Aluguel residencial salta acima da inflação em 12 meses, mas desacelera em setembro. Renda fixa ganha força com Selic alta e LCIs ganham destaque. Estudo da Loft mostra a renda necessária para comprar um imóvel em ruas de São Paulo.
Aluguel no Brasil tem salto acima da inflação em 12 meses, mas desacelera em setembro
O preço médio do aluguel residencial no Brasil atingiu R$47,05 por metro quadrado em setembro de 2024, segundo o Índice FipeZap de Locação Residencial. O indicador registrou alta de 0,65% no mês, desacelerando em relação aos 0,88% de agosto. No acumulado de 12 meses, o aumento foi de 13,75%, superando índices inflacionários como o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado).
Entre as capitais, São Paulo lidera com R$56,37/m², seguida por Florianópolis (R$53,83/m²) e Recife (R$53,14/m²). No Nordeste, Recife se destaca como a mais cara, fechando setembro com o metro quadrado a R$53,14. Este valor posiciona a cidade como a terceira capital mais cara do país para locação residencial, atrás apenas de São Paulo (R$56,37/m²) e Florianópolis (R$53,83/m²). Ainda no contexto nordestino, Maceió aparece em segundo lugar (R$50,47/m²) e São Luís (R$49,12/m²) na sequência.
No Brasil, as maiores altas em 12 meses foram observadas em Campo Grande (34,31%), Salvador (27,04%) e Porto Alegre (25,33%). A capital gaúcha, que se recuperava das enchentes de maio, apresentou particularidades em setembro, com aluguel desacelerando em relação aos meses anteriores. O valor médio do metro quadrado atingiu R$37,27, aumento mensal de apenas 0,35%, significativamente menor que as altas de 3,45% e 3,85% registradas em julho e agosto, respectivamente.
“Os dados mostram uma certa estabilização no mercado de locação da cidade no mês passado. Isso depois de um processo intenso de aceleração no preço, reflexo das enchentes e da nova dinâmica de oferta e procura na capital gaúcha”, explicou Thiago Reis, gerente de Dados do Grupo QuintoAndar. Apesar da desaceleração, o crescimento acumulado em 12 meses ainda é expressivo, atingindo 18,98%.
A cidade de Barueri, na região metropolitana de São Paulo, mantém o maior valor médio por metro quadrado: R$61,42. A nível nacional, apartamentos de um dormitório apresentam os maiores valores (R$61,61/m²), enquanto os de três dormitórios, os menores (R$40,90/m²).
Fontes: ISTOÉ Dinheiro, Correio do Povo e Jornal do Commercio
Renda fixa ganha força com Selic alta e LCIs ganham destaque
A alta da taxa Selic pelo Banco Central, em resposta às preocupações com a inflação, tornou os ativos financeiros mais conservadores ainda mais atrativos. Um levantamento mensal realizado pela plataforma Yubb revelou que os investimentos de renda fixa continuam dominando o interesse dos investidores brasileiros em setembro de 2024.
As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) ganharam destaque no mês passado, subindo para a segunda posição entre os ativos mais procurados, conforme o levantamento. Este avanço, juntamente com as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), demonstra um crescente interesse em instrumentos financeiros ligados ao setor imobiliário.
Os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) mantiveram a liderança absoluta no ranking desde abril, enquanto as LCIs e LCAs superaram os títulos do Tesouro Direto, que caíram para o terceiro lugar.
O Banco Central iniciou um novo ciclo de aumento da Selic em resposta às preocupações com a inflação. Embora isso torne empréstimos e financiamentos mais caros, também aumenta o rendimento da renda fixa, explicando a dominância de ativos conservadores na lista dos dez investimentos mais buscados.
Na quarta colocação, permanecem as Letras de Câmbio (LCs) e os Recibos de Depósito Bancário (RDBs). Os ativos de renda variável só começam a aparecer a partir da quinta posição, indicando uma abordagem mais cautelosa dos investidores.
Para o mercado imobiliário, a ascensão das LCIs na preferência dos investidores pode sinalizar um ambiente favorável, com potencial aumento de recursos disponíveis para o setor. Este cenário pode ser relevante para construtoras, incorporadoras e profissionais do ramo imobiliário.
Fonte: Valor Investe
Quanto custa morar na rua mais cara de São Paulo?
Nos bairros mais caros de São Paulo, viver entre mansões e prédios de alto luxo é para um seleto grupo de milionários. Segundo levantamento da Loft, para morar em um inóvel na Avenida Magalhães de Castro, no Morumbi, é necessária uma renda mensal de R$583 mil, com entrada de R$3,8 milhões e parcela inicial de R$163,5 mil. A rua é a mais valorizada de São Paulo, com imóveis custando em média R$19 milhões.
“A Avenida Magalhães de Castro tem uma grande valorização por ter o complexo Cidade Jardim. Além disso, o tamanho médio dos imóveis transacionados neste ano na via é de 681 m²”, explica Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft.
O estudo utilizou o Financiômetro, ferramenta que considera o preço médio dos imóveis negociados entre janeiro e agosto de 2023, conforme dados do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) da Prefeitura de São Paulo.
“Os bairros que têm maiores rendas mínimas necessárias são aqueles com ótima localização, aliados a um perfil de imóvel de tamanho grande, o que leva a um preço de residência mais elevado”, complementa Takahashi.
Na Vila Olímpia, outro bairro nobre da capital paulista, a Rua Casa do Ator registrou o maior número de vendas no período (janeiro a agosto de 2023), com 264 transações. Para comprar um imóvel nesta rua, é necessária uma renda mensal de R$12,5 mil, com parcelas de R$3,5 mil. O preço médio dos apartamentos fica em R$406 mil, com área média de 56 m².
Já na Rua João de Lacerda Soares, no Brooklin – segunda em volume de transações – é preciso uma renda mensal de R$19,6 mil para financiar um imóvel com preço médio de R$636,4 mil.
A Rua Tucumã, no Jardim Europa, aparece em segundo lugar em um ranking de 20 ruas com maiores rendas mínimas, precisando de R$363.500 para viver em imóveis avaliados em média em R$11.848.714. Ainda no Jardim Europa, a Rua Professor Artur Ramos demanda R$264.578 de renda mínima, com preços médios de R$8.623.456.
No Itaim Bibi, a Rua Fernandes de Abreu também aparece entre as mais valorizadas, exigindo renda mínima de R$241.292 para imóveis com preços médios acima de R$8 milhões. Moema Pássaros é representada pela Avenida Ministro Gabriel de Rezende Passos e pela Alameda dos Jaúnas.
Fonte: Estadão
Setor imobiliário de BH adota retrofit e permuta para enfrentar escassez de terrenos
O mercado imobiliário de Belo Horizonte enfrenta desafios devido à falta de terrenos disponíveis, levando incorporadoras a adotar novas estratégias. As mais comuns são as permutas com proprietários de imóveis desativados ou herdados, além do retrofit, estão entre as soluções encontradas pelo setor.
Leonardo Gomes, executivo da My Mall, avalia que a escassez de lotes disponíveis em Belo Horizonte muda a forma como a empresa trabalha. No caso da incorporadora, especializada em street malls, ele aponta que a empresa busca localizações já consolidadas, com fluxo de pessoas e carros.
“Oferecemos a permuta como uma chance para proprietários tocarem seus terrenos parados por uma participação em um empreendimento construído”, explica Gomes.
O retrofit, processo de restauração de prédios antigos preservando a arquitetura original, “entra como alternativa em zonas muito centrais e que podem encontrar novas ocupações”, afirma Alexandre Nagazawa, arquiteto da BLOC Arquitetura Imobiliária.
Um exemplo é o Espaço 356, do Grupo EPO, um dos primeiros living centers de Minas Gerais, localizado em um terreno anteriormente ocupado por motéis na BR-356.
Nagazawa defende que Minas Gerais precisa superar o conservadorismo e adotar novas estratégias tecnológicas para uma reocupação inteligente dos espaços, seguindo tendências já observadas em São Paulo e Rio de Janeiro.
Fonte: Diário do Comércio