Pesquisa mostra quanto é preciso para financiar imóvel em áreas nobres de São Paulo. Em BH, imóveis têm valorização acima da média nacional. Com especulação imobiliária para a COP 30, mercado de Belém (PA) enfrenta preços exorbitantes.
Pesquisa mostra quanto é preciso para financiar imóvel em áreas nobres de SP
O sonho de morar em bairros nobres de São Paulo esbarra em desafios financeiros, em um cenário de crédito imobiliário mais caro e restrito. De acordo com estudo da Loft, para financiar imóveis em bairros considerados nobres da capital, como Pinheiros, Vila Olímpia e Itaim Bibi – levando em conta o financiamento de 420 meses, com 20% de entrada – é preciso honrar parcelas variam de R$ 10,7 mil a R$ 24 mil.
A renda mínima familiar exigida para aprovação do crédito imobiliário também é elevada nessas regiões. Em Pinheiros, a renda mensal necessária é de R$ 38,9 mil, enquanto na Vila Olímpia é de R$ 49,6 mil e no Itaim Bibi chega a R$ 85,9 mil.
Para o chefe de pesquisa do Insper Rodger Campos os preços dos imóveis nessas regiões são elevados pela demanda que vem tanto de moradores quanto de investidores. “Há ativos nesses lugares comprados por investidores para locação. Há empreendimentos que vendem 50% ou mais para investidores, porque há demanda aquecida que está muito associada com o público que frequenta essas áreas”.
Gustavo Favaron, presidente do GRI Club, adverte que o investimento em apartamentos pequenos em bairros considerados mais nobres da capital paulista pode ter retorno mais longo que o projetado. “Quem comprou esse apartamento como forma de investimento vai passar por um momento em que encontrará um resultado financeiro menor do que ele projetou em 2022 ou 2023”, afirma.
Com o aumento da Selic e da entrada necessária para financiamentos na Caixa Econômica Federal, além da redução da captação líquida da poupança, o ano de 2025 tende a ser mais difícil para a classe média na hora da compra de um imóvel, especialmente em bairros nobres.
Campos estima que o mercado continuará crescendo este ano, mas em ritmo menor, com o Minha Casa, Minha Vida e o segmento de alta renda impulsionando o setor, enquanto a classe média fica achatada pelo aumento do custo do crédito.
Fonte: Estadão
Imóveis em BH têm valorização acima da média nacional
O mercado imobiliário de Belo Horizonte registrou valorização acima da média nacional em fevereiro, segundo o Índice FipeZap. Os preços para compra e venda na capital mineira subiram 1,24%, quase o dobro da média brasileira de 0,68%. No acumulado de 12 meses, a inflação imobiliária em BH alcançou 13,18%. Com a alta, o preço médio do metro quadrado em BH chegou a R$ 9.715.
O crescimento foi mais expressivo nos bairros da região Centro-Sul, com destaque para Savassi, Santo Antônio, Gutierrez e Santa Lúcia. Paula Reis, economista do DataZap, ressalta a concentração da demanda nessa região específica e a escassez de imóveis com dois quartos.
Segundo o DataZap, Belo Horizonte possui 890 mil domicílios residenciais e 346 mil apartamentos, com renda média domiciliar de R$ 8.258. O ranking dos bairros mais caros é liderado pela Savassi (R$ 16.505/m²), seguida por Santo Agostinho (R$ 15.528/m²) e Lourdes (R$ 14.644/m²).
Fonte: O Tempo
COP30: corrida imobiliária em Belém impacta locais e turistas
A aproximação da COP30, programada para novembro em Belém (PA), desencadeia uma “corrida” no mercado imobiliário local, afetando tanto participantes do evento quanto moradores. Com previsão de até 50 mil visitantes no pico da conferência, a cidade de 1,3 milhão de habitantes enfrenta desafios de acomodação e especulação de preços.
Relatos indicam rescisões de aluguéis com foco em locações para o evento e redução na oferta de imóveis à venda. Plataformas como Booking.com e Airbnb exibem anúncios com valores exorbitantes, chegando a R$ 2 milhões para um imóvel de quatro pessoas durante a COP.
A sociedade civil expressa preocupação com a capacidade de Belém sediar o evento e o impacto financeiro sobre a população local e delegações de países mais pobres. O setor hoteleiro, contudo, considera o aumento de preços esperado e afirma estar se preparando para a demanda.
O governador Helder Barbalho argumenta que o estado tem feito investimentos em transformação urbana que deixarão um legado para a cidade. “Legados para quem vive em Belém, legados para quem visitar a nossa cidade. Nós temos absoluta certeza de que nós teremos a capacidade de apresentar Belém como um ambiente acolhedor para as discussões ambientais”. O governo federal disponibilizou R$ 5 bilhões em crédito via BNDES para infraestrutura na cidade.
Já a Secretaria Extraordinária para a COP30 (Secop) assegura monitoramento de preços abusivos e ações para ampliar e diversificar opções de hospedagem. Uma plataforma oficial de acomodações está prevista para o final de março, visando equilibrar oferta e demanda. Especialistas alertam para o risco de a “COP das florestas” se tornar a “COP das elites” devido aos altos custos de hospedagem.
Fonte: Valor Econômico
Construção Civil impulsionou economia em 2024 com crescimento de 4,3 por cento
O setor da Construção Civil registrou um crescimento de 4,3% em 2024, alcançando um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 359,523 bilhões, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Este desempenho confirmou as projeções da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção).
Para a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, o resultado positivo tem relação com o dinamismo da economia nacional, “do incremento no mercado de trabalho, das obras em função do ano eleitoral e também do retorno das obras do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV)”. O setor gerou 110.133 novos empregos formais, elevando o total de trabalhadores para 2,858 milhões.
A produção de insumos da construção cresceu 5,5%, revertendo a queda de 2,8% do ano anterior, segundo a CBIC. O mercado imobiliário também avançou, com aumento de 20,9% nas vendas e 18,6% nos lançamentos de apartamentos novos. No MCMV, o crescimento foi ainda mais expressivo: 43,3% nas vendas e 44,2% nos lançamentos.
A Construção Civil foi o terceiro setor de maior crescimento no PIB em 2024, contribuindo para o aumento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) em 7,3%. Para 2025, a CBIC projeta alta de 2,3% no PIB do setor, mas alerta para desafios como altas taxas de juros e preocupações com os saques do FGTS, principal fonte de financiamento habitacional.
Fonte: Jornal da Construção Civil