Balneário Camboriú passa por revitalização e puxa nova onda de valorização. Bancos preveem piora na oferta de crédito em 2025, principalmente para financiamento habitacional. Especialistas apontam como avaliar se o preço de um imóvel é compatível com o mercado.
- Balneário Camboriú passa por revitalização e puxa nova onda de valorização
- Especialistas apontam como avaliar se o preço de um imóvel é compatível com o mercado
- Bancos preveem piora na oferta de crédito em 2025, principalmente para financiamento habitacional
- Mercado imobiliário brasileiro caminha para um futuro mais colaborativo
Balneário Camboriú passa por revitalização e puxa nova onda de valorização
Com 20 anos de atuação na região que hoje é chamada de “Dubai brasileira”, a construtora Embraed enxerga um novo momento para a região catarinense, vislumbrando nova fase de valorização imobiliária, impulsionada pela revitalização da orla de Balneário Camboriú. Em entrevista à Bloomberg Línea, a CEO da Embraed, Tatiana Rosa, destacou o potencial de crescimento do setor e as mudanças ao longo do tempo.
Balneário Camboriú mantém o metro quadrado mais caro do Brasil desde março de 2022, com média de R$ 14.000, segundo o FipeZap. No segmento de alto padrão, os preços variam entre R$ 55.000 e R$ 75.000 por metro quadrado, conforme estimativas da Embraed.
A reurbanização da Avenida Atlântica, projetada pelo escritório Indio da Costa, responsável pelo calçadão de Copacabana, deve impulsionar ainda mais os valores. As obras, iniciadas no final de 2023, têm previsão de conclusão para 2034.
“É a hora certa de lançar empreendimentos que estão localizados na frente do mar porque o mercado vai experimentar nova onda de muita valorização”. A escassez de terrenos na orla de sete quilômetros leva a soluções criativas, como a demolição de um prédio de 16 andares para dar lugar a um novo empreendimento de 78 andares, em parceria com a Armani Casa.
A Embraed planeja gerar R$ 7 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV) nos próximos cinco anos, com projetos em Balneário Camboriú, Itapema, Curitiba e Maringá. Um ambicioso complexo misto com 800 metros de praia privativa está no horizonte, com investimento estimado em R$ 8 bilhões.
Pioneira na verticalização de Balneário Camboriú, a Embraed lançou em 2013 o Villa Serena, com duas torres de 160 metros. Atualmente, seu edifício mais alto é o New York, com 176 metros. A cidade abriga quatro dos cinco prédios mais altos do Brasil, todos com mais de 200 metros.
Rosa ressalta que a altura não é o foco principal da empresa: “A altura é uma consequência, mas não algo que buscamos ativamente. Não adianta fazer um prédio altíssimo com uma área de lazer pequena que pode ficar muito cheia na temporada”.
Fonte: Bloomberg Línea
Especialistas apontam como avaliar se o preço de um imóvel é compatível com o mercado
O mercado imobiliário enfrenta um desafio constante: a precificação adequada de imóveis. Um levantamento recente do Datafolha, encomendado pelo QuintoAndar, revelou que 65% dos entrevistados já desistiram de fechar negócios por temerem fazer um mau investimento. Para corretores, imobiliárias e profissionais da construção civil, compreender os fatores que influenciam o valor de um imóvel é crucial na hora de orientar clientes e tomar decisões estratégicas.
A localização permanece como o critério mais determinante na precificação: a infraestrutura do entorno, proximidade de comércio, escolas e áreas de lazer, além de projetos futuros previstos para a região, agregam valor significativo, aponta Clóvis Albuquerque, diretor comercial da Procave, construtora de luxo em Balneário Camboriú.
É importante observar que mesmo dentro de um mesmo empreendimento, a posição e a vista influenciam seu preço. “Dois apartamentos iguais, no mesmo prédio, mas um com vista para o mar e outro não, têm preços diferentes”, exemplifica o executivo.
No quesito arquitetura, assinaturas de profissionais renomados, qualidade do paisagismo e itens exclusivos podem justificar preços mais elevados, especialmente no segmento de luxo. “O comprador busca privacidade, conforto e uma experiência personalizada”, contextualiza Albuquerque.
As características físicas do imóvel também precisam ser avaliadas, destaca Luiz Coelho da Fonseca, Diretor da Coelho da Fonseca. Estado de conservação, necessidade de modificações, acabamentos, incidência de luz natural, planta e dimensões do terreno são fatores que influenciam diretamente o valor.
O potencial de valorização é também um critério importante, especialmente para investidores. Fonseca recomenda analisar dados históricos e relatórios de instituições que acompanham o setor. “Uma visão detalhada das movimentações do mercado e observar tendências ajudam em projeções futuras”, sintetiza Fonseca.
O cenário econômico também impacta significativamente os preços. Fatores como excesso de oferta, crises inflacionárias e o contexto político devem ser considerados. Em 2020, por exemplo, a queda nos juros durante a pandemia levou a um aumento na demanda e, consequentemente, nos preços dos imóveis.
Atualmente, o mercado apresenta oportunidades para negociações. Há uma diferença média de R$ 384 por metro quadrado entre o preço anunciado e o valor final do contrato, segundo o Relatório de Compra e Venda do QuintoAndar no terceiro trimestre de 2024. Para um imóvel de 80 m², isso pode representar um desconto potencial de mais de R$ 30 mil.
Fonte: Estadão
Bancos preveem piora na oferta de crédito em 2025, principalmente para financiamento habitacional
A Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito, divulgada pelo Banco Central (BC), revela um cenário pessimista para a oferta de crédito em 2025, com ênfase no financiamento da casa própria. As instituições financeiras relatam uma deterioração generalizada nas condições de crédito no último trimestre de 2024, prevendo agravamento para famílias e empresas no início deste ano.
O setor imobiliário enfrenta desafios significativos, com piora no custo e disponibilidade de recursos para crédito habitacional, além de aumento na inadimplência. A crise é atribuída à redução do saldo da caderneta de poupança, tradicional fonte de financiamento habitacional.
A Caixa Econômica Federal, líder em crédito imobiliário, implementou regras mais rígidas no final de 2024, aumentando a parcela de entrada e limitando o valor do imóvel financiado a R$ 1,5 milhão pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
“As expectativas para o primeiro trimestre de 2025 são de um aprofundamento da deterioração dos fatores, especialmente no custo/disponibilidade de funding e na inadimplência, o que deve levar a um menor nível de tolerância ao risco”, destaca o BC.
A pesquisa indica que a demanda deve permanecer positiva para linhas de consumo das famílias, neutra para empresas e mais fraca para o crédito habitacional. A previsão é de aumento na inadimplência, principalmente nos segmentos de médias, pequenas e microempresas e no consumo familiar.
Fonte: EXAME
Mercado imobiliário brasileiro caminha para um futuro mais colaborativo
Em sua coluna para a revista Veja, Renata Firpo ressalta que, para lidar com um mercado extremamente competitivo, além de manter um portfólio próprio, muitas imobiliárias e corretores autônomos recorrem a parcerias para ampliar suas oportunidades de negócio. Essa colaboração permite que profissionais compartilhem cadastros de imóveis e dividam comissões, tornando-se uma estratégia essencial para viabilizar transações que, de outra forma, poderiam não acontecer.
Diante dessa necessidade de cooperação, surgiram modelos que profissionalizam e potencializam essas parcerias, como as redes de franquias. Empresas como a Lopes e a Re/Max vêm expandindo esse modelo no Brasil, permitindo que corretores e imobiliárias acessem uma estrutura maior e invistam em marketing e suporte operacional. Em 2024, a Re/Max registrou um crescimento de 24,5%, com mais de 21 mil imóveis vendidos e um volume de R$ 12,5 bilhões, e sua meta para 2025 é alcançar R$ 14 bilhões em vendas, contando com a força de suas mais de 600 franquias.
Outra tendência no setor é a associação entre pequenas e médias imobiliárias que atuam em nichos específicos, como a MAPI em São Paulo, que reúne empresas do segmento de alto padrão. Embora concorram entre si, essas imobiliárias trabalham de forma colaborativa, compartilhando seus portfólios sem a intenção de se tornarem grandes conglomerados.
Renata conclui que, com essas movimentações, o mercado imobiliário brasileiro caminha para um modelo cada vez mais cooperativo, no qual o compartilhamento de recursos e informações fortalece a atuação dos profissionais e aumenta as possibilidades de negócios.
Fonte: Veja