Número de brasileiros que vivem de aluguel aumenta. Selic a 12,25%: entenda os impactos no mercado imobiliário e na economia em geral. Novo índice revela cidades brasileiras com maior potencial imobiliário.
Número de brasileiros que vivem de aluguel aumenta
O Censo 2022, divulgado na manhã desta quinta-feira, 12, pelo IBGE, revela que 72,7% dos brasileiros vivem em casas próprias. Este número, porém, está em declínio desde 2000, quando eram 76,8%. Em contraste, o aluguel vem aumentando no país como recurso de moradia, passando de 12,3% em 2000 para 20,9% atualmente.
Os pesquisadores ainda não possuem uma explicação completa para essa mudança, pois faltam dados de renda por domicílio no Censo 2022. Bruno Mandelli Perez, pesquisador responsável pelo levantamento no IBGE, observa que esse “é um processo nacional, que ocorre em praticamente todas as unidades da federação”, não restrito a políticas urbanas ou migrações específicas.
Curiosamente, as regiões com maior percentual de imóveis alugados estão entre as mais ricas do país, como São Paulo e Santa Catarina. Balneário Camboriú (SC) lidera com 45,2% de imóveis alugados.
Ainda de acordo com o IBGE, a qualidade das residências melhorou: 87% dos lares têm paredes de alvenaria com revestimento. Além disso, 68,1% dos domicílios possuem máquina de lavar, e 89,4% têm acesso à internet, mostrando avanços significativos em infraestrutura doméstica.
Apesar da maioria dos brasileiros preferirem ter patrimônio, o aluguel pode refletir novas tendências culturais, como desejo de investimento em imóveis para garantir lucro com locação. De olho nesta tendência, o relatório da Reforma Tributária, lido esta semana em comissão da Câmara dos Deputados, propõe tributar quem obtém mais de R$ 240 mil anuais em aluguéis e possui mais de três imóveis.
Fonte: Estadão
Copom eleva Selic mais uma vez: entenda impactos no mercado imobiliário
O Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil elevou, mais uma vez, a taxa Selic, para 12,25% ao ano, um aumento de 1 ponto percentual – o maior desde maio de 2022. O aumento é uma resposta da instituição ao “impulso fiscal governamental” recente, e teria como objetivo controlar a inflação projetada em 4,84% para 2024, acima da meta de 4,5% estabelecida pelo próprio Copom. O ajuste na taxa básica de juros, no entanto, traz impactos negativos para diversos setores, com destaque para o mercado imobiliário.
Os juros mais altos tornam o financiamento imobiliário mais caro, reduzindo o interesse do consumidor por imóveis novos. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, já havia lançado linhas de crédito com juros mais altos, seguindo uma tendência de elevação nas taxas do setor.
O professor Gilberto Braga, do Ibmec, explica que os juros elevados se transformam numa “maior barreira para quem precisa sair do aluguel”, pois o custo da entrada no financiamento se “torna um obstáculo”.
A construção civil também é impactada pelo ciclo de alta da Selic, que se reflete em alta nos custos de maquinário e matérias-primas, pressionados também pelo dólar valorizado. Na outra ponta, isto significa encarecimento do preço final dos imóveis, dificultando ainda mais a aquisição.
A alta dos juros também traz consequências para o crédito das empresas, elevando os custos de novos negócios e limitando investimentos. As taxas mais elevadas inibem o consumo, impactando diretamente as vendas e contratação de pessoal, explica o professor Gilberto Braga. “O empresário se questiona: o quanto eu vou vender com um novo negócio? Taxas mais elevadas inibem consumo. Os dois vetores de tomada de decisão empresarial dificultam a expansão”.
Por outro lado, no mercado financeiro, a Selic mais alta favorece aplicações em renda fixa, como o Tesouro Selic, que oferecem maior rentabilidade. Já os títulos prefixados perdem atratividade, exatamente porque mantêm taxas fixas diante do aumento dos juros.
A atividade econômica como um todo tende a desacelerar em um cenário de altos juros, com o consumo de bens duráveis prejudicado pelas linhas de crédito mais caras.
Fonte: O Globo
Novo índice revela cidades brasileiras com maior potencial imobiliário
Um novo índice, divulgado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), destaca o potencial imobiliário de 61 cidades brasileiras. Desenvolvido em parceria com o Ecossistema Sienge, CV CRM e Grupo Prospecta, o Índice de Demanda Imobiliária (IDI) analisa a atratividade para imóveis de padrões econômico, médio e alto, utilizando dados oficiais e transações reais.
Em São Paulo, o déficit habitacional é de cerca de 400 mil moradias, ou 6,5% do total nacional, segundo dados de 2023. “Esse número reflete a dinâmica da cidade, garantindo demanda para diversos padrões de empreendimentos”, afirma Gabriela Torres, gerente de inteligência estratégica no Ecossistema Sienge.
Torres explica que o IDI avalia mais do que a demanda, considerando a necessidade de alinhar o produto com a região e ter uma estratégia de precificação eficaz. E há planos para desenvolver um IDI por regiões de São Paulo, oferecendo suporte para decisões mais assertivas em relação à capital paulista, importante centro de negócios para o setor.
O ranking destaca as cidades mais atrativas para diferentes padrões de renda, com Curitiba liderando no padrão econômico (renda familiar de R$ 2 mil a R$ 12 mil) com nota 0,883, seguida por Fortaleza, São Paulo, Goiânia e Aracaju.
Já São Paulo, com nota 0,859, é a primeira no pódio do alto padrão (renda familiar superior a R$ 24 mil), seguida por Goiânia, Florianópolis, Brasília e Belo Horizonte.
Em relação às cidades para o médio padrão (renda familiar de R$ 12 mil a R$ 24 mil), a lista é liderada por Goiânia (GO), com nota 0,794, seguida por São Paulo, Brasília, Florianópolis e Curitiba.
O índice utiliza seis indicadores principais para avaliar a atratividade, incluindo demanda, dinâmica econômica e concorrência. Esses indicadores são ponderados para refletir a relevância no mercado, resultando em uma escala de 0,000 a 1,000, onde scores próximos de 1,000 indicam alta atratividade.
As cidades são classificadas em categorias que variam de Muito Alta a Muito Baixa atratividade. Isso permite que investidores identifiquem oportunidades e tendências em potencial, alinhando estratégias de marketing e desenvolvimento imobiliário às especificidades de cada região.
Fonte: Exame
Home Resort vira tendência no mercado imobiliário de luxo
O conceito de home resort, antes restrito a mansões, está se expandindo para apartamentos de luxo, em uma tendência crescente no mercado imobiliário de alto padrão. A ideia se baseia no “viver o resort dentro de casa”, com incorporadoras investindo em projetos que oferecem infraestrutura de lazer digna de hotéis 5 estrelas.
Este tipo de empreendimento atende ao desejo dos consumidores por conforto e comodidade, integrando lazer e bem-estar em um único local. Piscinas privativas, academias, spas, coworkings, áreas gourmet e até minigolfe são agora comuns em projetos do segmento.
Paisagismo sofisticado, áreas comuns amplas e serviços personalizados, também se adaptam às novas demandas por conforto e exclusividade nas áreas urbanas mais densas. O litoral norte de Santa Catarina, especialmente Balneário Camboriú, Itajaí e Itapema, lidera essa tendência no Brasil, já que estas cidades aparecem no topo da valorização imobiliária no país, com preços que atingem R$ 100 mil por metro quadrado.
Fabrício Bellini, especialista local deste segmento, destaca o projeto Infinitá Treehouse, em Itajaí, da construtora Blue Heaven, onde cada unidade residencial inclui uma piscina suspensa com vidro na sacada e oferece vistas panorâmicas da baía de Itajaí e da Mata Atlântica.
Os apartamentos, que podem chegar até 805 metros quadrados, possuem pisos em pedras vulcânicas, automação high-tech e integração com elementos naturais, como terra, água e ar. Os preços variam de R$ 9 milhões a R$ 30 milhões, com entrega prevista para o fim deste ano.
Fonte: Exame