Loft inova no mercado imobiliário com caução de aluguel via títulos públicos. Bancos preveem desaceleração no crédito imobiliário em 2025. Em Belo Horizonte (MG), três bairros puxam valorização de 28% nos aluguéis no período de 1 ano.
Títulos do Tesouro Direto poderão ser usados como caução para aluguel
O Banco Central, a Secretaria do Tesouro Nacional e a B3 lançarão nos próximos dias o TD Garantia, que vai permitir a pessoas físicas usarem títulos do Tesouro Direto (TD) como garantia em operações financeiras. A startup Loft e a Warren Investimentos são as responsáveis pela primeira aplicação prática do TD Garantia, com o Loft / Garantia Investe.
A proptech vai disponibilizar para sua rede de mais de 8 mil imobiliárias parceiras o novo produto em que o inquilino compra títulos públicos –que ficam registrados no contrato como garantia do aluguel–, em vez de usar poupança ou fiador.
Das 15 milhões de moradias alugadas no país, seis milhões usam a modalidade tradicional de caução. O TD Garantia pretende atrair especialmente a classe média e média baixa, segmento ainda pouco representativo nos investimentos do Tesouro, e ampliar a base de investidores em títulos públicos, atualmente com 2,7 milhões de CPFs.
“A caução com poupança ainda existe porque é simples. Por isso temos que ter um substituto igualmente simples de aplicar”, explicou Mate Pencz, fundador da Loft, que procurou o Tesouro para propor a parceria. A garantia corresponderá tipicamente a três meses de aluguel, negociáveis conforme contrato.
O produto será operacionalizado pela corretora Warren, com processo simplificado de apenas dois minutos para realizar a transação. A B3 fará o registro do gravame do título.
Para o governo, além de ampliar a base de investidores, a iniciativa representa uma estratégia de educação financeira e potencial porta de entrada para o mercado imobiliário.
Fonte: Pipeline/Valor Econômico
Bancos preveem desaceleração no crédito imobiliário em 2025
O mercado de crédito imobiliário, que segue aquecido e deve encerrar 2024 com números recordes, prepara-se para um cenário mais desafiador em 2025. Bancos e especialistas projetam uma desaceleração motivada pela alta da Selic (Taxa Básica de Juros) e restrições no funding, que começam a comprometer a oferta de financiamentos habitacionais.
Até setembro, financiamentos com recursos da poupança (SBPE) somaram R$ 136 bilhões, 19% acima de 2023. O FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) registrou crescimento de 47%, totalizando R$ 99 bilhões no mesmo período.
“Não será em novembro ou dezembro, mas no primeiro trimestre de 2025 haverá diminuição do crédito imobiliário”, afirma Sandro Gamba, presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). As taxas de financiamento, que permaneceram estáveis até setembro, começaram a apresentar elevação.
Bancos como Santander e Itaú Unibanco já ajustaram taxas, passando de 10,49% para 10,99% e 10,79%, respectivamente. A Caixa estabeleceu novos limites, restringindo financiamentos a imóveis de até R$ 1,5 milhão. O Bradesco, até o momento, não divulgou alterações.
“Temos que estar muito atentos e realizar os movimentos necessários para continuar garantindo a oferta com condições competitivas. E isso está muito mais dinâmico do que em outros momentos”, ressalta Thales Ferreira, diretor de crédito imobiliário do Itaú Unibanco.
Segundo Priscilla Basso, coordenadora de crédito imobiliário da plataforma Melhortaxa, “até agora, não houve uma redução drástica” na busca de compradores por financiamento imobiliário. “Ocorreram muitas entregas de empreendimentos que ficaram parados. Com isso, os clientes não pararam de buscar financiamento”, explica. Ela observa, no entanto, que os bancos passaram a priorizar a concessão de recursos para clientes já cadastrados.
A redução de crédito está relacionada à queda nos depósitos da poupança e mudanças nas regras de emissão de LCI (Letras de Crédito Imobiliário), que elevaram custos de captação. Apesar dos desafios, o setor mantém perspectivas positivas para o fechamento de 2024.
Fonte: Valor Econômico
Os campeões do aluguel: conheça os bairros que mais valorizaram em Belo Horizonte
A capital mineira registrou valorização média de 14% nos preços de aluguel nos últimos 12 meses, com destaque para três bairros que superaram os 28% de aumento. Segundo levantamento do QuintoAndar, Jaqueline, Havaí e Santo Agostinho lideram o ranking de valorizações.
“O valor do aluguel em Belo Horizonte continua a subir, mas não de forma acelerada como no ano passado”, analisa Thiago Reis, gerente de Dados do Grupo. Ele ressalta que a alta acumulada caiu de 22,88% em dezembro de 2023 para 13,96% em outubro de 2024.
Os bairros líderes têm características distintas: Jaqueline, com o terceiro metro quadrado mais barato da cidade, atrai estudantes e famílias. Havaí oferece infraestrutura residencial completa, e Santo Agostinho combina localização privilegiada com imóveis de alto padrão.
O preço médio do metro quadrado de aluguel em BH alcançou R$ 37,6 em outubro. Apenas quatro bairros apresentaram desvalorização, com destaque negativo para Anchieta (-5%).
“Nos últimos dois meses, apartamentos de um dormitório tiveram ligeira queda de preço”, observa Reis. Para os inquilinos, os descontos nas negociações chegam a 3,2%, o que significa que há possibilidade de barganha no mercado.
O levantamento indica ainda um processo de estabilização nos preços de aluguel, com perspectivas de comportamento mais equilibrado até a alta temporada de janeiro a março.
Fonte: Diário do Comércio
Nova regra de atualização de imóveis: advogados alertam para ‘pegadinha’ tributária
A medida que permite a atualização de valores de imóveis na Receita Federal, em vigor desde setembro, não convenceu advogados tributaristas, que alertam para uma ‘pegadinha’ tributária.
A Lei 14.973/24 permite que pessoas físicas atualizem o valor de mercado dos seus imóveis, reduzindo a alíquota do Imposto de Renda sobre ganho de capital de 15% para 4%. Para pessoas jurídicas, as alíquotas caem a 6% e 4%, referentes à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A atualização é voluntária e tem um prazo de 90 dias, até 16 de dezembro.
Tributaristas, no entanto, desaconselham a atualização – especialmente para quem pensa em vender o imóvel no curto prazo. “Se o imóvel for vendido nos próximos 36 meses, há uma complementação do imposto. A alíquota efetiva pode chegar a 19%”, adverte Caio Ruotolo, do Silveira Advogados.
Mesmo após 36 meses, as complementações persistem, com até 14 faixas percentuais adicionais. A medida, segundo Ruotolo, busca aumentar a arrecadação e regularizar patrimônios, mas limita benefícios no curto prazo, enquanto a plena vantagem só seria alcançada após 15 anos. “Nesse período, mudanças nas leis e no mercado podem afetar a valorização dos imóveis”, acrescenta.
Waldir de Lara, da Larafy Contabilidade, reforça a necessidade de cautela. “A promessa de menores alíquotas precisa ser ponderada frente à volatilidade do mercado imobiliário e sua liquidez.”
Já o advogado Georgios Anastassiadis, do Gaia Silva Gaede, prevê impacto limitado da medida no mercado. “Nem todos os proprietários serão beneficiados devido às condições impostas.”
Para quem decidir aderir, a atualização deve ser feita por meio da Declaração de Opção pela Atualização de Bens Imóveis (Dabim) no site da Receita Federal. Pessoas físicas pagarão uma alíquota de 4% sobre a diferença de valor, enquanto as alíquotas normais variam de 15% a 22,5%, segundo a Receita.
Fonte: Infomoney