Rua do bairro Bela Vista, em Porto Alegre, é a mais valorizada em oito meses. Núclea entra para mercado imobiliário com emissão de certificado de renda para habitação social em SP. Classe média enfrenta desafios para comprar imóveis.
Rua do bairro Bela Vista, em Porto Alegre, é a mais valorizada em oito meses, aponta levantamento
As ruas de Bela Vista, Moinhos de Vento e Petrópolis registraram as maiores valorizações de imóveis em Porto Alegre, entre janeiro e agosto de 2024. O levantamento, realizado pela Loft, startup do mercado imobiliário, analisou as tendências de preços na capital gaúcha.
Na Bela Vista, a rua Eng. Adolfo Stern registrou o maior crescimento: 290%, com tíquete médio saltando de R$ 509 mil para R$ 2 milhões. Na sequência, a rua Dr. Vale, no Moinhos de Vento, apresentou valorização de 208%, alcançando média de R$ 2,4 milhões.
Em Petrópolis, a avenida João Obino teve tíquete médio de R$ 5,5 milhões, um aumento de 137% em relação a 2023. No mesmo bairro, ruas como Santo Inácio e Dr. Timóteo também merecem destaque, com valorizações de 109% e 104%, respectivamente.
“Essas ruas têm características comuns: estão em regiões de alta demanda e receberam empreendimentos novos de alto luxo, com imóveis maiores que os anteriormente negociados”, explica Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft.
O estudo considerou dados de transações imobiliárias em Porto Alegre, baseado no ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis), analisando as 700 ruas mais valorizadas da capital gaúcha. A pesquisa comparou transações registradas entre janeiro e agosto de 2023 e 2024, revelando transformações significativas no mercado imobiliário local.
Fonte: Jornal do Comércio
Núclea entra para mercado imobiliário com emissão de certificado de renda
A empresa de soluções de infraestrutura para transações digitais, Núclea, ingressou no setor imobiliário com uma nova ferramenta para emissão de certificados de renda para compra de imóveis de Habitação de Interesse Social (HIS) e Habitação de Mercado Popular (HMP) na cidade de São Paulo, em parceria com a prefeitura da capital.
O objetivo é estimular a construção de habitações em áreas com boa infraestrutura de transporte, empregos e serviços, e também para fazer com que essas unidades sejam acessíveis.
O produto permite comprovar a renda familiar para aquisição dessas modalidades, que oferecem benefícios como isenção de outorga onerosa e descontos em impostos. As faixas de renda variam de R$ 4.236 a R$ 14.120 mensais. A ferramenta surge para auxiliar na fiscalização de compras, após investigação do Ministério Público sobre possíveis irregularidades em 240 mil imóveis com benefícios habitacionais.
“Nosso certificado será uma opção adicional de comprovação, hoje realizada por agentes da Caixa”, explica Guilherme Manzi, gerente de negócios imobiliários da Núclea. O documento, que custa R$350 para pessoa física, será essencial no momento da compra e registro do imóvel em cartório, atendendo às novas regras do Plano Diretor de São Paulo.
Fundada em 2001 como Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), a Núclea é controlada por bancos e líder em serviços financeiros empresariais. A empresa é responsável por 100% do registro de boletos e 90% das liquidações de cartão de débito e crédito no país, sendo este seu primeiro produto voltado diretamente ao consumidor final.
A companhia planeja expandir sua atuação no mercado imobiliário vendendo certificados para incorporadoras que possam comprar pacotes para oferecer aos clientes que assinam contratos com elas. A expectativa da empresa é que esses serviços representem 5% do faturamento futuro.
Além do certificado de renda, a Núclea já prepara dois novos produtos para o setor: registro de recebíveis imobiliários e registro eletrônico de matrículas de imóveis, previstos para 2025. Em 2023, a empresa registrou R$1,6 bilhão em receitas, com crescimento de 43% em relação ao ano anterior.
Fonte: Valor
O desafio da classe média para comprar imóveis e as alternativas viáveis
A escalada dos preços dos imóveis e os juros elevados têm ampliado o desafio para a classe média brasileira adquirir a casa própria. Segundo o relatório Raio-X FipeZAP, a intenção de compra caiu para 35% no segundo trimestre de 2024.
Coriolano Lacerda, gerente de Pesquisa e Inteligência de Mercado do Grupo OLX, responsável pelo estudo, explica que os preços aumentaram bem acima da inflação, pesando no bolso das famílias. “Um imóvel que custava quase 200 salários médios em 1995, hoje pode representar até 400 salários.”
Na outra ponta, há aumento no crédito imobiliário restrito a famílias de baixa renda, que recebem subsídios de programas como o Minha Casa Minha Vida e outros programas estaduais. A classe média, porém, enfrenta juros altos e crédito limitado. “Esse movimento favorece a habitação econômica, enquanto o Sistema Financeiro de Habitação (SFH) apresenta barreiras”, explica Lacerda.
A Caixa Econômica Federal, principal financiador, aumentou a entrada mínima de 20% para 30% do valor do imóvel. Além disso, a Selic, em 11,25% ao ano, incentiva a retirada da poupança, pressionando os bancos a endurecerem as condições de financiamento.
A situação se agrava com o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) apontando alta de 12,42% em 12 meses, muito acima do IPCA, que foi de 4,42%. Esse aumento reflete o impacto dos programas sociais, segundo Ana Maria Castelo, da FGV. A demanda aquecida impulsiona os preços, atingindo também a média e alta renda.
O professor Écio Costa, da UFPE, observa que a demanda crescente por imóveis é herança das condições favoráveis durante a pandemia. Entretanto, ele alerta para a necessidade de uma contenção econômica para equilibrar o mercado. “A redução dos gastos do governo poderia conter o aumento dos preços”, sugere.
Já Luiz França, da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), recomenda a compra, apostando na valorização patrimonial. “A portabilidade de crédito no futuro pode viabilizar taxas menores”, conclui.
Fonte: E-investidor/Estadão
O que buscam os super-ricos em imóveis de luxo?
Entender a evolução dos desejos dos consumidores de luxo é um fator determinante para trabalhar no mercado imobiliário de luxo brasileiros. Hoje, este público também está de olho em sustentabilidade, personalização e tecnologia como prioridades.
Especialista em investimentos de alto padrão em Balneário Camboriú, que tem concentrado este segmento, Bruno Cassola argumenta que esses consumidores almejam hoje muito mais do que imóveis luxuosos. “Construtoras oferecem fachadas assinadas por grifes e serviços de personalização, permitindo alterações nos interiores dos apartamentos,” explica Cassola, argumentando que esses são alguns dos motivos que levam a cidade catarinense a ser destino preferido dos endinheirados.
Tendências apontadas pelo The Wealth Report 2024 indicam que privacidade e design exclusivo são essenciais para conquistar este público. Outro estudo relevante, o Real Estate Predictions 2024, da Deloitte, reforça que o bem-estar é crucial, impulsionando investimentos em spas, academias de última geração e terapias de longevidade.
“A qualidade do imóvel deve se aliar à procedência da construtora, tecnologias sustentáveis e espaços amplos para garantir conforto e privacidade,” ressalta Cassola.
Fonte: Exame