Câmara aprova regulamentação da Reforma Tributária e texto segue para o Senado. Aluguel nas capitais supera inflação no primeiro semestre. Em Curitiba, déficit de imóveis para aluguel vira oportunidade para investidores.
Câmara aprova regulamentação da Reforma Tributária e texto segue para o Senado
A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (10), o texto-base do primeiro projeto que regulamenta a Reforma Tributária. O projeto estabelece regras para a cobrança do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), da Contribuição Sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto Seletivo, que substituirão os atuais PIS, Cofins, ICMS, ISS e, parcialmente, o IPI.
Para evitar um aumento na carga tributária, os deputados incluíram uma trava que determina que o IVA, a alíquota padrão, deve cobrar no máximo 26,5% de imposto sobre o preço. Além disso, os impostos deixam de ser cumulativos, sendo cobrados em um único momento entre o início da produção e a venda do item ao consumidor final.
Também constam no texto aprovado mudanças que afetam diretamente o mercado imobiliário. Como adiantamos no Portas Abertas dos dias 5 e 10 de julho, operações com imóveis também estarão sujeitas à alíquota de 26,5%, mas com descontos.
A demanda por redução de impostos feita pelo setor foi atendida em partes, com redução de 40% das alíquotas para incorporadoras e construtoras e de 60% nas operações de aluguel e arrendamento entre pessoas jurídicas. Empresários alertam para aumento da carga tributária para imóveis em geral, que pode até dobrar e dificultar o acesso à habitação.
A proposta segue agora para o Senado, onde precisará do apoio de, pelo menos, 41 dos 81 representantes para avançar.
Fontes: G1 e e-investidor
Aluguel nas capitais supera inflação no 1º semestre
Os preços da locação residencial nas principais capitais brasileiras apresentaram aumento expressivo no primeiro semestre, superando a inflação medida pelo IPCA. Segundo levantamento do QuintoAndar, o crescimento dos valores variou de 6,35% em São Paulo a 9,8% em Curitiba, enquanto a inflação ficou entre 1,84% e 3,63% nas capitais analisadas.
De acordo com o gerente de dados do QuintoAndar, Thiago Reis, os preços médios dos aluguéis continuam em alta, crescendo de forma moderada, apesar da desaceleração na comparação com anos anteriores. “É preciso acompanhar a dinâmica do mercado no segundo semestre para ver se os valores arrefecem”, pondera.
A cidade de Curitiba lidera entre as maiores altas, com valores subindo 9,8% no período, quatro vezes a taxa de inflação. O preço médio do metro quadrado (m²) na capital paranaense alcançou os R$ 40, recorde para o mês de junho.
Já em relação ao último mês, as variações nos preços do aluguel foram bem diferentes em cada capital: São Paulo apresentou 0,34% e crescimento anual de 9,25% (R$ 63,62/m²). Belo Horizonte registrou aumento mensal de 1,28% e anual de 12,81% (R$ 36,41/m²) e, em Curitiba, a variação foi de 0,53% no mês, e 16,64% na comparação anual (R$ 40/m²).
A cidade do Rio de Janeiro teve leve alta mensal de 0,04%, e crescimento anual de 13,21% (R$ 41,33/m²), enquanto em Porto Alegre o aumento mensal foi de 1,79%, com valorização anual 14,47% (R$ 34,57/m²). Em Brasília, o aluguel subiu 0,95% no mês e 14,44% no ano, a R$ 46,20/m².
Fonte: Uol
Em Curitiba, déficit de imóveis para aluguel vira oportunidade para investidores
Curitiba está entre as capitais brasileiras com maior déficit de imóveis para locação, precisando aumentar em cerca de 30% a quantidade de imóveis disponíveis para atender à demanda em crescimento. Imóveis residenciais com dois e até três quartos são os mais escassos e também os mais procurados para aluguel, segundo imobiliárias locais.
A qualidade de vida e infra-estrutura de Curitiba atraem famílias de executivos de multinacionais, profissionais liberais e funcionários públicos. Mas a demanda atual se intensificou com o aumento de famílias vindas do Rio Grande do Sul, após as enchentes que afetaram o estado. “A procura por imóveis de dois e três quartos aumentou cerca de 20% no segundo trimestre deste ano”, afirma Fernando Prates, CEO da Casa Prates Imóveis.
Nos últimos anos, houve um crescimento nos lançamentos imobiliários, mas a maioria dos novos empreendimentos são estúdios ou compactos com apenas um quarto, que não atendem a procura de famílias maiores.
O tempo médio para ocupação dos imóveis para aluguel na capital é inferior a 30 dias. Segundo o Índice FIPE/Zap, Curitiba registrou uma valorização de 10,13% nos primeiros seis meses de 2024, a maior entre as 16 capitais monitoradas.
Fonte: Portal Paraná
Mudança no zoneamento de SP facilita negócios imobiliários na região do Jockey
As recentes mudanças na Lei de Zoneamento, aprovadas pela Câmara Municipal de São Paulo, podem facilitar negócios imobiliários em uma área com grande potencial de valorização nos arredores do Jockey Club de São Paulo, no bairro Cidade Jardim. Além de viabilizar futuros empreendimentos, as alterações favorecem a construção de um condomínio de casas com valores entre R$ 1,8 milhão e R$ 3,9 milhões, que enfrenta uma ação judicial movida por moradores contrários à sua conclusão.
Em 2023, a revisão da Lei de Zoneamento transformou 12 das 14 quadras residenciais da região em uma Zona Eixo de Estruturação da Transformação Metropolitana (ZEM), destinada à construção de grandes prédios. Posteriormente, em julho deste ano, uma nova revisão alterou duas quadras na borda da ZEM, que ainda eram consideradas Zona Exclusivamente Residencial (ZER) e Zona Corredor (Zcor), em Zona Mista, permitindo a construção de prédios de até 28 metros de altura e o fim do uso exclusivamente residencial.
Essas mudanças facilitam a venda de casas para incorporadores imobiliários e colocam em xeque um dos principais argumentos dos moradores contrários ao adensamento: a regra contratual que impõe o uso unifamiliar de cada lote.
O condomínio em construção, contestado na Justiça pela Sociedade Amigos da Cidade Jardim, está localizado justamente na quadra demarcada como Zona Mista. Embora a empresa responsável pelo empreendimento defenda que a criação da Zona Mista não afeta diretamente o projeto, ela reconhece que a medida enfraquece argumentos contrários à sua instalação.
Especialistas apontam que a sobreposição do contrato sobre o zoneamento deve ser preservada, mas admitem que as recentes modificações criam “fatos novos” na discussão, prejudicando os defensores dos bairros residenciais. A inclusão da área do Jockey na lista de parques do Plano Diretor e o fim das corridas de cavalos no local também têm potencial para valorizar a região.
Fonte: Folha de S.Paulo