Mercado imobiliário reage positivamente ao novo teto do Minha Casa, Minha Vida; mudanças focam na classe média.Tenda projeta lucro de até R$ 400 milhões após recuperação financeira. Lançamentos da MRV sobem 81% no 1º trimestre, mas repasses de clientes aos bancos afetam vendas
- Mercado imobiliário reage positivamente ao novo teto do Minha Casa, Minha Vida; mudanças focam na classe média
- Tenda projeta lucro de até R$ 400 milhões após recuperação financeira
- Lançamentos da MRV sobem 81 por cento no 1º trimestre, mas repasses de clientes aos bancos afetam vendas
- Recife repete marca de aluguel mais caro do Nordeste e tem uma das maiores rentabilidades do país
Mercado imobiliário reage positivamente ao novo teto do Minha Casa, Minha Vida; mudanças focam na classe média
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) avaliou como fundamentais as mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), aprovadas pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (CCFGTS), nesta terça-feira (15). A chamada Faixa 4 é voltada para famílias com renda mensal de até R$ 12 mil e contará com taxas de juros de 10% ao ano, com teto de R$ 500 mil para aquisição de imóveis.
“As medidas são fundamentais para reduzir o déficit habitacional, incentivar novos empreendimentos — que trarão mais desenvolvimento para as cidades –, e incluir no financiamento habitacional centenas de milhares de famílias brasileiras que não conseguem financiar hoje pelo SBPE por conta dos juros elevados”, destacou a Abrainc em nota.
O CCFGTS também aprovou reajustes nas faixas já existentes do MCMV: a Faixa 1 terá renda máxima de R$ 2.850 mensais (antes R$ 2.640); a Faixa 2 passará para R$ 4.700 (antes R$ 4.400); e a Faixa 3 subirá para R$ 8.600 (antes R$ 8.000). Segundo a Caixa Econômica Federal, as mudanças devem beneficiar 100 mil famílias nas Faixas 1 e 2, além de incluir outras 15 mil na Faixa 3.
Para viabilizar as mudanças, serão disponibilizados R$ 15 bilhões, em 2025, vindos do fundo social do pré-sal, conjugados com outros R$ 15 bilhões captados pelas próprias instituições financeiras.
“Temos atuado de forma integrada com o setor privado, com entes federativos e com os movimentos sociais para ampliar o acesso à moradia, diversificar as fontes de financiamento e aprimorar os marcos regulatórios do setor”, disse o ministro das Cidades, Jader Filho.
Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), celebrou as mudanças no MCMV, completando “um círculo virtuoso” do programa federal que melhora as condições de aquisição da casa própria também para a classe média.
“O uso de recursos do pré-sal para essa finalidade pode gerar uma nova revolução na habitação brasileira. Tornar essa fonte de financiamento recorrente e previsível, aliada ao FGTS, viabiliza a alocação dos recursos capazes de fazer frente à grande demanda por habitação no país, atendendo o direito constitucional à moradia”, disse Renato Correia.
Thiago Ely, diretor executivo comercial da MRV&CO, também respondeu com entusiasmo às mudanças no MCMV, porque atinge parte da classe média que estava espremida entre as faixas mais populares do programa e os com juros altos do sistema SBPE para rendas mais altas.
“Com o anúncio, poderemos atender um público que hoje acaba ficando refém de taxas de juros muito altas no financiamento tradicional”, afirmou o executivo.
Fontes: CNN Brasil e g1
Tenda projeta lucro de até R$ 400 milhões após recuperação financeira
A construtora Tenda, especializada em habitação popular, espera multiplicar seus resultados em 2025 após superar um período crítico. “Saímos da UTI: agora somos uma empresa super saudável e focada no crescimento”, afirmou o CEO Rodrigo Osmo em entrevista à Bloomberg Línea.
Após três anos consecutivos de prejuízos causados pela alta inflação pós-pandemia, a empresa fechou 2024 com lucro líquido de R$ 106,4 milhões. Para 2025, a projeção é ambiciosa: alcançar entre R$ 360 milhões e R$ 400 milhões de lucro, um crescimento de até 275% em relação ao ano anterior.
A recuperação se baseia no aumento da margem bruta, redução da alavancagem e foco no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), financiado pelo FGTS. “O momento do MCMV é muito benéfico e estamos em um posicionamento único na faixa 1, com participação maior nessa fatia que os concorrentes de capital aberto”, destacou Osmo.
A Tenda concentra 60% de suas vendas na faixa 1 do MCMV, que atende famílias com renda mensal de até R$ 2.640. Esse segmento foi beneficiado pela redução do Regime Especial de Tributação (RET), cuja alíquota caiu de 4% para 1% em 2024.
A Alea, subsidiária de casas pré-fabricadas da Tenda, também deve contribuir para o crescimento, com expectativa de registrar seu primeiro lucro desde sua fundação em 2021, podendo chegar a R$ 20 milhões. Recentemente, a gestora Good Karma Partners adquiriu 6,97% do capital da Alea por R$ 80 milhões, avaliando a empresa em R$ 1,17 bilhão.
No primeiro trimestre de 2025, a Tenda já mostrou sinais positivos, com lançamentos consolidados totalizando R$ 920,9 milhões em valor geral de vendas (VGV), alta de 20,7% em relação ao ano anterior. As ações da empresa acumulam valorização de cerca de 20% no ano.
Fonte: Bloomberg Línea
Lançamentos da MRV sobem 81 por cento no 1º trimestre, mas repasses de clientes aos bancos afetam vendas
A MRV&CO – conglomerado que reúne MRV, Luggo, Urba e Resia – registrou expansão nos lançamentos imobiliários no primeiro trimestre de 2025, alcançando R$ 2,8 bilhões em valor geral de vendas (VGV), um aumento de 81% em comparação ao mesmo período de 2024. No entanto, as vendas líquidas cresceram apenas 2%, totalizando R$ 2,2 bilhões, conforme relatório operacional divulgado nesta terça-feira (15).
A velocidade de vendas (VSO) recuou 8 pontos percentuais na comparação anual, chegando a 25%. Segundo a companhia, o desempenho foi prejudicado por dificuldades no repasse de clientes aos bancos, deixando de computar cerca de R$ 320 milhões em vendas no trimestre.
A MRV só contabiliza as vendas quando o cliente é repassado para o financiamento bancário, mas alguns repasses foram temporariamente interrompidos em programas regionais de habitação, como no Amazonas, Ceará e Rio Grande do Sul, causando impacto no início do ano.
A empresa explica que esses programas complementam os subsídios para as famílias darem entrada na aquisição de moradias dentro do MCMV, o que tem estimulado as vendas de todas as incorporadoras ao redor do país.
“Esse gargalo no repasse nos gerou 1.400 vendas a menos e R$ 110 milhões a menos de geração de caixa”, explicou Ricardo Paixão, diretor financeiro e de Relações com Investidores. “Mas já foi resolvido e estamos apurando esse backlog. O Minha Casa Minha Vida (MCMV) continua com condições muito boas.”
A empresa registrou queima de caixa ajustada de R$ 48,3 milhões no período. Por outro lado, as subsidiárias Luggo e Urba apresentaram geração de caixa de R$ 5,7 milhões e R$ 25,8 milhões, respectivamente.
Paixão destacou que a MRV está bem posicionada para atuar na nova faixa 4 do MCMV, que atenderá famílias com renda até R$ 12 mil. A empresa já possui estoque de R$ 1,6 bilhão em imóveis elegíveis para esta faixa, além de terrenos com potencial para mais R$ 2,6 bilhões em lançamentos futuros.
A Resia, subsidiária nos Estados Unidos, não registrou vendas no trimestre e teve queima de caixa de US$ 59 milhões, mas projeta quatro vendas em 2025, que devem gerar US$ 380 milhões.
Fontes: E-investidor/Estadão e Infomoney
Recife repete marca de aluguel mais caro do Nordeste e tem uma das maiores rentabilidades do país
O Recife (PE) encerrou março de 2025 como a terceira cidade com aluguel mais caro do Brasil e manteve o primeiro lugar no Nordeste, segundo o Índice FipeZAP de Locação Residencial. Com preço médio de R$ 57,16/m², a capital pernambucana fica atrás apenas de São Paulo (R$ 59,83/m²) e Belém (R$ 57,29/m²), superando a média nacional de R$ 48,03/m².
No primeiro trimestre de 2025, a variação do índice chegou a 3,09%, na capital pernambucana (acima da média nacional, de 1,15%), com aumento de 0,87% apenas em março.
O Recife também se destaca pela alta rentabilidade para investidores imobiliários. Com retorno anualizado de 8,18% ao ano, ocupa a terceira posição no ranking nacional de rentabilidade, atrás apenas de Manaus (8,39% a.a.) e Belém (8,37% a.a.).
Em termos comparativos, a rentabilidade média nacional do aluguel residencial ficou em 5,88% ao ano, taxa inferior à rentabilidade projetada para aplicações financeiras de referência. Imóveis com um dormitório apresentaram maior retorno médio (6,59% a.a.), enquanto unidades com quatro ou mais dormitórios tiveram o menor percentual (4,80% a.a.).
Entre as 22 capitais monitoradas pelo índice, após as três primeiras colocadas em rentabilidade, seguem São Luís (7,96% a.a.), Natal (7,78% a.a.) e Cuiabá (7,60% a.a.), enquanto as menores taxas foram registradas em Vitória (4,29% a.a.), Curitiba (4,52% a.a.) e Fortaleza (4,77% a.a.).
Fonte: Jornal do Commercio