Variação do aluguel em janeiro é sazonal, aponta FGV. Pesquisa revela quanto compradores estão dispostos a pagar por imóvel em POA e BH. Empresa de Lemann, Telles e Sicupira mira gestão de imóveis para FIIs.
- Variação do aluguel em janeiro é sazonal e deve desacelerar em 2025, aponta FGV
- Saiba quanto compradores estão dispostos a pagar por um imóvel em Porto Alegre e Belo Horizonte
- Empresa de Lemann, Telles e Sicupira amplia estratégia e mira gestão de imóveis para FIIs
- Santander vê oportunidades no mercado imobiliário brasileiro, com destaque para Cyrela
Variação do aluguel em janeiro é sazonal e deve desacelerar em 2025, aponta FGV
O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar) da Fundação Getulio Vargas (FGV) registrou aumento de 3,73% em janeiro de 2025, após queda de 1,28% em dezembro. Segundo Matheus Dias, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV/Ibre), essa alta mais forte é influenciada por fatores sazonais.
O índice foi pressionado por variações mensais elevadas em três das quatro capitais analisadas: Porto Alegre (5,97%), São Paulo (4,28%) e Rio de Janeiro (2,52%). Apenas Belo Horizonte apresentou queda (-0,75%).
Dias explica que o aumento é comum em janeiro devido aos reajustes contratuais baseados em indicadores inflacionários como IPCA e IGP-M. Entretanto, a alta de 3,73% em janeiro de 2025 foi menor que a observada em janeiro de 2024 (4,34%).
O Ivar acumulado em 12 meses desacelerou de 8,63% em dezembro para 7,99% em janeiro, sinalizando uma possível tendência de desaceleração ou estabilidade nos preços de locação em 2025.
Apesar da expectativa de maior procura por aluguéis devido às taxas de juros mais elevadas, o economista ressalta que o aumento na oferta de imóveis para locação, impulsionado por novos empreendimentos, deve compensar a elevação na demanda.
“Acredito que estamos caminhando para um processo de desaceleração [da variação da locação] mas que ainda vai permanecer elevada”, afirma Dias, projetando que o Ivar em 12 meses deve se manter em patamar positivo ao longo de 2025.
Fonte: Valor Econômico
Saiba quanto compradores estão dispostos a pagar por um imóvel em Porto Alegre e Belo Horizonte
Uma pesquisa realizada pela Loft em parceria com a Offerwise revela que os moradores da capital do Rio Grande do Sul esperam gastar até R$ 730,5 mil em um imóvel. A partir desse achado, a empresa analisou dados de ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) para identificar 506 vias em Porto Alegre onde o preço dos imóveis está dentro da expectativa de investimento dos compradores locais.
Nessa faixa de preço, a Rua São Mateus, no Jardim do Salso, lidera o ranking de transações (113) entre julho e dezembro de 2024. Em seguida, aparecem as ruas Duque de Caxias (Centro Histórico) e Anita Garibaldi (Boa Vista). A via mais valorizada é a Silva Jardim, no Mont’Serrat, com tíquete médio de R$ 726,2 mil.
Os bairros com mais imóveis vendidos nessa faixa de preço foram Centro Histórico (438 vendas), Petrópolis (288) e Partenon (284).
“O estudo é uma ferramenta valiosa para as pessoas interessadas em comprar imóvel conhecerem regiões da cidade onde seu poder de compra está compatível”, explica Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft. Ele também observa uma tendência de aumento na intenção de gasto na cidade.
Já em Belo Horizonte, a mesma pesquisa revelou que os moradores da capital mineira estão dispostos a investir, em média, R$ 616 mil na compra de um imóvel. A Loft identificou 448 vias na cidade onde o tíquete médio dos imóveis vendidos está dentro dessa faixa de preço.
A rua José Júlio Ferreira, no bairro Fernão Dias, região Nordeste, é a via mais valorizada, com tíquete médio de R$ 614 mil. Em seguida, aparecem a rua Açucenas (R$ 613,5 mil) no Nova Suíssa e a rua dos Timbiras (R$ 612 mil) no Boa Viagem.
O bairro Buritis, na região Oeste, registrou o maior número de transações nessa faixa de preço, com 522 vendas entre julho e dezembro de 2024. Os bairros Castelo (389) e Palmeiras (303) completam o pódio.
Comparado a outras capitais, o valor médio em Belo Horizonte (R$ 616 mil) está acima do Rio de Janeiro (R$ 482 mil), mas abaixo de São Paulo (R$ 728,6 mil) e Porto Alegre (R$ 730,4 mil).
Fontes: Diário do Comércio e Correio do Povo
Empresa de Lemann, Telles e Sicupira amplia estratégia e mira gestão de imóveis para FIIs
A São Carlos Empreendimentos, empresa fundada por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, está expandindo sua atuação no mercado imobiliário. Originada em 1989 a partir dos imóveis das Lojas Americanas, a empresa evoluiu de um foco em pontos comerciais de varejo para edifícios corporativos e centros comerciais. Agora, além de comprar e vender imóveis, a companhia aposta na gestão de ativos para Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) como nova fonte de receita.
“Queremos ser como um private equity do setor imobiliário. Identificamos oportunidades, compramos ativos que precisam de ajustes, fazemos a gestão ativa para valorização e, no momento certo, vendemos – e hoje os principais compradores são os FIIs”, explica Gustavo Mascarenhas, CEO da São Carlos.
A empresa, que possui um portfólio de 71 imóveis avaliados em R$ 3,5 bilhões, busca se adaptar ao crescimento dos FIIs no Brasil. Em 2023, a São Carlos vendeu quatro prédios comerciais por R$ 865 milhões, o que permitiu a distribuição de R$ 100 milhões em dividendos extraordinários.
Além disso, em junho do ano passado, a empresa vendeu um portfólio de 30 imóveis por R$ 486,5 milhões para um fundo imobiliário, incluindo centros de conveniência e lojas de rua. Essa transação foi um indicativo claro da nova direção estratégica da empresa.
Um dos principais desafios enfrentados pela São Carlos é a alta taxa de vacância em seus escritórios, especialmente no Rio de Janeiro. Atualmente, a taxa de desocupação de todo o portfólio corporativo da empresa está em 24,9%.
Para contornar esse problema, a São Carlos tem adotado estratégias inovadoras, como a modernização dos edifícios e a busca por usos alternativos. Uma das soluções propostas é a adaptação de imóveis para uso residencial. “Identificamos pelo menos dois imóveis no centro do Rio que podemos converter”.
Mascarenhas, que antes de chegar a São Carlos foi chefe de investimentos imobiliários da JGP, diz que os planos da empresa têm sido bem recebidos entre os gestores de FIIs.
Fonte: InvestNews
Santander vê oportunidades no mercado imobiliário brasileiro, com destaque para Cyrela
O Santander apresenta uma visão otimista sobre o mercado imobiliário brasileiro, apesar dos desafios macroeconômicos atuais. Em relatório recente, o banco destaca a Cyrela (CYRE3) como a principal escolha no setor de construção e incorporação para investimento em ações, e também cita solidez da Direcional e Cury.
Fanny Oreng, Antonio Castrucci e Matheus Meloni, analistas do Santander, projetam um ROE de 19% para a Cyrela em 2025. Eles apontam os baixos níveis de estoque em São Paulo e as condições favoráveis do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) como fatores positivos para o setor.
O banco também menciona a forte regulamentação do mercado brasileiro como proteção contra cancelamentos de vendas. Para o segmento de baixa renda, o Santander mantém preferência por Direcional e Cury, citando avaliações atrativas e balanços sólidos.
Apesar dos desafios como a desvalorização do real, alta da Selic e custos de financiamento mais altos, o Santander acredita que empresas com forte execução e balanços sólidos, como Cyrela, Direcional e Cury, tendem a ganhar mais mercado devido à maior seletividade dos bancos no financiamento.
O relatório ressalta que, mesmo com pressões sobre matérias-primas e custos de financiamento, os fundamentos do mercado imobiliário brasileiro ainda apresentam oportunidades para investidores e construtoras.
Fonte: Exame