da Costa encontrou no investimento imobiliário uma oportunidade que não pôde deixar passar. “A oportunidade de compra foi o que me comoveu. O aluguel foi consequência. Foi acontecendo naturalmente, não era um objetivo”, afirma. Hoje, Costa possui sete imóveis alugados há cerca de cinco anos, distribuídos em quatro cidades: três em São José do Rio Preto, dois em São Paulo, um em Ribeirão Preto e um em São Caetano do Sul.
Já a pedagoga Sonia Veloso de Carvalho viu no aluguel de imóveis uma forma de garantir sua segurança financeira na aposentadoria. “O desejo de ter um imóvel para alugar surgiu da necessidade de complementar minha renda familiar. Meu marido se aposentou em 2021 e em breve me aposento também. Sabendo que o salário diminui consideravelmente achamos por bem ter mais uma renda, para não ter apuros na velhice”, explica. Em 2021, Sonia adquiriu um imóvel no Parque do Mandaqui, na Zona Norte de São Paulo, que está alugado desde o primeiro dia. A pedagoga se mostra satisfeita com sua decisão, carinhosamente referindo-se ao apartamento como seu “filho único”.
Os investidores destacam a importância da localização do imóvel e da busca por boas oportunidades, como imóveis na planta ou em leilões. A escolha de inquilinos e a gestão do aluguel, seja por imobiliárias ou diretamente, são fatores cruciais para o sucesso do investimento.
Fonte: Inteligência Financeira
Taxas de condomínio batem recordes em bairros nobres de SP e Rio
Um levantamento realizado pela Loft revelou que os bairros Jardim Europa, em São Paulo, e Leblon, no Rio de Janeiro, lideram o ranking das maiores taxas de condomínio entre as capitais do Sul e Sudeste do Brasil. O estudo analisou 195 mil imóveis à venda em janeiro de 2025 em seis capitais.
O Jardim Europa apresenta a maior taxa média mensal, de R$ 2.600, enquanto o Leblon lidera em custo por metro quadrado, com R$ 14,47. A média geral das taxas nas cidades analisadas ficou em R$ 667, com R$ 5,2 por metro quadrado.
“No Leblon, apesar de o valor médio ser menor do que do Jardim Europa, o morador do bairro do Rio está pagando mais por cada metro quadrado. A questão é que o imóvel no Leblon tende a ser menor do que no Jardim Europa”, explica Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft.
Takahashi destaca ainda que o valor da taxa está ligado à valorização do imóvel e à infraestrutura oferecida. “Em regiões de maior prestígio, a procura por serviços no condomínio é mais intensa, o que acaba elevando os custos”, afirma.
O estudo abrangeu São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis, oferecendo um panorama detalhado dos custos condominiais nas principais capitais do Sul e Sudeste do país.
Fonte: Veja Negócios