Caixa Econômica aumenta entrada para financiamento imobiliário. Os motivos para a Caixa endurecer regras, enquanto demanda por financiamento sobe mais de 40%. Mercado imobiliário do Rio exige rendas altíssimas para morar em áreas nobres.
- Caixa aumenta entrada para financiamento imobiliário em novembro
- Demanda por financiamento da casa própria sobe mais de 40 por cento; entenda por que Caixa endurece as regras
- Mercado imobiliário do Rio exige renda com cifras altíssimas para morar em áreas nobres
- Expansão imobiliária impulsiona abertura de supermercados em Curitiba
Caixa aumenta entrada para financiamento imobiliário em novembro
Em meio a uma série de mudanças anunciadas pela Caixa Econômica Federal para o financiamento imobiliário – informação que o Portas Abertas adiantou na edição de segunda-feira (14) – a instituição financeira decidiu elevar a entrada mínima para quem precisa financiar a casa própria.
Nas linhas com tabela SAC (Sistema de Amortização Constante), a entrada subirá de 20% para 30% do valor do imóvel. Já no sistema Price, o aumento será de 30% para 50%.
A medida faz parte de um “pacote” para enfrentar a escassez de recursos da caderneta de poupança e as condições mais restritas para emissões de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) –essas são as duas principais fontes de recursos para abastecer os financiamentos.
A estratégia visa evitar um aumento nos juros cobrados dos clientes em um cenário de restrição de funding. A Caixa pode reavaliar essas regras no futuro, dependendo da capacidade de manter as emissões de LCI.
Segundo fontes internas, a expectativa é que no início do próximo ano, a depender das condições de mercado, a regra para a tabela SAC possa retornar aos parâmetros anteriores. No entanto, para o sistema Price, onde o banco leva mais tempo para receber o valor total do financiamento, é menos provável que as regras voltem ao patamar anterior.
Apesar das mudanças, a Caixa mantém um ritmo acelerado de crescimento no crédito imobiliário. Até setembro, o banco concedeu R$ 175 bilhões em financiamentos, um aumento de 28,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A carteira de crédito habitacional da Caixa já ultrapassou R$ 800 bilhões, impulsionada pelas linhas com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e da poupança.
A instituição informou que “estuda constantemente medidas que busquem ampliar o atendimento da demanda excedente de financiamentos habitacionais”, incluindo discussões com o mercado e o governo.
Fonte: Estadão
Demanda por financiamento da casa própria sobe mais de 40 por cento; entenda por que Caixa endurece as regras
Não é de hoje que os recursos da poupança estão diminuindo, o que impacta o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE), responsável por financiar imóveis que podem chegar até R$ 1,5 milhão.
Por isso, a Caixa Econômica Federal – que abocanha cerca de 70% do mercado de crédito imobiliário no país – anunciou mudanças significativas nas regras de financiamento, com redução de 80% para 70% do valor do imóvel na linha de empréstimos mais utilizada (SAC), exigindo também uma entrada maior. Pela Tabela Price, a redução será de 70% para 50%
As regras, que entrarão em vigor a partir de 1º de novembro de 2024, são justificadas pelo aumento expressivo na demanda por financiamento habitacional, em um cenário de escassez de recursos.
Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), houve um crescimento de 41,3% em agosto de 2024 comparado ao mesmo período de 2023.
A Caixa já desembolsou R$ 63,5 bilhões até setembro, quase esgotando sua meta anual de R$ 70 bilhões. A vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães, tem batido na tecla da necessidade de se buscar fontes alternativas de recursos. “Precisamos discutir a necessidade de novos fundings (fontes) para financiamento da casa própria”.
Como parte de sua estratégia para lidar com a alta demanda, a Caixa está focando em imóveis de menor valor. O banco limitou o financiamento a imóveis de até R$ 1,5 milhão, exceto para unidades vinculadas a empreendimentos financiados pelo próprio banco. Assim, pode direcionar os recursos disponíveis para um segmento mais amplo do mercado, priorizando habitações mais acessíveis.
Além disso, a Caixa está adotando uma análise de risco mais rigorosa para a concessão de crédito. Há relatos de contratos não aprovados por dívidas mínimas, como R$ 4 no cartão de crédito, indicando um critério mais restritivo na avaliação dos mutuários.
Essas medidas visam administrar a alta demanda sem suspender completamente as operações. No entanto, o setor também discute alternativas para aumentar a disponibilidade de recursos, como a redução temporária do compulsório e mudanças nas regras das Letras de Crédito Imobiliário (LCI).
O problema da escassez de recursos para a classe média – ligada ao menor volume de depósitos na poupança – é parcialmente mitigado pela parte do FGTS destinada ao programa Minha Casa, Minha Vida, mas este é limitado a imóveis de até R$ 350 mil e famílias com renda de até R$ 8 mil.
Fonte: O Globo
Mercado imobiliário do Rio exige renda com cifras altíssimas para morar em áreas nobres
Morar na orla da Barra da Tijuca, uma das regiões mais cobiçadas do Rio de Janeiro, demanda uma renda que poucos brasileiros possuem. Na avenida Lúcio Costa, por exemplo, os imóveis apresentam valor médio de R$ 2 milhões. Para financiar uma moradia nesta localização, é necessária uma renda mensal de R$ 61,8 mil, segundo simulações feitas pelo Financiômetro, ferramenta lançada pela startup Loft.
A ferramenta considera o preço médio dos imóveis efetivamente transacionados entre janeiro e agosto deste ano, conforme a base de dados oficial da Prefeitura do Rio de Janeiro (ITBI). O levantamento abrangeu 728 vias que tiveram ao menos 10 transações registradas no período.
“O Financiômetro ajuda o cliente a ter uma visão mais clara sobre as condições do mercado imobiliário na cidade, proporcionando mais eficiência na busca por um novo imóvel”, afirma Fábio Takahashi, gerente de dados da da Loft.
Segundo a ferramenta, a avenida Vieira Souto, em Ipanema, também é outro destaque quando o assunto é renda suficiente para se viver na região. A via aparece como a mais cara da cidade, com um preço médio de R$ 8 milhões por imóvel. Portanto, um comprador precisaria de uma renda mensal de R$ 248,5 mil para obter financiamento, considerando uma entrada de 20% e parcelas distribuídas em 420 meses.
Entre as áreas com maior volume de transações, a Barra da Tijuca se destaca com várias ruas de alto padrão, exigindo uma renda mínima em torno de R$ 158 mil para um imóvel próximo a R$ 5.200 milhões, numa região com perfil de alto luxo da região, e que atrai investidores e moradores de alto poder aquisitivo.
Copacabana, tradicional bairro da Zona Sul carioca, também figura entre as áreas com grande volume de transações. Na Avenida Atlântica, cartão-postal da cidade, é preciso uma renda mínima de R$ 55.724 para se comprar imóveis com tíquete médio de R$ 1.813.942. Já a Rua Francisco Otaviano aparece em segundo lugar, com renda mínima necessária de R$ 42.566 para imóveis avaliados, em média, em R$ 1.384.939.
Em contraste, a avenida Brasil, no trecho de Campo Grande, representa o extremo oposto do espectro. Nesta região, o valor médio dos imóveis é de R$ 144 mil, exigindo uma renda mensal de apenas R$ 4,5 mil para obter financiamento.
Fonte: Diário do Rio
Expansão imobiliária impulsiona abertura de supermercados em Curitiba
A valorização imobiliária em Curitiba está impulsionando a abertura de supermercados e outros estabelecimentos comerciais em diversos bairros da cidade. Há um ciclo de desenvolvimento urbano, onde a chegada de novos moradores atrai investimentos em infraestrutura comercial, que por sua vez aumenta a atratividade das áreas para futuros residentes.
“Os moradores das grandes cidades, em virtude do trânsito, querem se beneficiar sempre de uma infraestrutura próxima de casa. Quando isso é possível, acaba tendo uma valorização maior do imóvel. Hoje, isso ocorre em vários bairros de Curitiba. Apesar de ser um ciclo virtuoso, em que um incentiva o outro, podemos dizer que primeiro é preciso atrair os moradores para uma região, para que então o comércio acompanhe aquele fluxo. Os empreendimentos acabam sendo pioneiros desse modelo”, afirma Carlos Eduardo Canto, presidente da Confraria Imobiliária de Curitiba.
Ele cita o Ecoville como um exemplo de área que se tornou mais desejada após o desenvolvimento de sua infraestrutura comercial. Outros bairros em crescimento incluem Mercês, com foco na área da saúde, e Ahú, que está vendo um aumento no comércio ao redor de importantes instituições.
As redes de supermercados parecem responder ativamente a essa tendência: a Rede Festval, por exemplo, tem planos de expansão em vários bairros de Curitiba, incluindo Batel, Alto da XV, Cabral e Bacacheri. Altamir Sossela, diretor de operações e expansão da rede, explica que fatores populacionais e de renda média são considerados na escolha de novos locais.
O Grupo Jacomar também está em expansão, com previsão de encerrar 2024 com 20 supermercados. Harri Pankratz, CEO do grupo, menciona que além dos fatores demográficos, o potencial de crescimento da região e a concorrência local são considerados na decisão de abrir novas unidades.
Fonte: Blog Mirian Gasparin