Porto Alegre lidera alta de aluguéis entre capitais em 2024 após catástrofe climática, aponta FGV. Alta nos juros do crédito imobiliário pela Caixa preocupa setor da construção civil. Golfe impulsiona mercado imobiliário de alto padrão.
Porto Alegre lidera alta de aluguéis entre capitais em 2024
A capital do Rio Grande do Sul registrou a maior alta acumulada nos preços de aluguel em 2024 entre as quatro capitais pesquisadas pelo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar) da Fundação Getulio Vargas (FGV). O aumento, de 12,64%, que chegou a ultrapassar os 20% antes do fim do ano.
As inundações de abril e maio, que devastaram boa parte do território gaúcho e diversos bairros de Porto Alegre, foram o principal fator para essa elevação, segundo o economista Matheus Dias, pesquisador do FGV IBRE.
“Antes da catástrofe, a variação dos aluguéis em Porto Alegre ficava em torno de 8% em 12 meses. Nos meses subsequentes, houve um salto, chegando ao patamar de 22% em setembro, mas já há um movimento de normalização das variações”, explica Dias.
Belo Horizonte (10,71%), Rio de Janeiro (6,16%) e São Paulo (5,52%) completam o ranking dos valores para locação entre as capitais. De forma geral, o Ivar acumulou alta de 8,63% no ano, apesar de uma queda de 1,28% em dezembro em relação a novembro.
Dias ressalta que a taxa de juros básica da economia, atualmente em 12,25%, influencia diretamente o mercado imobiliário. “A taxa de juros é o principal fator que faz com que as pessoas decidam entre alugar e comprar um imóvel. Quando os juros sobem, encarecem a operação ao longo de todo o período”.
Apesar da queda em dezembro, considerada sazonal, a expectativa é de que os aluguéis continuem subindo em 2025, porém em ritmo mais lento.
Fonte: O Globo
Aumento da Selic impacta mercado imobiliário no Norte e Nordeste e reduz acesso à casa própria
A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil começaram 2025 elevando as taxas de juros para o crédito imobiliário em até 2%, o que impacta diretamente o sonho da casa própria, principalmente no Norte e Nordeste, onde o poder aquisitivo tende a ser menor.
Como adiantou o Portas Abertas na edição desta terça-feira (8), no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que financia imóveis de até R$ 1,5 milhão, as taxas agora variam entre TR + 10,99% e TR + 11,49% ao ano. Já no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), para imóveis acima de R$ 1,5 milhão, os juros chegam a TR + 12% ao ano.
Embora o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) ainda mantenha taxas mais acessíveis para imóveis de até R$ 350 mil, há preocupações sobre a sustentabilidade dessas condições diante da escalada da Selic, que pode chegar a 14,25% até março.
Outro ponto observado por analistas é que o mercado imobiliário tem focado no público que adquiriu poder econômico e pretende melhorar de vida, comprando imóveis pouco acima de R$ 350 mil.
O problema é que esta mudança de foco pode dificultar ainda mais o acesso à moradia para famílias de menor renda, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde o financiamento caro e restrito terá impacto mais rapidamente.
Os financiamentos via Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) são destinados à classe média, mas, no ano passado, bancos privados como Itaú e Santander já iniciaram o movimento de aumento dos juros em meio ao ciclo de alta da Selic. Com isso, o mercado de imóveis migra para um público que ganha acima de R$8 mil, deixando brasileiros com rendas inferiores sem oportunidades de conquistar a casa própria.
Fonte: Jornal do Commercio
Alta nos juros do crédito imobiliário preocupa setor da construção civil
A decisão da Caixa Econômica Federal em elevar as taxas de juros do crédito imobiliário com recursos da poupança em até dois pontos percentuais, desde 2 de janeiro de 2025, gerou apreensão no mercado imobiliário e na construção civil.
“Quem pretende comprar um imóvel financiado fica com medo de entrar numa taxa de juros de dois dígitos. A prestação fica muito pesada, e a pessoa não consegue pagar. Nesse cenário, ainda é mais barato ficar no aluguel”, analisa Mariliza Fontes Pereira, CEO da Riooito Incorporações, uma das participantes do mercado que tem expressado preocupação com as mudanças.
Ricardo Affonseca, CEO da Aros Inc., prevê impactos desiguais nos segmentos do mercado. “O setor de altíssimo padrão será o menos afetado, pois é inelástico. Já a classe média será bem impactada, e os lançamentos vão diminuir muito.”
Outro ponto destacado é a evolução do mercado imobiliário, que vem se adaptando à falta de funding e busca alternativas. “O mercado de capitais é uma alternativa que vem sendo usada cada vez mais pelos incorporadores e pelos clientes, tanto para financiar a produção quanto para adquirir o imóvel”, destaca Bruno Fabbriani, CEO da B.Fabbriani.
Os especialistas alertam ainda a migração de famílias da classe média para o setor econômico, o que pode pressionar ainda mais o programa Minha Casa, Minha Vida, e a redução na demanda por novos imóveis.
Fonte: O Globo
Golfe é nova estratégia do mercado imobiliário de alto padrão no Brasil
O golfe, esporte popular no exterior, está se tornando um diferencial estratégico no mercado imobiliário brasileiro de alto padrão e luxo, em regiões como São Paulo, Santa Catarina e Paraná. Incorporadoras investem em projetos que integram essa infraestrutura, unindo esporte, lazer, natureza e exclusividade.
No Brasil, o número de praticantes do esporte dobrou nos últimos 15 anos, chegando a mais de 20 mil golfistas, conforme a Confederação Brasileira de Golfe.
O Paseo de Ávila, condomínio recém-lançado em Curitiba pela Canet Júnior, é um exemplo dessa tendência. “Trazer essa experiência para o empreendimento foi uma forma criativa e funcional de agregar valor ao espaço e ao público”, afirma Felipe Reichmann, responsável pelo paisagismo do empreendimento, destaca. O Paseo de Ávila já vendeu 70% de seus 61 terrenos.
Jaqueline Milstein, diretora-presidente da incorporadora, explica que o golfe está ganhando adeptos em diferentes faixas etárias e perfis. “Isso cria uma oportunidade única para o mercado imobiliário”, explica.
Estudos indicam que propriedades em condomínios com infraestrutura para golfe podem valorizar até 20% em comparação a imóveis tradicionais. E, segundo empresários do setor, a tendência promete continuar crescendo, consolidando o Brasil como destino atraente para quem busca unir moradia de alto padrão.
Fonte: Miriam Gasparin