Banco Central quer melhorar concessão de crédito imobiliário, e estuda modelo open finance para empresas. Mercado de imóveis comerciais movimenta R$ 4,8 bi no 1º trimestre. Aluguel residencial sobe 12,9% em 12 meses, acima da inflação.
- Banco Central quer melhorar financiamento e concessão de crédito imobiliário, e estuda modelo open finance para empresas
- Mercado de imóveis comerciais movimenta R$ 4,8 bi no 1º trimestre
- Aluguel residencial sobe 12,9 por cento em 12 meses, acima da inflação
- XP Asset investe R$ 38 milhões em terreno para estúdios em SP
Banco Central quer melhorar financiamento e concessão de crédito imobiliário, e estuda modelo open finance para empresas
O Banco Central (BC) incluiu entre suas prioridades para 2025 melhorar o financiamento e a concessão de crédito imobiliário. A informação foi divulgada pelo secretário-executivo da autarquia, Rogério Lucca, durante uma live realizada na segunda-feira (14).
“Com a evolução da tecnologia, com a evolução de modelos de negócio, com a facilidade de transferência de recursos, com o avanço da educação financeira, a gente vai usar o imobiliário para melhorar o processo de concessão e a fonte de financiamento”, afirmou Lucca.
O secretário destacou que a poupança, que sempre serviu para financiar o crédito imobiliário, tem apresentado queda. Por isso, é necessário estudar alternativas.
A agenda de 2025 ainda inclui a continuidade das duplicatas escriturais – nova forma de formalizar transações comerciais entre credores e devedores de forma eletrônica -, cuja regulamentação já foi encerrada. “A gente já fez a regulamentação, a gente está no processo de implementação e é outro processo que a gente vai estar privilegiando esse ano”, disse o secretário-executivo. Para isso, o BC deve convocar 100 novos servidores, e está em conversas para chamar mais aprovados em concurso.
Entre as iniciativas estudadas pelo BC para ampliar e estimular o crédito está a criação de um modelo para padronizar o ambiente de concessão via open finance – ecossistema que permite compartilhamento de dados pessoais, bancários e financeiros entre instituições, mediante autorização do cliente. A medida tem como foco beneficiar empresas, num primeiro momento.
A ideia, segundo Lucca, é criar um “ambiente comum” em que as empresas possam solicitar e receber ofertas das instituições financeiras. “Eu quero crédito imobiliário de tal valor e conseguir fornecer os meus dados e receber ofertas dos bancos de quais seriam as condições para ter acesso ao crédito”, exemplificou.
Ainda dentro da agenda do open finance, o BC quer criar um fluxo de informações padronizadas entre pessoas jurídicas e instituições financeiras. “A gente vai discutir a possibilidade de ter informações de forma padronizada, que seja fácil para o comerciante poder prover isso para instituição financeira, e a instituição financeira poder trabalhar isso de forma padronizada, para poder fazer análise de crédito”, explicou Lucca.
Fontes: ISTOÉ Dinheiro e Folha de S.Paulo
Mercado de imóveis comerciais movimenta R$ 4,8 bi no 1º trimestre
As transações de grandes propriedades comerciais – shoppings, galpões, escritórios e lojões – somaram R$ 4,8 bilhões no primeiro trimestre de 2025, apenas 10% abaixo do mesmo período de 2024, apesar da alta dos juros, de acordo com o relatório da consultoria CBRE.
No mercado de escritórios de São Paulo, as locações atingiram 195 mil metros quadrados no primeiro trimestre, maior nível em cinco anos. A taxa de vacância recuou para 18,4%, menor patamar desde antes da pandemia. No Rio de Janeiro, também houve recuperação, mas em passos mais lentos: as locações somaram 50 mil metros quadrados (1º tri) e a vacância baixou para 27% – nível ainda elevado.
No setor logístico paulista, as locações cresceram 53% no mesmo período, alcançando 577 mil metros quadrados, com vacância de apenas 9%, o que favorece o aumento dos aluguéis.
“É algo que chama atenção. O mercado está ativo mesmo diante dos juros altos em que estamos vivendo”, afirmou o presidente da CBRE no Brasil, Adriano Sartori. O cenário atual, com juros a 14,25% e perspectiva de alta, contrasta com o início de 2024, quando estavam em 11% com previsão de queda.
Entre os principais negócios, o fundo XP Mall adquiriu fatias nos shoppings Plaza Sul, Carioca e Tijuca por R$ 396 milhões, enquanto o fundo Capitania Office comprou participação no Condomínio Faria Lima Plaza por R$ 513 milhões.
Cerca de 70% das transações são realizadas por Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs), que estão utilizando diferentes ferramentas para viabilizar negócios, como pagamento via cotas e mecanismos de seller finance.
Sartori acrescentou que outros compradores ganham participação no mercado, já que os FIIs terão dificuldade de captar recursos enquanto os juros permanecerem elevados. Investidores estrangeiros, beneficiados pelo real desvalorizado, tendem a aumentar sua presença, assim como family offices e investidores profissionais capazes de entender os ciclos do mercado imobiliário e aproveitar oportunidades na baixa.
Fonte: Estadão/Broadcast
Aluguel residencial sobe 12,9 por cento em 12 meses, acima da inflação
O aluguel residencial no Brasil subiu 12,91% nos últimos 12 meses, segundo o Índice FipeZAP de Locação Residencial, que monitora preços em 36 cidades brasileiras. A alta superou o IPCA/IBGE (+5,48%) e o IGP-M/FGV (+8,58%).
No primeiro trimestre de 2025, o índice acumulou aumento de 3,22%, também acima das variações do IPCA (+2,04%) e do IGP-M (+0,99%). Brasília foi a única exceção entre as capitais, com queda de 2,73% no trimestre.
Segundo o levantamento, imóveis com quatro ou mais dormitórios apresentaram valorização superior à média no período de 12 meses (+15,85%), enquanto unidades com três dormitórios tiveram alta menor (+11,57%).
O preço médio do aluguel em março/2025 foi de R$ 48,03/m². São Paulo liderou o ranking das capitais com o valor mais elevado (R$ 59,83/m²), seguida por Belém (R$ 57,29/m²) e Recife (R$ 57,16/m²). Na outra ponta, Teresina apresentou o menor valor (R$ 22,82/m²).
A rentabilidade média do aluguel residencial foi calculada em 5,88% ao ano, ficando abaixo da rentabilidade projetada para aplicações financeiras de referência. Imóveis de um dormitório ofereceram o maior retorno (6,59% a.a.), enquanto unidades com quatro ou mais dormitórios apresentaram o menor percentual (4,80% a.a.).
Entre as capitais, Manaus registrou o maior retorno anualizado (8,39% a.a.), seguida por Belém (8,37% a.a.) e Recife (8,18% a.a.). Os menores retornos foram observados em Vitória (4,29% a.a.), Curitiba (4,52% a.a.) e Fortaleza (4,77% a.a.).
Fonte: ISTOÉ Dinheiro
XP Asset investe R$ 38 milhões em terreno para estúdios em SP
A XP Asset aumentou sua aposta no mercado de estúdios em São Paulo (SP) com a alocação de R$ 38 milhões na compra de um terreno nos Jardins. O investimento será destinado à construção de um prédio de apartamentos compactos em parceria com a One Innovation, incorporadora que tem o GIC (fundo soberano de Cingapura) como acionista.
O empreendimento terá 302 unidades de 25 a 40 m², com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 175 milhões. A operação será realizada por meio de permuta financeira, modalidade em que o retorno está vinculado a um percentual das vendas.
“O investidor tem um desembolso pequeno de recursos no momento da compra e pode capturar todo o possível upside de valorização desse imóvel, que é bastante atrativo,” afirmou André Masetti, head de fundos estruturados da XP Asset.
A gestora já é sócia da One Innovation em outros cinco projetos similares, localizados na Consolação, Pinheiros e Itaim Bibi. O pacote totaliza 2,5 mil unidades e um VGV de R$ 1,25 bilhão, com R$ 225 milhões alocados pela XP nos últimos 18 meses.
No mercado de compactos, a XP tem priorizado ativos de alto padrão devido aos juros elevados. A média de preços dos apartamentos varia entre R$ 16 a R$ 22 mil por m². Um dos lançamentos do pacote de permutas com a XP em Pinheiros vendeu todas as unidades em um único final de semana.
Paulo Petrin, da One Innovation, defende que, ao contrário de uma possível sobreoferta, “falta produto para bairros consolidados, com alta disponibilidade de transporte público, equipamentos urbanos, serviços e lazer”. O empreendimento dos Jardins deve ser lançado até o final do ano.
Fonte: Metro Quadrado