Governo estuda liberar uso da poupança por bancos em troca de mais financiamentos imobiliários. Cury registra receita recorde de R$ 1,3 bi no segundo trimestre. Sorocaba (SP), Belém (PA) e Santo André (SP) lideram em atratividade imobiliária.
- Governo fixa prazo de cinco anos para uso flexível da poupança em novo modelo de crédito imobiliário
- Cury registra receita recorde de R$ 1,3 bi no 2º tri e supera expectativas do mercado
- Sorocaba, Belém e Santo André lideram alta da atratividade imobiliária no 2º tri
- Financiar imóvel em Porto Alegre exige renda de R$ 4 mil a R$ 65 mil por mês
Governo fixa prazo de cinco anos para uso flexível da poupança em novo modelo de crédito imobiliário
O novo modelo de crédito habitacional, que está sendo discutido pelo governo federal, vai definir um prazo de aproximadamente cinco anos para que os bancos usem recursos da poupança com maior flexibilidade. Após esse período, as instituições precisarão conceder novos financiamentos imobiliários para manter o acesso aos recursos da caderneta de poupança. A intenção é dobrar os financiamentos da casa própria no Brasil em dez anos.
O novo modelo elimina a obrigatoriedade de direcionar 65% dos recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) para crédito habitacional e o depósito compulsório de 20% no Banco Central (BC). Desta forma, os bancos poderão usar o dinheiro da poupança livremente, desde que concedam financiamentos habitacionais em valor correspondente.
A proposta busca expandir o estoque de crédito imobiliário brasileiro, hoje em 10% do PIB (Produto Interno Bruto), para patamares de 20% a 30% observados no Chile, Colômbia e África do Sul. “Estimativas internas indicam a possibilidade de o Brasil dobrar o estoque de crédito habitacional em uma década”, dizem técnicos do governo.
As regras finais estão sendo definidas pela Casa Civil, ministérios da Fazenda e Cidades, BC e Caixa Econômica Federal. O anúncio deve ocorrer até fim de agosto, durante reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), formado pelos ministros Fernando Haddad e Simone Tebet, além do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
O modelo deve incentivar a migração para fontes de financiamento de mercado, como LCI (Letra de Crédito Imobiliário), e os ganhos com uso flexível da poupança manterão juros menores no crédito habitacional. O estoque atual do SBPE é de R$ 800 bilhões, com R$ 40 bilhões amortizados anualmente.
Segundo fontes, a transição será gradual conforme contratos atuais sejam quitados. O governo também pretende eliminar a contabilização de operações do FCVS (Fundo de Compensação de Variações Salariais) como crédito imobiliário, forçando bancos a ampliar financiamentos reais. O estoque do FCVS soma R$ 45 bilhões.
Fonte: Folha de S.Paulo
Cury registra receita recorde de R$ 1,3 bi no 2º tri e supera expectativas do mercado
A construtora e incorporadora Cury registrou receita líquida recorde de R$ 1,3 bilhão no segundo trimestre, alta de 35% na comparação com o mesmo período de 2024, superando o chamado consenso do mercado. O lucro líquido foi de R$ 236,7 milhões, crescimento de 37,5% anual e acima do consenso de mercado de R$ 218 milhões.
A companhia manteve geração de caixa pelo 25º trimestre consecutivo, com R$ 103,3 milhões, queda de 32,1% anual. A redução, segundo a empresa, foi causada por mudança no procedimento da Caixa para repasses do MCMV (Minha Casa, Minha Vida), que agora só ocorrem após registro dos contratos em cartório.
A margem bruta ajustada ficou em 39,8%, alta de 1,3 ponto percentual anual. A margem líquida atingiu 19,8%, crescimento de 2,2 pontos percentuais. “Chegamos a números recordes conseguindo manter e aumentar nossas margens”, afirmou Leonardo Mesquita, vice-presidente comercial.
A implementação da faixa 4 do MCMV, que ampliou o teto para imóveis de até R$ 500 mil, ajudou a dar impulso aos resultados. Quase 93% das vendas no trimestre ficaram dentro do programa, superando a média anterior de 70%. O VGV (Valor Geral de Vendas) repassado atingiu recorde de R$ 2,1 bilhões.
A Cury lançou nove empreendimentos no trimestre, totalizando R$ 1,96 bilhão em VGV, crescimento de 16,9% anual. No acumulado de 2025, os lançamentos somaram R$ 4,6 bilhões, alta de 45,6% em 23 projetos. O preço médio dos imóveis subiu 2,7% em 12 meses, para R$ 309,7 mil.
O estoque da empresa era de R$ 2,5 bilhões em junho, crescimento de 45,8% anual. O banco de terrenos foi avaliado em R$ 21,1 bilhões, alta de 20%. Os distratos aumentaram 33,7% em volume, somando R$ 236,6 milhões.
Além de comemorar os resultados, a incorporadora planeja lançar mais R$ 8,5 bilhões em 2025 e meta de R$ 10 bilhões até 2027, focando São Paulo e Rio de Janeiro. A estratégia inclui vender 30 mil unidades anuais até 2027 e manter margens brutas em torno de 39%, beneficiando-se do orçamento robusto do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).
Fonte: Exame
Sorocaba, Belém e Santo André lideram alta da atratividade imobiliária no 2º tri
As cidades de Sorocaba (SP), Belém (PA) e Santo André (SP) registraram os maiores saltos de atratividade imobiliária no segundo trimestre, segundo o IDI (Índice de Demanda Imobiliária) do Brasil. O levantamento é uma parceria entre Ecossistema Sienge, CV CRM e Grupo Prospecta, com apoio da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção).
A capital Salvador (BA) teve o pior desempenho, recuando em todas as faixas de renda entre 77 municípios avaliados. Por outro lado, capitais consolidadas mantêm a liderança na demanda imobiliária: Curitiba (PR) segue à frente no segmento econômico, Goiânia (GO) assume o topo no médio padrão e São Paulo (SP) permanece dominante no alto padrão.
Já a capital Belém reverteu a sequência negativa que vinha apresentando e saltou 17 posições no médio padrão, alcançando a 18ª colocação. Analistas atribuem o avanço às expectativas da COP 30, conferência climática da ONU que será sediada na cidade, de 10 a 21 de novembro de 2025 e tem provocado uma escalada de preços.
No segmento econômico (renda de R$ 2 mil a R$ 12 mil), Curitiba lidera, seguida por São Paulo e Fortaleza (CE). Já a paulista Sorocaba subiu duas posições para 5º lugar, ultrapassando Recife (PE) e Porto Alegre (RS).
Na faixa de médio padrão (renda de R$ 12 mil a R$ 24 mil), Goiânia ultrapassou São Paulo e assumiu a liderança. Nesta faixa, a cidade de Sorocaba apresentou avanço expressivo, subindo oito posições até o 5 º lugar, sendo o único município que não é capital entre os cinco mais atrativos.
No alto padrão (renda superior a R$ 24 mil), São Paulo permanece líder, seguida por Goiânia e Brasília, que superou Fortaleza. Sorocaba ganhou nove posições e entrou no grupo das 10 cidades mais atrativas. Santo André, no ABC paulista, saltou 12 posições e entrou no segmento.
Segundo Gabriela Torres, gerente de inteligência estratégica do Ecossistema Sienge, a quarta edição do IDI-Brasil comprova a descentralização da demanda imobiliária. O índice considera seis indicadores, incluindo potencial de consumo, geração de renda e comportamento de leads.
Fonte: Folha de S.Paulo
Financiar imóvel em Porto Alegre exige renda de R$ 4 mil a R$ 65 mil por mês
Um comprador interessado em financiar imóvel nos bairros com maior volume de transações em Porto Alegre (RS) precisa ter renda entre R$ 4 mil e R$ 65 mil mensais, dependendo da região, segundo estudo da Loft.
O levantamento utilizou a ferramenta “Financiômetro” para calcular entrada, parcela inicial e renda mínima necessária, considerado financiamento de 70% do valor do imóvel em 420 parcelas mensais, condições praticadas pelos principais bancos.
Em bairros como Petrópolis, Rio Branco e Centro Histórico, a renda mensal exigida varia entre R$ 8 mil e R$ 26 mil. Já em Restinga, Partenon e Sarandi, é possível financiar com renda inferior a R$ 11 mil.
“Com a alta dos juros e exigência de entrada maior pelos bancos, as condições estão mais exigentes. Mas o mercado de Porto Alegre mostrou forte recuperação, com crescimento de 18% no número de transações em relação ao mesmo período do ano passado”, afirma Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft.
Em bairros de alto padrão como Bela Vista, Três Figueiras e Moinhos de Vento, a renda mínima ultrapassa R$ 50 mil mensais, com imóveis que superam R$ 2 milhões. “São bairros com imóveis amplos, em ruas valorizadas e forte presença de público de alta renda”, explica Takahashi.
O Financiômetro utiliza dados de transações reais da Prefeitura e simulações dos bancos Bradesco, Itaú e Santander. A ferramenta considera preços efetivamente transacionados, diferente de levantamentos baseados em valores anunciados.
Fonte: Rádio Guaíba