Apartamento no prédio mais alto do mundo, em Balneário Camboriú, pode custar R$ 222 mil/m². Brasileiro deseja imóvel de 61 m² a 90 m², e mulher entre 41 e 60 anos é maioria dos compradores, aponta estudo. Centro de São Paulo vira favorito de construtoras com incentivos fiscais.
Apartamento no prédio mais alto do mundo, em Balneário Camboriú, pode custar R$ 222 mil/m²
O Senna Tower, anunciado como o mais alto edifício residencial do mundo, será construído em Balneário Camboriú (SC) com 500 metros de altura. Segundo a construtora FG, responsável pelo projeto, os apartamentos mais caros podem chegar a R$ 200 milhões.
O empreendimento terá 228 unidades, incluindo dois tríplex de 903 m² cada, localizados no topo do edifício. Com esse valor, o metro quadrado desses apartamentos alcançaria R$ 222 mil, um recorde para a cidade.
O projeto é uma parceria entre a FG e a Família Hang, do empresário Luciano Hang, e foi desenvolvido em conjunto com a marca Senna, do piloto Ayrton Senna. O lançamento está previsto para maio.
É bem provável que os compradores das unidades mais caras sejam estrangeiros, principalmente vindo do Oriente Médio – na conversão do real para o dólar, uma unidade de R$ 200 milhões ficaria 31,6 milhões de euros ou US$ 34,4 milhões.
Mas é possível que futuros proprietários possam ser brasileiros, como acredita o corretor de imóveis Guilherme Pilger, que atua há mais de uma década na região que vem sendo chamada de Dubai brasileira. “Temos clientes aqui no Brasil com esse perfil. Aqui para Balneário, nós já negociamos um imóvel no valor de R$ 45 milhões. R$ 200 milhões é muito acima, seria cinco vezes mais. Não é uma venda fácil, tem que ter os contatos”, diz.
Corretores locais especulam sobre como será feita a venda das unidades mais caras, que ainda não estão disponíveis no mercado. Há a possibilidade de leilão, prática comum nos Estados Unidos para imóveis de alto padrão, como aconteceu com o triplex da apresentadora Lucia Gimenez, em São Paulo.
Fonte: Folha de S.Paulo
Brasileiro deseja imóvel de 61 m² a 90 m², aponta estudo
Os fatores mais valorizados por quem compra um apartamento são as características da propriedade, segurança do entorno, proximidade de familiares e amigos e áreas de lazer do condomínio. O comprador busca preferencialmente apartamentos entre 61 m² e 90 m², com dois a três dormitórios, uma suíte e ao menos uma vaga de garagem. É o que aponta o estudo DataZAP, do Grupo OLX.
Os imóveis novos começaram a ficar cada vez menores, antes da pandemia, mas houve mudança parcial depois que as pessoas precisaram passar mais tempo em casa para conter a doença. “Isso foi gerando necessidade por imóveis mais bem divididos, não maiores. A gente não viu um crescimento tão grande na metragem total do imóvel, mas na necessidade por imóveis com melhor divisão”, explica Coriolano Lacerda, gerente de pesquisa da OLX.
Segundo a pesquisa, os ‘apartamentos padrão’ lideram a preferência (43%), seguidos por casas de rua (34%) e casas em condomínio (10%). A maioria dos compradores prefere imóveis com duas (60%) ou três (54%) vagas de garagem. 61% dos entrevistados têm animais de estimação, sendo 48% cães e 23% gatos.
As áreas comuns ficaram ainda mais importantes. “As incorporadoras têm colocado mais atenção nesse ponto das áreas comuns, justamente para conseguir também conquistar o consumidor que quer morar perto do trabalho ou ter mais opções de lazer sem precisar sair do condomínio”, explica Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do FGV/Ibre.
O estudo também revela que o perfil mais comum de comprador é uma mulher da classe B, economicamente ativa, tutora de pet e com idade entre 41 e 60 anos. O financiamento imobiliário tradicional é a opção preferida para 51% dos compradores.
O preço é o fator mais crucial para 98% dos interessados em comprar imóveis em 2024, refletindo a maior alta de preços em 11 anos no mercado imobiliário brasileiro. Quanto às formas de pagamento, além do financiamento imobiliário tradicional (51%), 42% dos entrevistados consideraram programas habitacionais como o Minha Casa Minha Vida, e a mesma porcentagem estaria disposta a pagar 100% do valor à vista.
De forma mais detalhada, as principais motivações para a compra incluem as características do imóvel (32%), segurança da região (31%) e estrutura do imóvel (28%). A localização em um bairro seguro é primordial para 97% dos entrevistados, seguida pela proximidade de comércios (77%) e facilidade de mobilidade (65%).
Fontes: Estadão e Valor Investe
Centro de São Paulo atrai construtoras com incentivos fiscais
O centro de São Paulo tornou-se foco de interesse para construtoras e incorporadoras desde que a prefeitura ampliou incentivos fiscais para construções na região. Nos últimos quatro anos, foram autorizados 76.495 novos apartamentos na zona central, com um aumento significativo de 567% entre 2021 e 2024.
Ricardo Yazbek, vice-presidente de legislação urbana do Secovi, descreve a tendência como uma “unanimidade” no setor. Os benefícios incluem descontos ou isenção de outorga, isenção de IPTU por três anos após reformas, isenção de ISS e ITBI, e subvenções para habitação social.
“Os benefícios são determinantes. Não é que o Centro só vá melhorar se tiver isso, mas é a faísca”, afirma André Czitrom, CEO da Magik JC. A zona central engloba os bairros Bela Vista, Bom Retiro, Cambuci, Consolação, Liberdade, República, Sé e Santa Cecília.
O perfil dos compradores é principalmente de solteiros e jovens casais, atraídos pela infraestrutura e proximidade a centros culturais. Há também forte interesse de investidores visando locações de curta permanência.
“É o único lugar na cidade em que a gente tem um mix de renda importante. Há empreendimentos sociais e imóveis de alto padrão”, diz o arquiteto Marcelo Falcão, diretor de desenvolvimento e novos negócios da Somauma, especializada em regenerar edifícios subutilizados ou vazios no centro.
Segundo Elisabete França, secretária de Urbanismo e Licenciamento, a ideia é estimular ainda mais o retorno ao Centro. “Queremos cerca de 200 mil novos moradores no centro para impulsionar a economia da região.”
Por outro lado, os desafios persistem, como questões de segurança pública e custos elevados de terrenos.
Antônio Setin, presidente da Setin Incorporadora, comenta sobre a dificuldade de aquisição de terrenos. “Levei 15 anos para comprar o primeiro terreno no centro.”
Os preços médios na região variam de R$ 8.000 a R$ 12.000 o metro quadrado, dependendo do padrão do imóvel. “Vendemos [o apartamento] a partir de R$ 195 mil”, comenta André Czitrom.
Empresários do setor acreditam que incentivos mais agressivos e melhorias na zeladoria pública podem acelerar a transformação do centro nos próximos anos. “Havendo continuidade dos projetos como uma política de estado, em médio prazo estaremos colhendo os frutos”, afirma Ricardo Yazbek.
Fonte: Folha de S.Paulo
João Pessoa tem crescimento e valorização imobiliária acima da média do país
Capital da Paraíba, João Pessoa chama atenção do mercado imobiliário como um polo de crescimento econômico no Nordeste brasileiro. A cidade, que por muito tempo ficou à margem do desenvolvimento turístico da região, agora atrai empresas e novos moradores em busca de oportunidades.
O turismo aquecido tem impulsionado investimentos ambiciosos no setor hoteleiro e estimulado o mercado imobiliário. Segundo estimativas do Banco do Brasil, o PIB da Paraíba cresceu 6,9% no ano passado, bem acima da média nacional de 3,4% apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A capital paraibana tem atraído cada vez mais pessoas como alternativa às metrópoles mais caras. Segundo o Censo 2022 do IBGE, foi a cidade que mais cresceu em número de habitantes entre as 20 mais populosas do país, com aumento de 15,26% em pouco mais de uma década.
Grandes empreendimentos estão sendo desenvolvidos na região, como o Polo Turístico Cabo Branco, que pretende ser o maior complexo de turismo do Nordeste. O Grupo Tauá Hotéis e Resorts e a WAM Experience são algumas das empresas que investem no local, com projetos que somam mais de R$ 1 bilhão em investimentos.
Além do setor turístico, João Pessoa também tem atraído investimentos em tecnologia e energia limpa. A Hostdime planeja construir um novo data center na região, com investimento de R$ 250 milhões, aproveitando a vocação do Nordeste para geração de energia renovável.
Já a Rio Alto Renováveis está construindo o maior complexo de energia solar da América Latina no estado da Paraíba. O Ecoparque João Pessoa, um centro de produção de biogás a partir do lixo, também planeja expandir suas operações. Essas iniciativas não só diversificam a economia local, mas também posicionam a cidade como um polo de inovação e sustentabilidade.
Entretanto, o rápido crescimento também traz desafios. A cidade já enfrenta aumento no trânsito, na violência e nos preços dos imóveis. Segundo o Índice FipeZAP, os preços dos imóveis em João Pessoa subiram 15,54% só em 2024, a terceira maior alta entre as capitais brasileiras. Especialistas alertam para a necessidade de melhorias na infraestrutura urbana para acompanhar o ritmo de desenvolvimento da cidade.
Fonte: O Globo