Dificuldade para comprar imóvel pode incentivar medidas de controle de aluguel e short stay, alerta executivo. Multifamily ganha espaço no Brasil como opção de investimento imobiliário. Aluguel sobe em quatro capitais brasileiras; Rio tem maior alta em janeiro desde 2020 e SP lidera em valor absoluto.
- Dificuldade para comprar imóvel pode levar a controle de aluguel e short stay, alerta executivo
- Multifamily ganha espaço no Brasil como opção de investimento imobiliário
- Aluguel sobe em quatro capitais brasileiras; Rio tem maior alta em janeiro desde 2020
- Petrópolis lidera vendas de imóveis novos e usados em Porto Alegre pelo sexto ano; veja ranking
Dificuldade para comprar imóvel pode levar a controle de aluguel e short stay, alerta executivo
O Brasil poderá enfrentar medidas de intervenção estatal no setor imobiliário, como o controle dos preços dos aluguéis, nos próximos anos. A previsão é de Gustavo Favaron, presidente do GRI Club, organização internacional que reúne 17 mil executivos do setor imobiliário de 103 países.
O aumento da taxa de juros, a escassez de recursos para financiamento e o valor elevado da entrada estão dificultando a compra de imóveis, empurrando mais brasileiros para o aluguel. Segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a parcela da população que mora de aluguel subiu de 16,4% em 2010 para 20,9% em 2022.
“A oferta não vai acompanhar a demanda, por causa da dificuldade da aquisição da casa própria”, afirma Favaron. Ele alerta que a competição com o aluguel de temporada, como o Airbnb, pode elevar ainda mais os preços.
Favaron defende facilitar a construção de moradias e criar infraestrutura em áreas não consideradas propícias para habitação. Ele também sugere aumento de programas que facilitem a aquisição da primeira casa própria, com condições especiais para quem ainda não tem um imóvel. Hoje isto ocorre no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que atende apenas famílias com renda de até R$ 8 mil. Aumentar a faixa de renda do MCMV poderia ajudar, segundo ele.
No entanto, essa ideia não tem apoio nem no setor imobiliário, já que os recursos do FGTS, que sustentam as condições mais favoráveis do programa MCMV, estão ficando escassos para atender a demanda atual, e não suportaria demanda por imóveis mais caros. Para Favaron, há alternativas, como negociar parcerias com fundos soberanos de outros países. “Tem muito capital no mundo, o que falta é o agente público ser mais engenhoso, empreendedor”.
Rodger Campos, pesquisador-líder do laboratório Insper Cidades, propõe a criação de um “pool” de imóveis públicos para locação como alternativa para conter o aumento dos aluguéis. “O preço do aluguel de mercado tenderá a convergir ao preço do imóvel público”, explica. Mas, para isso dar certo, seria necessário maior escala.
Fonte: Valor Econômico
Multifamily ganha espaço no Brasil como opção de investimento imobiliário
O segmento Multifamily – empreendimentos com várias unidades destinadas à locação – ganha força no mercado imobiliário brasileiro, atraindo tanto moradores quanto investidores. Segundo dados da SiiLA, plataforma especializada em inteligência de mercado, existem mais de 11 mil unidades Multifamily no país, com taxa de ocupação de 82% até o final de 2024.
Nos próximos 12 meses, a previsão é de lançamento de 3,2 mil novas unidades, sendo 2,8 mil apenas em São Paulo. A longo prazo, projeta-se o lançamento de mais 7 mil unidades, com 5,9 mil no estado paulista.
O crescimento do setor foi impulsionado, nos últimos anos, pela simplificação dos contratos de aluguel. “O Brasil demorou a trazer esse tipo de produto por diversas questões de legislação”, explica Giancarlo Nicastro, CEO da SiiLA.
O modelo Multifamily, originário dos Estados Unidos, está sendo adaptado ao mercado brasileiro, com grande potencial de crescimento, segundo Luciana Vieira, diretora de Incorporação da Vitacon. “Tanto pelas mudanças nos hábitos dos consumidores quanto por fatores cíclicos, como o alto custo de aquisição de imóveis em regiões valorizadas”, argumenta.
Para investidores, o Multifamily é uma opção atrativa. Cerca de 40% dos empreendimentos permitem que pessoas físicas comprem imóveis como investimento. Fundos imobiliários também começam a se interessar pelo segmento, atraídos pela previsibilidade de receita e eficiência da gestão centralizada.
“O grande diferencial em relação a um residencial tradicional está na gestão. No contrato de um Multifamily, itens como internet e luz já estão incluídos, eliminando a necessidade de fiador. Além disso, o prédio conta com serviços como concierge e um gerente predial, responsáveis pela administração do dia a dia”, explica Giancarlo Nicastro.
O público-alvo é diversificado, mas concentra-se nas classes A e B. Mas há oportunidades para atender às classes B e C, com unidades menores e serviços mais acessíveis já na mira das construtoras. “Existe um espaço enorme para desenvolver Multifamily voltado para a classe média, especialmente nas regiões metropolitanas, onde há uma grande demanda por moradia com infraestrutura e segurança”, afirma Nicastro.
Luiz Coelho da Fonseca, diretor de Real Estate da Coelho da Fonseca, pontua que o momento do Brasil também é propício para investimentos como Multifamily, diante do aquecimento do mercado imobiliário mesmo com juros altos, principalmente no setor de alto padrão. “O crédito imobiliário é um aliado principalmente das pessoas que já têm o valor para comprar o imóvel”.
Fonte: Money Times
Aluguel sobe em quatro capitais brasileiras; Rio tem maior alta em janeiro desde 2020
O mercado imobiliário brasileiro apresentou um cenário de valorização dos aluguéis residenciais em 2024, com destaque para quatro importantes capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. Os dados de janeiro de 2025 também mostram aumentos nos preços médios por metro quadrado, segundo o Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb.
São Paulo lidera em valor absoluto. Na capital paulista, o preço médio do aluguel atingiu R$ 66,67 por metro quadrado em janeiro de 2025, representando um aumento de 9,72% nos últimos 12 meses. O bairro da Vila Olímpia se destaca como o mais caro, com valor de R$ 100,5 por metro quadrado.
Os apartamentos de um quarto tiveram o maior aumento, chegando a R$ 81,96 o metro quadrado. Outros bairros valorizados incluem Vila Nova Conceição (R$ 97,4/m²), Brooklin (R$ 95,1/m²), Jardim Europa (R$ 92,3/m²) e Pinheiros (R$ 89,3/m²). O desconto médio negociado caiu para 2,9% no primeiro mês do ano, o menor índice desde 2020.
Já o Rio de Janeiro viu a maior alta de preços da locação residencial para o mês de janeiro desde 2020: 2,59%, com valores que chegam a R$ 43,31 por metro quadrado. O Leblon mantém a posição de bairro mais caro, com o metro quadrado acima dos R$ 100.
“Um dos principais fatores que impulsionaram a alta foi a demanda sazonal, por conta do verão e das férias e a vocação turística dos bairros da Zona Sul”, explica Wilton Alves, da administradora Sergio Castro.
A alta acumulada em 12 meses atingiu 11,2% na Cidade Maravilhosa. Por lá, os imóveis de dois quartos tiveram um crescimento mais expressivo, com aumento de 1,79% nos preços em janeiro, alcançando o preço médio de R$ 37,94/m².
Outros bairros valorizados incluem Ipanema (R$ 90,80/m²), Lagoa (R$ 70,10/m²) e Jardim Oceânico (R$ 61,40/m²). O desconto médio obtido nas negociações de aluguel na cidade foi de 2,5%, 0,2 ponto percentual abaixo do registrado no mesmo período de 2024.
Já a capital mineira apresentou 26 meses consecutivos de alta nos aluguéis, atingindo R$ 39,10 por metro quadrado em janeiro. O bairro de Lourdes lidera o ranking de valorização, com o metro quadrado custando R$ 66,10.
Dos 34 bairros de Belo Horizonte monitorados pela pesquisa do QuintoAndar, 33 tiveram valorização para locação nos últimos 12 meses. A alta acumulada neste período atingiu 14,98% em janeiro. A região Centro-Sul concentra os aluguéis mais elevados, com a Savassi (R$ 64,10/m²) e o bairro Funcionários (R$ 59,20/m²) liderando o pódio. O desconto médio nas transações caiu para 2,5% em janeiro, 0,7 ponto percentual abaixo do registrado em 2024.
Para Eduardo Luiz, CEO da plataforma AluOK, a relação oferta/demanda também está por trás das altas nos preços dos aluguéis. “A escassez de imóveis disponíveis para locação também tem sido um fator determinante na alta dos preços de aluguel que, em alguns casos, superaram consideravelmente os preços de venda.”
Brasília, por sua vez, teve a maior valorização entre as capitais analisadas, com aumento de 15,73% no preço do aluguel em 2024. O metro quadrado atingiu R$ 49,94 em média. A Asa Norte teve o maior aumento, de 23,9%.
Das seis capitais analisadas, apenas Brasília registrou uma valorização acima dos 15%.
Fontes: Poder 360, Diário do Rio, Diário do Comércio e Estadão
Petrópolis lidera vendas de imóveis novos e usados em Porto Alegre pelo sexto ano; veja ranking
O bairro Petrópolis se mantém firme no topo do ranking de vendas de imóveis residenciais em Porto Alegre pelo sexto ano consecutivo, de acordo com ranking elaborado pelo Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis (Secovi-RS). Em 2024, foram registradas 1.822 transações no bairro, considerando imóveis novos e usados.
“O Petrópolis é um exemplo típico, porque ali tem praticamente tudo, tem todos os tipos de negócios e é fácil de se movimentar. É um bairro muito procurado pela classe média”, avalia Moacyr Schukster, presidente do Secovi-RS.
Menino Deus (1.212) e Centro Histórico (989) completam o pódio, mesmo tendo sido afetados pelas inundações de maio. No total, Porto Alegre registrou 25.394 vendas de imóveis em 2024, uma queda de 4,34% em relação a 2023.
Os apartamentos lideraram as vendas de imóveis na capital gaúcha, com 15.216 unidades, seguidos por garagens residenciais (8.246) e casas em condomínio (1.233). Schukster prevê um primeiro semestre de 2025 desafiador para o setor, com possível recuperação na segunda metade do ano.
“Para o segundo semestre, a gente aprendeu que o mercado, de certa forma, se ajusta. É possível que a gente perceba uma certa acomodação das pessoas em tentar obter recursos para pagar a parte que não é financiada”, projeta o presidente do Secovi-RS.
Fonte: Zero Hora