Mais de 60% dos brasileiros pensam em mudar de casa nos próximos dois anos. Inflação do aluguel residencial atinge maior patamar desde janeiro de 2023, diz FGV. Em Porto Alegre, busca por aluguel sobe até 67% e aumenta risco de escalada nos preços.
- Mais de 60 por cento dos brasileiros pensam em mudar de casa nos próximos dois anos
- Inflação do aluguel residencial atinge maior patamar desde janeiro de 2023, aponta FGV
- Procura por aluguel sobe até 67 por cento em Porto Alegre e acende alerta para escalada de preços
- Diretor do Banco Central reconhece desafio da poupança para financiamento imobiliário
Mais de 60 por cento dos brasileiros pensam em mudar de casa nos próximos dois anos
Mudar de casa – e de ares – é um desejo comum entre os brasileiros. Um levantamento realizado pela Loft, em parceria com a empresa Offerwise, mostra que 61,9% dos brasileiros pensam em trocar de endereço nos próximos dois anos. Desse total, 21,4% pretendem se mudar, enquanto 40,3% cogitam a possibilidade de trocar de endereço.
O estudo também indica que 60% das pessoas que desejam mudar pretendem comprar um imóvel, enquanto 38,5% preferem alugar. Segundo Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft, a intenção de mudança é estimulada pela queda da taxa básica de juros, a Selic. “O financiamento se torna mais viável, o que reflete no comportamento do consumidor, que vê a aquisição da casa própria como uma possibilidade mais realista”, explica.
Quanto ao destino, 36,2% preferem trocar de bairro, mas permanecer na mesma cidade. Outros 19,6% dos entrevistados desejam sair da cidade, mas continuar no mesmo estado, e 26,8% pretendem mudar de estado. O desejo de apenas trocar de rua ou imóvel dentro do mesmo bairro é compartilhado por 13,3%, e somente 4,1% planejam deixar o país.
Fonte: Estadão
Inflação do aluguel residencial atinge maior patamar desde janeiro de 2023, aponta FGV
A inflação do aluguel residencial acumulada em 12 meses acelerou para 9,45% em maio, o maior patamar desde janeiro de 2023, quando registrou 10,74%. Ainda de acordo com o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), do FGV Ibre, no mês passado, o indicador desacelerou de 1,40% para 0,21%. “Podemos dizer que, no momento, a tendência na variação do aluguel é de alta”, afirmou André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV Ibre.
Braz também explica que, entre os motivos para a escalada dos preços do aluguel estão os juros ainda elevados e a evolução recente da inflação. Com taxas de financiamento altas, pouco favoráveis ao crédito na hora de comprar a casa própria, o brasileiro busca cada vez mais a locação, o que impulsiona os preços.
Entre abril e maio, o IVAR registrou aceleração em três das quatro cidades usadas para cálculo do índice: Belo Horizonte (de -3,38% para 4,62%), Rio de Janeiro (de -0,46% para 4,55%) e Porto Alegre (de 2,02% para 2,20%). Já São Paulo apresentou queda acentuada, de 3,20% para -4,00%, no mesmo período, por causa de fatores sazonais no mercado imobiliário local.
Fonte: Valor Investe
Procura por aluguel sobe até 67 por cento em Porto Alegre e acende alerta para escalada de preços
Diante da tragédia que abalou o Rio Grande do Sul, incluindo a capital Porto Alegre, a busca por aluguel cresceu significativamente em maio, com moradores fugindo das regiões afetadas pela enchente ou procurando abrigo seguro em imóveis provisórios. A Auxiliadora Predial, uma das maiores imobiliárias da cidade, detectou um aumento de 67% neste tipo de demanda, especialmente por apartamentos com locação mais acessível, entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil.
As residências mais procuradas estão distantes das áreas de risco, e os futuros inquilinos tentam firmar contratos de 30 a 180 dias. Por outro lado, houve uma diminuição na oferta de residências mais acessíveis em regiões não atingidas pela água, o que acende alerta para aumento de preços. Apesar das preocupações, até o momento, os valores se mantêm estáveis, segundo Mário César Soares, sócio-diretor da Auxiliadora Predial.
Outras imobiliárias da capital gaúcha, como a Guarida e a Imóveis Certa, também notaram crescimento na demanda por aluguel residencial, variando entre 20% e 67%. Embora os executivos destas empresas afirmem que ainda não houve aumento nos preços unitários, em alguns sites já é possível encontrar ofertas de apartamentos de um dormitório por R$ 3,9 mil.
Fonte: Zero Hora
Diretor do Banco Central reconhece desafio da poupança para financiamento imobiliário
O diretor de fiscalização do Banco Central (BC), Ailton Aquino, afirmou que a poupança é um desafio do momento para todos, especialmente em relação ao financiamento imobiliário. Durante a apresentação do Relatório de Economia Bancária (REB), Aquino disse que a redução dos depósitos da poupança é um debate público, bastante presente na sociedade.
O relatório mostrou a tendência de desempenho negativo dos depósitos da poupança, com uma queda significativa nas captações líquidas em 2023, embora em menor nível do que em 2022. Este movimento é reflexo do atual ambiente macroeconômico, com a taxa Selic ainda superior à remuneração da poupança.
Segundo o diretor, várias questões em relação à poupança e ao financiamento imobiliário estão sendo avaliadas, mas não há prazo para anúncio de nenhuma medida no momento.
Em relação ao pleito do mercado para a redução de compulsórios, o diretor afirmou que o BC está aberto a conversar com o mercado, sem prazos definidos. As análises seguem na diretoria de política monetária, sob responsabilidade de Gabriel Galípolo, porém há conversas com toda a diretoria sobre o assunto, afirmou Aquino.
Fonte: Valor Econômico