BC e bancos buscam alternativas para financiamento imobiliário. Praia Brava (SC) aposta em luxo e exclusividade para rivalizar com Balneário Camboriú. Aluguel em Belo Horizonte acumula 30 meses de alta consecutiva.
BC e instituições financeiras buscam alternativas para financiamento imobiliário
O Banco Central (BC) e instituições financeiras discutem medidas para ampliar o “funding” do setor imobiliário diante da queda estrutural da poupança, principal fonte de recursos do segmento.
O presidente do BC, Gabriel Galípolo, provocou expectativas ao anunciar que deve anunciar “em breve” um novo modelo de financiamento como ponte entre poupança e fontes de mercado. Entre as propostas estão securitização de carteiras e revisão dos depósitos compulsórios, apurou o jornal Valor Econômico.
A proposta do BC é estimular o desenvolvimento do mercado secundário, com bancos vendendo “pedaços” de suas carteiras via Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Com isso, abririam espaço em seus balanços para fazer novas operações. As instituições financeiras, porém, consideram inviável no curto prazo devido aos juros elevados.
Os bancos defendem mudanças na fórmula do compulsório da poupança – para além da simples redução do valor a ser depositado – e redução do prazo mínimo das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) para três meses. A Caixa sugeriu corte de cinco pontos percentuais no recolhimento compulsório, de 20% para 15%.
Segundo a Abecip, a participação da poupança no funding caiu de 39% em 2022 para 32% em 2024. O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) manteve 27%, enquanto o LCI cresceu de 12% para 17%.
Fonte: Valor Econômico
Praia Brava aposta em luxo e exclusividade para rivalizar com Balneário Camboriú
A região da Praia Brava, em Itajaí (SC), que há oito anos era “só mato”, segundo moradores locais, passou a abrigar prédios de alto padrão, hotéis de luxo e beach clubs, numa transformação acelerada que redefiniu a nova paisagem da orla no município. A ideia é disputar com a também catarinense Balneário Camboriú o metro quadrado mais caro do Brasil, de olho no público endinheirado.
Nos últimos três anos, a valorização média dos imóveis na Praia Brava supera 20% ao ano, chegando a 30%. O metro quadrado gira em torno de R$ 33 mil, segundo a Brain Inteligência Estratégica, patamares similares aos da cidade vizinha.
“Balneário Camboriú tem mercado aquecido, mas espaço limitado. A Brava atrai alta renda que busca tranquilidade sem abrir mão da sofisticação”, afirma Marcelo Brognoli, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Santa Catarina (Creci-SC).
O professor de arquitetura e urbanismo da Univali (Universidade do Vale do Itajaí), Carlos Alberto Barbosa Souza, explica que o interesse das construtoras na Praia Brava foi impulsionado exatamente pelo adensamento urbano mais planejado em Itajaí, aliado ao desenvolvimento econômico da região, que vem atraindo investidores de todo o Brasil. A região, claro, também se beneficia da exploração imobiliária em Balneário Camboriú.
Mas, ao contrário da “Dubai brasileira”, o Plano Diretor de Itajaí, revisado em 2024, estabelece regras de preservação ambiental e controle da verticalização, limitando prédios próximos à orla a cinco andares.
“O bairro é dividido em zonas específicas, cada uma com regras diferentes de uso, altura e ocupação, priorizando a integração com a paisagem. O estímulo à hotelaria e a preservação da restinga e das áreas verdes também são prioridades”, afirma João Paulo Kowalsky, secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Itajaí.
A incorporadora Procave é uma das pioneiras na região e já registra valorização de 18% ao ano no Brava Home Resort desde 2009. Atualmente, um apartamento de três quartos no empreendimento é anunciado por R$ 10,5 milhões.
A Muze anunciou para a região o complexo Tempo, primeiro projeto no Brasil do arquiteto Norman Foster, com inauguração prevista para 2029 e Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 2,5 bilhões. Apartamentos podem ultrapassar R$ 100 milhões.
O empreendimento abrigará o hotel Emiliano Praia Brava, primeiro seis estrelas da região, com investimento de R$ 250 milhões e diárias entre R$ 4.500 e R$ 5.000.
Segundo Bruno Cassola, corretor especializado no mercado de alto luxo da região, a Praia Brava não concorre diretamente com Balneário Camboriú, que já tem demanda consolidada. O foco seria atrair um perfil mais seleto de milionários em busca de exclusividade. “Acredito que, em três a cinco anos, a Praia Brava será um dos principais bairros de luxo do Brasil”, afirma.
Para Cassola, o alto custo dos terrenos à beira-mar deve expulsar beach clubs para áreas afastadas, dando lugar a hotéis, bistrôs e edifícios residenciais de luxo. É o caso do Warung Beach Club, que está fechando após 23 anos, com último show previsto para 11 de julho.
Fonte: Folha de S.Paulo
Aluguel em Belo Horizonte acumula 30 meses de alta consecutiva
O mercado de aluguéis residenciais em Belo Horizonte completou em maio 30 meses consecutivos de alta nos preços, sem registrar queda desde novembro de 2022.
O valor médio do metro quadrado para locação atingiu novo recorde em maio, chegando a R$ 41,67, com alta de 0,37% em relação a abril. Somente em 2025, o valor médio já acumula alta de 8,63%, segundo o Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb.
Entre os fatores que explicam a valorização prolongada estão questões econômicas e estoque reduzido de imóveis disponíveis, desequilibrando oferta e demanda.
“Esse movimento contínuo de alta expressiva decorre do cenário macroeconômico e da escassez de imóveis para alugar em Belo Horizonte”, afirma Pedro Capetti, especialista em dados do QuintoAndar.
Na avaliação de Capetti, ainda é cedo para traçar tendência para o restante do ano, mas o crescimento até maio de 2025 já supera o registrado no mesmo período de 2024.
Fatores como renda, desemprego, taxa de juros e variáveis locais podem influenciar a dinâmica dos preços nos próximos meses, segundo o especialista.
Fonte: Hoje em Dia
Governo firma acordo para conter preços de hospedagem na COP30
O governo federal assinou termo de compromisso com imobiliárias de Belém, no Pará, para combater valores abusivos de hospedagem durante a COP30, conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU) que acontece em novembro na capital.
O acordo envolveu a Secretaria Extraordinária para a COP30, Secretaria Nacional do Consumidor e Ministério do Turismo. Sete imobiliárias da região metropolitana aderiram voluntariamente ao movimento para atender mais de 30 mil participantes esperados.
A oferta de leitos cresceu expressivamente: de cerca de 700 imóveis disponíveis em 2023 para mais de 25 mil propriedades atualmente. Porém, o índice FipeZAP mostra Belém como segunda capital com metro quadrado mais caro do país, a R$ 57,29, atrás apenas de São Paulo (R$ 59,83).
Esta é a segunda intervenção governamental. Em abril, foi anunciado Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para conter preços abusivos da rede hoteleira. O ministro Rui Costa afirmou que valores exorbitantes impedem a participação de alguns países.
O governador Helder Barbalho prometeu navios transatlânticos como “hotéis flutuantes” com mais de cinco mil leitos e parcerias com Booking.com e Airbnb. Hospedagens “improvisadas” incluem quartéis, navios de cruzeiro e escolas públicas.
O setor hoteleiro recebeu isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para modernização.
Fonte: EXAME