Bancos elevam juros do crédito imobiliário após movimento da Caixa Econômica Federal. Saldo da poupança atinge R$ 1,032 trilhão, mas não resolve a escassez de crédito imobiliário. Incorporadoras investem em capacitação digital para transformar corretores em influenciadores.
- Bancos elevam juros do crédito imobiliário após anúncio da Caixa
- Saldo da poupança atinge R$ 1 tri, mas não resolve escassez de crédito imobiliário
- Incorporadoras investem em capacitação digital para transformar corretores em influenciadores
- Florianópolis terá primeiro condomínio assinado por escritório italiano da Ferrari
Bancos elevam juros do crédito imobiliário após anúncio da Caixa
As instituições financeiras Itaú Unibanco e Banco do Brasil (BB) também aumentaram as taxas de juros para financiamento imobiliário, seguindo o movimento iniciado em 2025 pela Caixa Econômica Federal (CEF).
Em 2 de janeiro a Caixa elevou entre um e dois pontos percentuais as taxas na modalidade que utiliza recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) – linha corrigida pela TR e que varia entre 10,99% e 12% ao ano, ante 8,99% a 9,99% praticados até dezembro de 2024.
Segundo levantamento feito pelo jornal Zero Hora, no Itaú, a partir de 9 de janeiro, a taxa para crédito imobiliário pré-fixado no sistema de amortização constante (SAC) sobe de 10,79% para 11,79% ao ano + Taxa Referencial (TR). Já o BB aumentou de 11,29% para 11,89% ao ano + TR desde o início do mês.
“Os recursos da poupança para financiamento de imóveis estão superutilizados. A necessidade de usar outras formas de fundo, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), que são mais restritas, encarece o processo”, explica Filipe Pontual, diretor-executivo da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
O Banrisul, importante instituição de crédito para a região Sul do país, informou que, no momento, “não pretende alterar as taxas de juros do crédito imobiliário”. O banco, porém, mantém suspensas novas operações de crédito imobiliário desde outubro, exceto para imóveis em prédios financiados pela instituição e vendidos em leilões, citando a escassez de recursos devido à captação negativa da poupança.
Fonte: Zero Hora
Saldo da poupança atinge R$ 1 tri, mas não resolve escassez de crédito imobiliário
A caderneta de poupança encerrou 2024 com saldo de R$ 1,032 trilhão, maior valor nominal desde dezembro de 2020, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC). O montante, porém, não representa alívio significativo para o setor imobiliário, que enfrenta escassez de recursos para financiamentos.
A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) esclarece que o saldo inclui o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e a poupança rural, sendo que esta última não é direcionada ao crédito imobiliário. “Considerando só a poupança SBPE, o saldo cresceu 3,53% sobre 2023. Esse crescimento modesto não alivia substancialmente os agentes financeiros”, afirma a entidade.
Em 2024, a saída líquida de recursos foi de R$ 15,467 bilhões, menor que os R$ 87,819 bilhões registrados em 2023. Os depósitos totalizaram R$ 4,197 trilhões, contra saques de R$ 4,213 trilhões.
“O mercado de trabalho aquecido impulsiona a renda das famílias, principalmente de menor renda, e leva a uma menor necessidade de saques das aplicações financeiras”, explica Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.
Para 2025, Matheus Pizzani, economista da CM Capital, destaca que o desempenho da poupança dependerá do mercado de trabalho. “A demanda por mão de obra dos estratos sociais que mais contribuem para o crescimento da poupança será nevrálgica para seu desempenho”, avalia.
O rendimento da poupança em 2024 foi de R$ 64,284 bilhões, abaixo dos R$ 73,083 bilhões de 2023. Com a Taxa Selic acima de 8,5% ao ano, os depósitos são remunerados a 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR).
Fonte: Valor Investe
Incorporadoras investem em capacitação digital para transformar corretores em influenciadores
Formar “corretores influenciadores” é a nova meta da indústria imobiliária no Brasil, que percebeu a importância de se criar uma marca pessoal e dominar técnicas de comunicação digital para atrair e fidelizar clientes. A iniciativa busca fortalecer a presença online dos corretores e melhorar resultados comerciais.
Incorporadoras como a Think, especializada em imóveis de médio e alto padrão, estão se movimentando neste caminho. A empresa montou uma equipe própria de vendas e oferecerá treinamento digital para seus melhores profissionais em 2025. “O mercado tem muitos lançamentos, fica disperso, e precisamos de foco”, explica Marcelo Nudelman, CEO da Think.
Atualmente, a Think conta com cerca de 30 corretores autônomos, além de superintendente, coordenadores e gerentes de vendas. O treinamento incluirá produção de vídeos, gestão de mídia paga em redes sociais e técnicas de relacionamento com clientes.
A Bioma, incorporadora fundada em 2020, também identificou a necessidade de adaptar sua força de vendas ao ambiente digital. Após dificuldades com equipe experiente, mas habituada a vendas tradicionais, a empresa reformulou sua estratégia comercial. “Eles estavam acostumados a vender, mas não para uma empresa igual a minha”, relata Marcelo Yazaki, sócio-fundador.
O movimento de transformação digital no setor também captou o QuintoAndar, que capacitou 2,4 mil corretores em 2024 através do programa InfluCorretor, com 180 horas de treinamento. “Vemos isso acontecendo em muitas profissões, como médicos e psicólogos”, afirma Arthur Malcon, diretor de soluções para corretores.
A plataforma, que iniciou o programa com turma piloto presencial em 2023, expandiu para formato digital em 2024 e pretende capacitar 80% de seus corretores. Malcon destaca que mercado imobiliário tem discrepância de atuação muito grande entre diferentes profissionais, por isso se torna cada vez mais importante a presença digital qualificada.
Fonte: Valor Econômico
Florianópolis terá primeiro condomínio assinado por escritório italiano da Ferrari
A capital catarinense receberá seu primeiro empreendimento assinado pelo escritório italiano Pininfarina, famoso pelos designs da Ferrari. O condomínio será construído no Morro das Pedras, Sul da Ilha, com acesso direto à praia e fachada inspirada em um iate.
“Vamos construir um empreendimento à altura do que Florianópolis quer, inaugurando uma nova era de bem-estar nos condomínios residenciais pé na areia”, afirma Hildebrando Amaral, sócio da AMS Empreendimentos. O projeto incluirá heliponto e área de lazer com serviços exclusivos.
A Pininfarina imprimiu sua marca no mercado de luxo de Santa Catarina com o Yachthouse, em Balneário Camboriú, um edifício de 81 andares e 295 metros de altura – o mais alto já projetado pela empresa. “Os imóveis são vendidos mais rápido que os concorrentes, pois se tornam referência de estilo por causa das inconfundíveis fachadas”, destaca Amaral.
O mercado de imóveis de luxo (R$ 1,5 milhão a R$ 3 milhões) e superluxo (acima de R$ 3 milhões) continua aquecido no Brasil. Entre janeiro e julho de 2024, foram comercializadas mais de 5,7 mil unidades de apartamentos e salas comerciais, movimentando R$ 17,2 bilhões. Só a Pininfarina já assinou cerca de 30 empreendimentos de alto padrão no país.
Fonte: SCC10