Cartórios modernizam sistema de bloqueio de imóveis de devedores. Lançamentos da Cyrela disparam 184% e vendas superam R$ 3 bi no quarto trimestre. COP 30 em Belém do Pará faz imobiliárias inovarem em hospedagem.
Cartórios modernizam sistema de bloqueio de imóveis de devedores
Para resolver um problema que afetava proprietários de imóveis em todo o país, os cartórios brasileiros implementaram mudanças na forma de bloqueio de imóveis de devedores. A principal novidade, em vigor desde terça-feira (14), é o novo sistema que permite a juízes ou autoridades administrativas direcionar ordens de indisponibilidade a um único bem.
Antes, quando um juiz ordenava o bloqueio de bens de um devedor, todos os imóveis dessa pessoa ou empresa ficavam indisponíveis para venda ou aluguel. Agora, o juiz pode escolher bloquear apenas um imóvel específico, no valor suficiente para cobrir a dívida.
Na prática, o juiz usa o CPF ou CNPJ do devedor para ver uma lista de todos os seus imóveis. Ele pode selecionar apenas um imóvel que tenha valor próximo ao da dívida e somente este imóvel escolhido fica bloqueado, deixando os outros livres. Ou seja, a mudança protege os direitos dos credores (quem tem que receber o dinheiro), mas também evita prejudicar demais os devedores. Além disso, ajuda a manter o mercado imobiliário mais ativo.
A atualização da Central Nacional de Indisponibilidade de Bens (CNIB), desenvolvida pelo Operador Nacional do Sistema Eletrônico de Registro de Imóveis (ONR), torna-se agora obrigatória para registrar todas as ordens de indisponibilidade de patrimônio imobiliário.
“É um upgrade tremendo, principalmente na disponibilização de imóveis no mercado”, explica Flaviano Galhardo, diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Eletrônico de Registro de Imóveis (ONR).
A juíza Liz Rezende explica que a nova funcionalidade evitará “questionamentos e sucessivos pedidos de levantamento parcial da indisponibilidade”, otimizando o tempo dos magistrados. O sistema também facilita o processo de liberação de imóveis, permitindo o encaminhamento de contraordens de forma online.
Em 2024, foram registradas 314.365 ordens de indisponibilidade de bens no Brasil, um aumento de 16,5% em relação a 2022. O Provimento nº 188 da Corregedoria Nacional de Justiça estabelece que os registradores de imóveis devem acessar o sistema diariamente, agilizando o cumprimento das ordens judiciais.
Para o futuro, o plano é disponibilizar a consulta sobre a situação dos imóveis ao público em geral, aumentando ainda mais a transparência no mercado imobiliário.
Fonte: Valor Econômico
Lançamentos da Cyrela disparam e vendas superam R$ 3 bi no último trimestre
Começou a temporada de prévias dos balanços das incorporadoras listadas na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) relativas ao último trimestre de 2024, fechando um ano de ótimos resultados para o setor.
A incorporadora Cyrela (CYRE3) ganha destaque com resultados expressivos em sua prévia operacional: os lançamentos alcançaram R$ 5,7 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV), o que representa um crescimento de 184% em relação ao mesmo período de 2023. Entre outubro e dezembro, foram 21 novos empreendimentos lançados, com 57% deles já vendidos.
As vendas líquidas contratadas somaram R$ 3,5 bilhões, um avanço de 93% sobre o quarto trimestre do ano anterior. O desempenho foi impulsionado por uma combinação de fatores, segundo a própria Cyrela. Houve um ritmo mais rápido de lançamentos e uma performance de vendas “mais eficiente”, com o índice de venda sobre oferta (VSO) atingindo 57%, superando os 46% registrados no mesmo período de 2023.
O segmento de alto padrão consolidou sua importância nos resultados da empresa, representando 55% das vendas líquidas em 2024, um aumento em relação aos 48% de 2023. Na outra ponta, as unidades do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) mantiveram participação estável, com cerca de 20% do total comercializado.
No acumulado de 2024, as vendas líquidas contratadas cresceram 44%, totalizando R$ 9,3 bilhões, enquanto o volume de lançamentos aumentou 45%, atingindo R$ 9,6 bilhões em VGV potencial.
Fontes: Exame e Seu Dinheiro
Plano&Plano registra queda nos lançamentos e vendas no quarto trimestre
A incorporadora Plano&Plano, focada em imóveis de padrão econômico, anunciou um desempenho inferior no quarto trimestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023. O Valor Geral de Venda (VGV) lançado registrou queda de 9,2%, totalizando R$ 1,3 bilhão com sete novos projetos.
Os lançamentos no acumulado de 12 meses, porém, atingiram R$ 3,7 bilhões, um aumento de 26,2% na comparação com o período anterior, com 30 novos empreendimentos, alcançando um recorde anual para a empresa.
Os dados incluem projetos sob o programa Pode Entrar, da prefeitura de São Paulo, e refletem exclusivamente a participação da Plano&Plano nos empreendimentos. As vendas líquidas no trimestre foram de R$ 653,1 milhões, uma queda acentuada de 42,9% comparada a 2023. Entretanto, no acumulado de 2024, as vendas cresceram 11,8%, totalizando R$ 3,16 bilhões.
O índice de distratos ou rescisões contratuais atingiu 15,2% das vendas brutas do último trimestre de 2024, marcando um aumento de 10,9 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Em todo o ano passado, esse índice foi de 12,76%, uma alta de 4 pontos percentuais.
A Plano&Plano finalizou dezembro com um estoque avaliado em R$ 2,9 bilhões, 15,8% acima de dezembro de 2023. O ritmo de vendas, medido pelo índice de venda sobre a oferta (VSO), caiu para 53% em 2024, uma redução de 2,8 pontos em relação a 2023. A empresa experimentou um consumo de caixa de R$ 94 milhões no trimestre, acumulando R$ 260,4 milhões ao longo do ano.
Fonte: Valor Econômico
COP 30 em Belém do Pará faz imobiliárias inovarem em hospedagem
As imobiliárias de Belém, capital do Pará, estão se preparando para receber os visitantes da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que acontece este ano, de 10 a 21 de novembro. O foco está em oferecer mais do que uma moradia “short stay”, mas experiências únicas na Amazônia brasileira, combinando conforto, segurança e tradição local.
O conceito de “home care” tem sido usado como diferencial para atrair viajantes. Luxo e exclusividade são um ponto importante. “Oferecemos não apenas hospedagem, mas serviços completos, incluindo parcerias com aplicativos de delivery, kits de café da manhã e até carros blindados para transporte”, conta Aymee Oliveira, de uma imobiliária no Umarizal.
Algumas empresas incluem em suas ofertas de hospedagem, intérpretes de idiomas, algo inovador na cidade. “Fechamos parcerias com agências de turismo, e os visitantes poderão aproveitar imóveis de alto padrão distribuídos por toda Belém”, explica Aymee.
A sustentabilidade também virou prioridade, já que atrai um público preocupado com as questões ambientais. Casas construídas por artesãos, em meio à floresta, como a Ilha do Combu, têm sido importante atrativo. “É perfeita para quem busca ecoturismo e imersão na natureza amazônica”, afirma Synthia Angelim, corretora de outra imobiliária local.
As opções de hospedagem variam de imóveis de médio a alto padrão, com diárias entre US$ 800 e US$ 5.000, dependendo dos serviços inclusos. Experiências culturais e gastronômicas regionais também fazem parte dos pacotes oferecidos.
Para o público corporativo, algumas imobiliárias estão disponibilizando espaços de coworking e estrutura de alimentação em parceria com restaurantes e padarias artesanais.
Fonte: O Liberal