Contratos de aluguel com vencimento em março podem sofrer reajuste de 8,44%. Curitiba dobra vendas de imóveis em uma década com compactos. Direcional adota cautela e amplia aposta no MCMV para 2025 após ano recorde.
- Contratos de aluguel com vencimento em março podem sofrer reajuste de 8,44 por cento
- Curitiba dobra vendas de imóveis em uma década seguindo a tendência dos compactos
- Direcional adota cautela e amplia aposta no MCMV para 2025 após ano recorde
- Jovens milionários redesenham tendências no mercado imobiliário
Contratos de aluguel com vencimento em março podem sofrer reajuste de 8,44 por cento
O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), indicador usado para corrigir a maioria dos aluguéis no Brasil, acumula alta de 8,44% nos últimos 12 meses, impactando contratos com vencimento em março de 2025.
O Secovi-SP (Sindicato da Habitação) divulgou o fator de atualização do aluguel (de 1,0844) para facilitar o cálculo. Na prática, um aluguel de R$ 1.500 passará para R$ 1.626,50, um aumento de R$ 126,50 mensais. Já um aluguel de R$ 2.000 vigente até fevereiro de 2025, ao ser multiplicado por esse fator, resultará em R$ 2.168,80, valor a ser pago no final de março ou início de abril.
É importante que o locatário verifique o indicador de reajuste no contrato, pois após a pandemia, muitos acordos passaram a utilizar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) como indexador.
O IGP-M considera a variação de preços de bens, serviços e matérias-primas usadas na produção agrícola, industrial e construção civil, diferindo da inflação oficial, que se baseia em uma cesta de produtos para famílias com renda de até 40 salários mínimos.
Fonte: R7
Curitiba dobra vendas de imóveis em uma década seguindo a tendência dos compactos
O mercado imobiliário de Curitiba registrou um crescimento expressivo na última década, com o número de imóveis vendidos mais que dobrando entre 2015 e 2024. Dados da Brain Inteligência Estratégica mostram um aumento de 140% nas vendas, com destaque para o segmento de estúdios e apartamentos pequenos, que cresceu impressionantes 210%.
Para o vice-presidente do Secovi/PR (Sindicato da Habitação do Paraná), Leonardo Baggio, o sucesso é resultado da “tempestade perfeita” de fatores positivos. “Curitiba tem boa qualidade de vida, trânsito fluido e infraestrutura, além de universidades importantes e um momento positivo para o turismo, o que fomenta a onda do short stay – bastante relevante para os investidores”, enumera.
O centro de Curitiba se tornou o bairro com maior volume de lançamentos do Brasil nos últimos três anos. Para especialistas do mercado, o apetite dos investidores – que focam nas unidades pequenas para lucrar com aluguel, principalmente short stay – é alimentado pelo ambiente de negócios da cidade.
“Curitiba tem um Plano Diretor que estimula esses lançamentos, especialmente no centro, onde os prédios estão cada vez mais altos, com mais unidades e menos vagas de garagem”, contextualiza Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain Inteligência Estratégica.
A valorização imobiliária na capital paranaense acompanhou o aumento das vendas. O metro quadrado de imóveis compactos subiu 63% desde 2015, atingindo cerca de R$ 12,5 mil. Em 2024, Curitiba liderou a valorização entre as capitais brasileiras, com alta de 18% segundo o Índice FipeZAP.
Enquanto estúdios e apartamentos menores, mas bem localizados, são buscados por estudantes e por investidores, a revitalização das construções antigas atraem as famílias. “Os prédios mais antigos do centro, ocupados por famílias bem tradicionais da região, estão sendo revitalizados e novamente povoados”, explica Jean Michel Galiano, diretor da imobiliária Apolar.
O mercado de alto padrão também se destacou em Curitiba, com aumento de 185% nas vendas de imóveis entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões. No bairro Batel, o metro quadrado chegou a R$ 16 mil, superando áreas nobres de São Paulo.
Incorporadoras locais e investidores estão otimistas. A Construtora O3 reporta valorização de até 37% em dois anos para unidades do empreendimento Oxygen. Já a Andrade Ribeiro planeja seis lançamentos nos próximos 18 meses, seu maior número em tão pouco tempo.
Entretanto, o mercado também já conta com uma desaceleração no futuro próximo. “A partir do segundo semestre deste ano, veremos uma redução na velocidade das vendas, impulsionada pela alta nos juros. E isso deve se potencializar em 2026, pois em anos de eleição, o mercado tende a esfriar. É importante desenvolver processos eficientes e que aumentem a eficácia nas vendas”, avalia Rafael Mandryk, gerente comercial da Construtora Andrade Ribeiro.
Fonte: Estadão
Direcional adota cautela e amplia aposta no MCMV para 2025 após ano recorde
A Direcional, construtora e incorporadora focada no público de baixa e média renda, registrou um ano excepcional em 2024, com lucro líquido de R$ 638 milhões e aumento de 93% em relação a 2023. No quarto trimestre, a empresa alcançou lucro recorde de R$ 181 milhões, acima das expectativas dos analistas.No entanto, a empresa adota cautela para 2025.
Ricardo Gontijo, CEO da Direcional, destaca que este ano será mais desafiador para o setor devido ao alto custo de capital e à inflação, impactando principalmente o preço da mão-de-obra. A taxa de juros em dois dígitos e a possibilidade de alcançar 15% este ano acendem o alerta. “Estamos operando em um nível maior de cautela devido a esses dois fatores”, afirmou o CEO em entrevista à Bloomberg Línea.
Para enfrentar esses desafios, a empresa está sendo mais seletiva na alocação de recursos e na escolha de projetos e utiliza um método construtivo industrializado, que reduz a exposição à inflação e escassez de mão de obra.
A companhia planeja reforçar sua operação no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), considerado mais resiliente devido ao financiamento atrelado ao FGTS. A Riva, subsidiária voltada para a classe média, também passou a enquadrar imóveis no MCMV após a ampliação das faixas de renda em 2023.
Entre as alterações possíveis estão a redução de área de unidade, a mudança na especificação de acabamento ou a diminuição da quantidade de vagas de garagem.“Ajustamos os produtos para a realidade que temos agora, mas não existe nenhuma mudança em termos de perspectiva de lançamentos”, disse Gontijo.
Apesar dos desafios, a Direcional mantém uma perspectiva positiva. Em 2024, a empresa distribuiu R$ 577 milhões em dividendos, com um payout de 90%. A ação da construtora acumula alta de 21% em 12 meses.
Fonte: Bloomberg Linea
Jovens milionários redesenham tendências no mercado imobiliário
Os millenials, nascidos entre 1981 e 1996, são responsáveis por uma transformação no mercado imobiliário de luxo. Segundo o Luxury Outlook Report 2025 da Sotheby’s International Realty, essa geração deve herdar cerca de 84 trilhões de dólares nos próximos anos, redefinindo as preferências no setor.
Uma pesquisa da Legal & General no Reino Unido revelou que “42% das propriedades compradas no país por pessoas com menos de 55 anos incluíram uma colaboração dos pais, inclusive no segmento de luxo”.
O relatório destaca o “Efeito White Lotus” – referência a premiada série da HBO -, onde os jovens compradores buscam imóveis próximos à natureza, arte e cultura. “Esse efeito está levando jovens investidores, incluindo os nômades digitais e profissionais de finanças e tecnologia, em direção da atração atemporal de lugares como a Itália”, resume o documento.
Para os millenials, os imóveis são mais do que simples residências. “O maior selling point de uma propriedade de luxo é o fato de ter características únicas”, afirma o relatório. Eles preferem propriedades prontas, sem necessidade de reformas, e valorizam amenidades e elementos de “spa” nos seus lares, como academias, piscinas e saunas.
Enquanto famílias formadas dão preferência a bairros e regiões mais valorizadas e nobres, os jovens compradores individuais aceitam se aventurar por bairros fora desse eixo, desde que haja atrativos como cultura, natureza ou um ambiente de glamour restaurado, destaca o estudo.
O relatório também menciona que séries como Bridgerton e filmes como Saltburn ajudaram a trazer de volta à moda o luxo de velho estilo, que ainda pode ser encontrado em alguns imóveis, influenciando as escolhas dessa nova geração de compradores milionários.
Fonte: O Antagonista