Empresas tradicionais de outros setores investem no mercado imobiliário para aumentar lucro. No Rio, VGV de imóveis novos sobe 66% no primeiro semestre. Lançamentos na região metropolitana de Salvador saltam mais de 500%.
- Mercado imobiliário atrai empresas tradicionais de outros setores em busca de lucro
- No Rio de Janeiro, VGV de imóveis novos sobe 66 por cento no primeiro semestre de 2024
- Unidades lançadas na região metropolitana de Salvador saltam mais de 500 por cento no primeiro semestre
- Curitiba se destaca entre as capitais com alta nos preços de unidades em 2024
Mercado imobiliário atrai empresas tradicionais de outros setores em busca de lucro
Companhias brasileiras tradicionais, de setores como varejo e farmacêutico, estão investindo no mercado imobiliário para diversificar seus negócios, aumentar lucros e reforçar o caixa. O fenômeno é visto como uma evolução de empresas que possuem propriedades e precisam evitar depreciação e manutenção.
Para Alberto Ajzental, coordenador do curso de negócios imobiliários da FGV, quem tem capital ou terreno normalmente se associa a um empreendimento.“Pode até ser um sócio oculto apenas num projeto específico”, afirma.
A Melhoramentos, por exemplo, está transformando propriedades usadas para plantio de eucaliptos em Caieiras (SP), em centros logísticos e residenciais. A empresa criou a Altea, que possui 152 milhões de metros quadrados de terrenos com potencial para diversos projetos.
A Altea já lançou, inclusive, um condomínio em parceria com a Swiss Park Incorporadora, que inclui 92 lotes residenciais e 23 comerciais. “Entramos no negócio com um sócio e oferecemos a terra e o conhecimento local”, afirma Carolina Alcoforado, líder dos projetos residenciais da empresa.
A diversificação dos negócios aumentou a receita da Melhoramentos em 27% ao ano entre 2020 e 2023, e a Altea contribuiu com R$ 12,7 milhões para o Ebitda de R$ 48,8 milhões em 2023. A estratégia inclui a venda de créditos de carbono e a manutenção de matas nativas.
O Grupo NC, dono da farmacêutica EMS, também aposta no mercado imobiliário em Campinas, com a 3Z Realty. Segundo o CEO Franco Pasquali, o objetivo é que o setor represente 10% do faturamento do grupo. Desde 2008, a empresa lançou 40 empreendimentos, incluindo projetos como Arborais e Ville Sainte Anne.
“Há efeito relevante de demanda no pós-pandemia por moradias nas cidades próximas aos grandes centros. Por Campinas estar próxima à capital e ter infraestrutura urbana e de serviços, há demanda pelo desenvolvimento imobiliário”, justifica Pasquali. Os projetos já tiveram VGV de R$ 200 milhões, R$ 580 milhões e R$ 1,8 bilhão, respectivamente.
Fonte: Estadão
No Rio de Janeiro, VGV de imóveis novos sobe 66 por cento no primeiro semestre de 2024
O mercado imobiliário do Rio de Janeiro registrou crescimento de 66% no primeiro semestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano passado, com o Valor Geral de Vendas (VGV) de imóveis novos atingindo R$ 4,61 bilhões, apontou a pesquisa da Ademi-RJ e Brain Inteligência Estratégica. Em 2023, o VGV foi de R$ 2,77 bilhões.
Na comparação trimestral entre os anos, o segundo trimestre de 2024 destacou-se ainda mais, com um VGV de R$ 2,5 bilhões, um salto de 94% em comparação aos R$ 1,2 bilhão do mesmo trimestre de 2023. E a expectativa é um mercado ainda mais dinâmico no próximo semestre, segundo o presidente da Ademi-RJ, Marcos Saceanu.
Apesar do número de lançamentos no primeiro semestre de 2024 ter sido menor do que em 2023, o número de unidades oferecidas foi maior, com 7.949 unidades lançadas contra 5.966 no ano anterior. Um crescimento impulsionado pelo programa Minha Casa, Minha Vida, que oferece edifícios com mais apartamentos.
A pesquisa também revelou redução no estoque de imóveis novos, de 12.588 unidades em março de 2024 para 11.518 em junho. Marcelo Gonçalves, da Brain Inteligência Estratégica, explica que “o Rio de Janeiro é hoje uma das capitais com menor oferta de imóveis novos no país”, sugerindo um cenário ainda mais promissor para o setor nos próximos meses.
Fonte: O Globo
Unidades lançadas na região metropolitana de Salvador saltam mais de 500 por cento no primeiro semestre
A Região Metropolitana de Salvador (RMS) registrou crescimento de 559,9% no número de unidades lançadas no primeiro semestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023, saltando de 242 para 1.597 unidades. O desempenho coloca a RMS na liderança do Nordeste, superando as regiões metropolitanas de Fortaleza e Recife.
Os dados da Brain Inteligência Estratégica, apresentados pela Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-Ba), mostram que o programa Minha Casa, Minha Vida foi um dos principais impulsionadores desse crescimento.
O Valor Geral de Vendas (VGV) também subiu na RMS, atingindo R$ 2 bilhões, um aumento de 21%, com o preço médio dos imóveis em Salvador chegando a R$ 541 mil.
Por outro lado, apenas na capital Salvador, o número de unidades lançadas no primeiro semestre apresentou queda de cerca de 30%, o que indica uma desaceleração no mercado. Apesar disso, o Valor Geral de Vendas (VGV) manteve estabilidade, com R$ 2,0 bilhões no período.
A valorização imobiliária, contudo, cresceu, fazendo o valor do ticket médio dos imóveis vendidos no período saltar 21%, para R$ 541 mil. Na Região Metropolitana, o ticket médio está em R$ 392 mil.
O bairro de Piatã liderou as vendas no primeiro semestre, representando 23% do total, seguido por Arraial do Retiro e Barra. Itapuã, Rio Vermelho, Jaguaribe e Pituba completam a lista dos bairros mais procurados. A maioria dos imóveis vendidos são de dois quartos, enquanto os tipos quarto e sala ou “studio” ganham popularidade.
Fontes: Bahia Econômica e A Tarde
Curitiba se destaca entre as capitais com alta nos preços de unidades em 2024
A capital paranaense ganhou destaque entre as capitais brasileiras com maior variação nos preços de imóveis residenciais até julho de 2024. De janeiro a julho, os preços em Curitiba subiram 11,71%, e no acumulado de 12 meses, o aumento foi de 14,65%, segundo o Índice FipeZAP.
O bairro Batel é o mais caro em Curitiba, com R$ 15.551 por metro quadrado, seguido por Bigorrilho, Juvevê, Cabral e Ahú. Apesar do aumento nos preços, a capital do Paraná não lidera no preço do metro quadrado entre as 22 capitais estudadas. Florianópolis ocupa o primeiro lugar com R$ 11.426 por m², seguida por Vitória, São Paulo, Curitiba (R$ 10.132 por m²) e Rio de Janeiro.
Em relação a preços médios e variações nos bairros curitibanos em julho de 2024, destacam-se Batel, com R$ 15.551 por m² e alta de 29,8%, Bigorrilho com R$ 12.808 por m² (12,1%), Juvevê (R$ 11.297 por m²), Cabral (R$ 11.186 por m²) e Ahú (R$ 11.174 por m²).
Fonte: Gazeta do Povo